Com uma
taxa de 64 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, o Rio Grande do Norte
foi o estado brasileiro mais violento de 2017 quando considerado o tamanho da
população. O levantamento foi realizado em todo o país pelo G1 – por
meio do Monitor da Violência – que usou dados oficiais
repassados diretamente pelas secretarias de segurança pública de cada estado ou
por meio da Lei de Acesso à Informação.
A
projeção populacional do IBGE para o RN em 2017 foi de aproximadamente 3,5
milhões de habitantes.
No RN,
segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed),
2.246 pessoas foram vítimas de crimes violentos no ano passado, sendo: 1.862
homicídios, 83 latrocínios e 301 casos de lesões corporais que resultaram em
morte.
Fora
essas três situações, também foram registrados ano passado 139 casos de 'Ação
Típica de Estado', que é quando o indivíduo morre em razão de alguma ação de
segurança pública, como a troca de tiros com policiais, por exemplo.
O segundo
estado mais violento em 2017, ainda de acordo com o levantamento do G1,
foi o Acre, com total de 530 mortes registradas e taxa de 63,9 mortes para cada
grupo de 100 mil habitantes.
O
terceiro é Pernambuco, com 5.427 mortes em 21017, o que representa taxa de 57,3
mortes por cada grupo de 100 mil pessoas.
Outros dados
O Rio
Grande do Norte apresentou um crescimento de 72,9% nos casos de latrocínio
(roubo seguido de morte) quando comparados os últimos dois anos. O número de
latrocínios no estado pulou de 48 (em 2016) para 83 (em 2017).
O estado
também teve a pior taxa de lesão corporal seguida de morte do país. Em 2017,
foram 301 casos, e em 2016, tinham sido 118 – o que dá um crescimento de 155%
em apenas um ano.
Em termos
de crescimento, o RN foi o 5º com maior evolução na taxa de mortes violentas.
Símbolo
Um dos
casos de violência mais emblemáticos de 2017 foi o da cabeleireira Micaela
Ferreira Avelino, de 26 anos, dona de uma barbearia no shopping Ayrton Senna,
no bairro de Nova Parnamirim, na Grande Natal. A jovem morreu ao levar um tiro na cabeça durante um
confronto entre seguranças de uma empresa de transporte de valores e
assaltantes que tentaram roubar o carro-forte que foi reabastecer os caixas
eletrônicos do shopping.
Mica, como era mais conhecida, havia mudado o salão para o shopping
fazia menos de um mês, já em razão de um assalto sofrido onde funcionava seu
antigo negócio. Em uma rede social, a jovem chegou a reclamar da falta de segurança da cidade.
“A violência está cada dia pior. Natal não tem mais segurança. Hoje a
gente é refém. Nós que vivemos dentro de casa e a bandidagem solta. O poder
público não faz nada”, desabafou.
G1RN