Pré-candidato à Presidência pelo PSB, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos não economizou elogios a Joaquim Barbosa quando questionado nesta quinta-feira (29) sobre a decisão do ministro de deixar o Supremo Tribunal Federal. Em Araraquara (SP), Campos se disse contrário a qualquer tentativa de envolver Barbosa na campanha eleitoral neste momento, mas disse que qualquer partido que busca a "ética" gostaria de contar com a "palavra" dele.
"Se ele sai [do Supremo] dizendo que está livre para participar, é claro que qualquer partido, qualquer força política que tenha desejo de construir um país com ética, com valorização do serviço público e com a renovação do Judiciário, gostaria de ter a palavra e o testemunho do ministro Joaquim", disse.
Antes, Eduardo Campos destacou que o ministro mandou "um certo recado" ao decidir deixar o STF após 5 de abril, em referência à data-limite de saída caso ele cogitasse uma candidatura nas eleições deste ano. Questionado sobre um eventual apoio do ministro a alguma candidatura, Campos disse que não é o momento de constranger Barbosa.
"Ele é que vai dar o tom do que irá fazer depois de deixar de ser ministro do Supremo. Acho que precisamos esperar e deixar o Joaquim Barbosa à vontade, para que no ato da saída da Suprema Corte ele possa falar quais as intenções dele para o ano", explicou.
Campos disse que Barbosa "marcou a vida do Judiciário Brasileiro nos últimos anos".
Economia, renovação, Copa e turismo
Durante a passagem por Araraquara, Eduardo Campos também fez críticas à atual condução da economia pelo governo e defendeu a necessidade de o Brasil adotar uma política de contenção da inflação e dos juros para voltar a crescer.
Ele disse que uma "boa governança macroeconômica" seria a saída para reverter a atual situação.
O político usou diversas vezes a palavra "renovação" para explicar a necessidade de levar à "energia das ruas" – uma menção aos protestos de junho e julho de 2013 – até Brasília.
Com a proximidade da Copa do Mundo, Campos também destacou a necessidade de um programa de governo que beneficie o turismo na "entressafra" dos grandes eventos. Ele citou estudos que mostram que 15% a 30% dos visitantes podem permanecer no país após um grande evento como a Copa.
"É o legado natural em situações normais. Porém, o Brasil ainda tem uma fronteira a explorar fora nessa área. Nossa captação de turistas internacionais, por exemplo, é de 5 milhões de pessoas/ano, quando na Espanha, por exemplo, é de 90 milhões", ressaltou.
Ainda segundo o presidenciável, atualmente o turismo interno sofre com a elevação dos juros e, por consequência, o desaquecimento da economia. Entre as medidas de fomento necessárias, ele lista futuros incentivos ao setor de aviação, uma sincronização dos calendários regionais e estaduais de atrações turísticas e a melhoria das campanhas de divulgação.
Fonte: G1
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