Após a morte do bebê britânico Alfie Evans, que teve seus aparelhos
desligados por sofrer de uma doençaneuro degenerativa rara, o papa Francisco afirmou que a ciência precisa
respeitar os limites pelo bem da própria humanidade e advertiu que nem sempre
tudo é aceitável eticamente.
A declaração foi dada pelo Pontífice neste sábado(28) durante uma
conferência internacional sobre medicina regenerativa promovida pelo Vaticano.
“A Igreja elogia todos os esforços de pesquisa e aplicação voltados para a cura
de pessoas que sofrem, mas também lembra que um dos princípios fundamentais é
que nem tudo que é tecnicamente possível ou viável é eticamente aceitável”,
explicou Francisco.
Para Jorge Mario Bergoglio, a “ciência, como qualquer outra atividade
humana, sabe que tem limites a serem respeitados pelo bem da própria humanidade
e precisa de um senso de responsabilidade ética”.
Alfie Evans, de 23 anos, foi alvo de uma batalha judicial entre seus
pais, Tom e Kate, contra a Justiça britânica, que determinou o desligamento dos
aparelhos que o mantinham vivo, mesmo o governo da Itália concedendo cidadania
ao bebê para tratá-lo no hospital Bambino Gesù, em Roma.
O Papa fez diversos apelos contra a decisão dos médicos e apoiou
publicamente os pais de Alfie. “Diante do problema do sofrimento humano é necessário
saber criar sinergias entre pessoas e instituições, superando preconceitos,
cultivar o cuidado e o esforço de todos em prol do doente”, disse.
O líder da Igreja Católica ainda ressaltou que a maioria dos males da
humanidade poderiam ser evitados se as pessoas prestassem mais atenção ao
estilo de vida do outro, sobretudo, dos jovens, que estão expostos ao álcool, à
poluição e o tabaco.
“Precisamos de ações concretas em favor daqueles que sofrem, por meio da
convergência de esforços e ideias capazes de envolver representantes de várias
comunidades, como cientistas e médicos, pacientes, famílias, estudiosos da
ética e da cultura, líderes religiosos, filantropos, representantes dos
governos e do mundo dos negócios”, acrescentou.
Além disso, o Pontífice destacou a importância dos “quatro verbos:
prevenir, reparar, curar e preparar o futuro” e da necessidade de refletir
sobre a saúde humana em um contexto global, considerando também a preservação
do meio ambiente e não só a ciência. (ANSA)
Agência ANSA