O
pagamento dos terceirizados que operam o serviço de carros-pipa no interior do
Rio Grande do Norte está atrasado há três meses. Ao todo, 60 empresas fazem o
trabalho, abastecendo 16 cidades atingidas pela seca. Alguns dos pipeiros
ameaçam cruzar os braços se não receberem o dinheiro.
De acordo
com o Gabinete Civil do Governo, o motivo do atraso foi a demora na abertura do
orçamento do Estado neste ano, que foi publicado no Diário Oficial já no dia 16
de fevereiro. “Além disso, houve a implantação de um novo sistema financeiro
pela Secretaria de Estado de Planejamento e das Finanças, o Sistema Integrado
de Planejamento e Gestão Fiscal (Sigef). Assim, todos os processos tiveram de
ser remanejados, o que retardou o trâmite processual até o pagamento”, afirmou
o Gabinete Civil, através de nota.
A
expectativa do Executivo Estadual é de que a situação seja regularizada até a
semana que vem. “Durante este período, a operação foi mantida sem qualquer
interrupção ou prejuízo à população”, acrescentou o Gabinete Civil.
O
empresário Wilian César, proprietário de oito carros atuando na chamada
Operação Vertente, disse que tem arcado com todos os custos de salários de
motoristas, combustível e manutenção dos caminhões, apesar dos atrasos.
A
história é confirmada pelos empresários Arinaldo Costa Maia, Alexandre Veras,
Leonardo Salustino Porpino, Dário David de Carvalho e Emanuel Messias. Todos
eles também atuam na prestação do serviço. “Está todo mundo com a corda no
pescoço”, diz Arinaldo Maia.
Leonardo
Porpino e Emanuel Messias disseram que têm intenção de retirar os carros do
trabalho. Com os atrasos de pagamento, eles não têm conseguido mais custear o
serviço. Leonardo tem quatro caminhões à disposição do Estado e Emanuel tem
sete. Ao todo são 120 carros-pipa.
Os
empresários afirmam que procuraram o Governo do Estado para saber do dinheiro.
O montante destinado ao pagamento deles é oriundo da União, e já está na conta
do Executivo do RN. Do outro lado, o Gabinete Civil argumenta que os pipeiros
foram informados sobre a tramitação e possíveis atrasos.
G1RN