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Ministério Público de Goiás suspeita que o bispo da Diocese de Formosa, Dom
José Ronaldo, enriqueceu ilicitamente com dinheiro supostamente desviado de
fiéis. A investigação mostra que o religioso teria adquirido até carros de
luxo, uma fazenda para criação de gado e uma casa lotérica com recursos de
dízimos e doações durante um período de cerca de três anos – desde 2015, pelo
menos.
Nesta segunda-feira, 19, Dom José Ronaldo e mais quatro padres, além de um monsenhor, o vigário-geral e dois funcionários do setor administrativo da Cúria foram presos por ordem judicial em regime temporário, por cinco dias. Ao todo, a Operação Caifás abrange 13 mandados de prisão e 10 de buscas em três municípios goianos, Planaltina, Posse e Formosa.
Segundo a Promotoria, Dom José Ronaldo seria o mentor de um esquema para desvios milionários na Diocese de Formosa.
A Operação Caifás atribui ao bispo Dom José Ronaldo e aos outros investigados crimes de falsidade ideológica, apropriação indébita e associação criminosa. O bispo e os padres teriam usado nomes de ‘laranjas’ para ocultar patrimônio supostamente ilícito.
O Ministério Público de Goiás calcula que o volume de desvios da Diocese de Formosa chega a R$ 2 milhões. A estimativa ainda é preliminar.
A reportagem fez contato com a Diocese de Formosa, mas ainda não obteve retorno. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ainda não se manifestou.
Operação Caifás foi montada a partir de denúncias de fiéis que exigem prestação de contas da Igreja Católica de Goiás. Em dezembro, eles protocolaram denúncia na Promotoria, alegando que a Diocese de Formosa, que abrange 33 igrejas e 20 municípios goianos, não divulgou dados da contabilidade, nem mesmo dos últimos três grandes eventos festivos.
Agência
Estado