O desaparecimento, a tortura e a matança de presos dentro
da penitenciária de Alcaçuz – o mais sangrento episódio da história do sistema
carcerário potiguar – são temas de um relatório que será entregue ao Subcomitê
de Prevenção à Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU) e à Organização
dos Estados Americanos (OEA). O documento deve ficar pronto até o final do mês.
As informações foram confirmadas ao G1 pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), órgão da União independente mas que funciona em conjunto com o Ministério dos Direitos Humanos, responsável pela elaboração do relatório.
No mês passado, uma equipe do mecanismo esteve na capital potiguar e requereu, junto ao Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep), respostas específicas sobre as situações que ocorreram durante as rebeliões.
O ‘Massacre de Alcaçuz' aconteceu em janeiro, quando presos de duas facções criminosas rivais se confrontaram. Resultado? Pelo menos 26 presos foram brutalmente assassinados.
Destes, 15 tiveram as cabeças arrancadas. Quatro
corpos ainda sem identificação – três deles totalmente carbonizados –
permanecem nas geladeiras do instituto, em Natal. Dos 22 cadáveres entregues às
famílias, metade foi enterrada sem os crânios.
G1 RN