O delegado geral de Polícia Civil Claiton Pinho pediu
exoneração do cargo na noite desta segunda-feira (17). Ele deixou o cargo após o ex-secretário de Segurança Pública
e Defesa Social do Rio Grande do Norte Caio Bezerra anunciar que pediu para
sair. Pinho passou nove meses na Degepol.
“Na noite desta segunda-feira (17), o delegado da Polícia
Federal, Caio César Marques Bezerra, pediu exoneração do cargo de secretário
estadual de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte. Diante de
tal fato e agradecido por toda confiança que foi depositada no meu trabalho,
eu, delegado Claiton Pinho, deixo o cargo de delegado-geral de Polícia Civil”,
escreveu Claiton Pinho, em carta.
Em sua trajetória profissional, o delegado Cleiton Pinho já
atuou a frente das 1ª e 2ª Delegacia de Polícia de Mossoró, delegacia de Apodi,
delegacia de Areia Branca, Delegacia de Furtos e Roubos de Mossoró, Deprov em
Natal, delegacias regionais de Mossoró e Macau, subcoordenadoria do Itep e
Dehom Mossoró. Ele também esteve na Força Nacional, foi diretor do Copi
(Comando de Operações de Polícia Integrada) e também exerceu a função de
diretor de Polícia Civil do Interior.
“Durante os nove meses em que estive à frente da Delegacia
Geral de Polícia Civil (Degepol) os esforços para prender todos aqueles que
foram suspeitos por crimes foram imensos. Todo o trabalho empreendido na Polícia
Civil durante este tempo é resultado de um trabalho coletivo.
Em um momento
como este, só posso deixar os meus sinceros agradecimentos. Agradeço ao
governador do Estado do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, pela oportunidade
de ter ficado à frente da polícia judiciária neste período; Agradeço ao
ex-secretário Caio César Marques Bezerra pela confiança que sempre foi
depositada em mim; Agradeço a todos os delegados e delegadas que ficaram à
frente das diversas diretorias da Degepol, vossas dedicações foram
fundamentais; Por fim, agradeço a todos os que fazem a Polícia Civil,
delegados, agentes e escrivães por terem caminhando comigo nesta missão árdua,
mas me move os nossos espíritos em prol do bem”, diz a carta.
Crise
Atualmente, o RN enfrenta uma crise sem precedentes na
segurança pública, principalmente quando se trata de homicídios. Nunca se matou
tanto no estado. Levantamento feito pelo Observatório da Violência Letal
Intencional (OBVIO) - instituto sem fins lucrativos que contabiliza e analisa
os crimes contra a vida no estado – apontam para um aumento significativo no
número de assassinatos registrados no estado. No período de 1º de janeiro a 9
de abril do ano passado, por exemplo, 518 pessoas foram mortas no RN. Já no
mesmo período deste ano, 676 homicídios já foram registrados – um aumento de
30,50%.
No início do mês, uma pesquisa elaborada e divulgada pela ONG
mexicana Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal, revelou outro dado preocupante ao apontar Natal, a capital
potiguar, como a 10ª cidade mais violenta do mundo. A lista, que
possui 50 cidades, inclui 19 cidades brasileiras. Destas, Natal é a primeira,
com 69,56 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes.
Quando divulgados os números, tanto do OBVIO quanto da ONG
mexicana, a Secretaria de Segurança atribuiu a maioria dos assassinatos ao
tráfico de drogas. De acordo com ele, entre 65% e 70% são crimes relacionados
de alguma forma ao tráfico. "Essas são informações a partir de
investigações oficiais em locais de crime. Não é que estejamos usando isso como
desculpa, mas precisamos observar esses dados até para termos um diagnóstico e
focarmos no problema", comentou Caio Bezerra.
G1RN