O Senado aprovou omtem (10) projeto que aumenta a potência das rádios
comunitárias. A redação final prevê a ampliação de 25 para 150 watts. Pela
proposta, haverá também aumento do número de canais disponíveis em cada localidade,
de um para dois. O projeto, de autoria do Senado, segue agora para a Câmara dos
Deputados.
As rádios comunitárias ganharam legislação própria em 1998. A Lei 9.612,
daquele ano, estabeleceu regras específicas para essas estações, limitando o
canal por comunidade a um e a potência a 25 watts. As representações dessas
emissoras sempre reclamaram desses limites. Um dos argumentos é que eles
dificultam a transmissão em locais de menor densidade geográfica, especialmente
em áreas rurais ou na Região Norte.
Do outro lado, emissoras comerciais criticavam a proposta, afirmando que
o aumento da potência poderia gerar risco de interferência das rádios
comunitárias em outros tipo de estação de rádio. Os posicionamentos contrários
contribuíram para uma alternativa acordada em plenário – 150 watts, quando a
redação original previa 300 watts.
Na sessão, senadores responderam às críticas das emissoras comerciais.
“O aumento de potência é claro, só vale para aquela comunidade. Rádios de
municípios não vão alcançar outra cidade. Não há porque criar falar que vai
afetar rádios privadas”, afirmou o senador Waldemir Moka (MDB-MS).
O aumento foi defendido por parlamentares como forma de valorizar o
trabalho das emissoras comunitárias. “Há 4.800 rádios deste tipo pelo país afora,
com papel relevante na comunicação social. São elas que estão presentes nos
rincões do país, fazendo comunicação com responsabilidade”, disse a senadora
Fátima Bezerra (PT-RN).
Na avaliação do coordenador executivo da Associação Brasileira de
Radiodifusão Comunitária (Abraço), Geremias Santos, a aprovação foi importante
para as emissoras. “Vinte anos depois da lei do setor, senadores mudaram a
legislação. Não foi o que queríamos, mas chegaram a um termo que coloca agora a
necessidade dos deputados promoverem a aprovação da lei”, comentou.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL