Dos 33 municípios que compõem a região do Alto Oeste potiguar, 11 vivem
a situação de colapso do abastecimento. A audiência pública, realizada pelo
Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) em Pau dos Ferros na última
segunda-feira (26), contou com a participação de representantes de diversos
órgãos envolvidos na questão da seca para tratar de soluções para o problema.
O planejamento emergencial de ações de mitigação dos efeitos da seca
conta com o envolvimento do Instituto de Gestão das Águas do Estado do Rio
Grande do Norte (Igarn), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos
Recursos Hídricos (Semarh), da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do
Norte (Caern), da Defesa Civil, do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e
Meio Ambiente (Idema) e do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
(Dnocs).
A Caern informou que finalizará estudo sobre possível nova adutora de
polietileno de alta densidade (PEAD) no trecho entre as cidades de Itaú e Pau
dos Ferros, até primeira quinzena de março deste ano.
Na ocasião, a Semarh esclareceu que o canal do Apodi, como obra
complementar do Projeto de Integração do Rio São Francisco (Pisf) não tem
projeto concluído, o que atrasará ainda mais o recebimento das águas do rio
para a região do Alto Oeste.
A Secretaria ressaltou também que em breve será lançado o projeto
Plantadores de Água, como forma de proteger as nascentes dos rios potiguares.
Esta iniciativa será acompanhada pelo Centro de Apoio às Promotorias de Justiça
de Meio Ambiente (Caop-MA) do MPRN.
Para a promotora de Justiça e coordenadora do Caop-MA, Mariana Barbalho,
o encontro foi importante para que os prefeitos dos municípios pudessem
entender o papel de cada órgão envolvido. “Ficou também mais claro para o
promotor da comarca quais as medidas judiciais ou de negociação que precisam
ser tomadas para que haja alternativas para regularizar o abastecimento das
cidades e não só deixar a população à espera de chuvas”, complementou.
Outro ponto importante é que as cidades que ainda não possuem Defesa
Civil municipal precisam constituir a sua para poder receber a Operação Vertente,
realizada no RN com recursos oriundos do Ministério da Integração Nacional com
o objetivo de manter o abastecimento humano nas cidades em colapso declarado.
“Isso pressupõe a existência de legislação municipal e algumas medidas a serem
tomadas, como aquisição de caixas d'água e outros pontos que são recomendados
pela Defesa Civil estadual”, detalhou Mariana Barbalho.
MPRN