O papa Francisco reuniu-se ontem com o patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, líder da Igreja Ortodoxa Grega, em Jerusalém, para um encontro ecumênico histórico pela união entre cristãos. Os dois principais líderes do Cristianismo assinaram uma declaração, pedindo progresso na aproximação entre suas igrejas, separadas desde 1054.
Francisco e Bartolomeu ficaram por algum tempo ajoelhados na entrada da Basílica do Santo Sepulcro, onde, de acordo com a tradição cristã, Jesus foi crucificado e ressuscitou. A multidão aplaudiu os dois dirigentes e depois entoou cantos de louvor durante a celebração ecumênica. “Nesta basílica, para a qual todo cristão olha com profunda veneração, chega a seu ápice a peregrinação que estou fazendo”, disse o papa.
“Peregrinamos seguindo as pegadas de nossos predecessores, o papa Paulo VI e o patriarca Atenágoras, que, com audácia e docilidade ao Espírito Santo, tornaram possível, há 50 anos, na Cidade Santa de Jerusalém, o encontro histórico entre o bispo de Roma e o patriarca de Constantinopla”, lembrou.
Na declaração, de 10 pontos, Francisco e Bartolomeu se comprometeram a respeitar “as legítimas diferenças, pelo bem de toda a Humanidade”. Também concordaram em trabalhar para que “todas as partes, independentemente de suas convicções religiosas, favoreçam a reconciliação dos povos”. Francisco estava bastante emocionado.
Convite a Israel e Palestina
Horas antes, o papa entrou em contato, em Belém (cerca de oito quilômetros de Jerusalém), com a realidade do conflito entre israelenses e palestinos, ao tocar a barreira de separação israelense, quando pediu o fim de uma situação “inaceitável”. Ele foi recebido com todas as honras de Estado da Palestina pelo presidente Mahmud Abbas, e por uma delegação de autoridades palestinas.
Diante de Francisco, Abbas acusou Israel de tentar “mudar a identidade de Jerusalém Oriental e de asfixiar sua população palestina, cristã e muçulmana, com o objetivo de expulsá-la” da cidade.
O papa convidou Abbas e o presidente de Israel, Shimon Peres, para rezar pela paz no Vaticano. Os dois aceitaram, e o encontro está marcado para 6 de junho. Trata-se de uma vitória importante para o papa, já que as conversas de paz entre palestinos e israelenses estão travadas e uma vez que, há pelo menos um ano, não há grandes encontros de autoridades.
Peres saudou a iniciativa de Francisco de oferecer “a sua casa” a israelitas e palestinos, afirmando que “sempre apoiou qualquer iniciativa”como essa.
“Aqueles que fazem parte da Igreja têm a obrigação de se tornar ferramentas para a paz,”, disse Francisco, que encerra nesta segunda-feira sua visita ao Oriente Médio. Foi a primeira vez que o pontífice esteve na região. (das agências de notícias)
NÚMEROS
50 anos
atrás havia ocorrido o último encontro entre um papa e o patriarca da Constantinopla
Fonte: O Povo
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