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sexta-feira, 27 de maio de 2016

Em nota, Dilma nega pagamento irregular a João Santana

A presidente afastada Dilma Rousseff divulgou nota ontem (26) negando pagamento irregular ao publicitário João Santana, responsável pela sua campanha em 2014. A nota vem após a TV Globo divulgar novos áudios de conversas do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-presidente José Sarney.

Em conversa com Sarney, Machado afirma que a delação premiada da Odebrecht atingiria Dilma, pois ela teria tratado diretamente com a construtora solicitando pagamento a Santana. Na nota, Dilma afirma que os pagamentos ao publicitário na campanha de reeleição foram “regularmente contabilizados na prestação de contas aprovadas pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral]”.

Segundo a presidente afastada, os repasses a João Santana na campanha de 2014 totalizaram R$ 70 milhões, sendo R$ 50 milhões no primeiro turno e R$ 20 milhões no segundo turno.

“Os valores destinados ao pagamento do publicitário, conforme indica a prestação de contas, demonstram por si só a falsidade de qualquer tentativa de que teria havido outro pagamento não contabilizado para a remuneração dos serviços prestados”, afirma a nota.

Dilma diz ainda que acha “curioso” que pessoas que estavam distantes da coordenação de sua campanha presidencial possam dar informações de “como foram pagos e contabilizados os recursos arrecadados legalmente para a sua realização”. De acordo com a presidente afastada, comentários em conversas entre terceiros não indicam a origem das informações e não têm credibilidade.

Dilma Rousseff qualificou como “escusas” e “direcionadas” o que chamou de tentativas de envolver o seu nome em situações das quais ela nunca participou. Segundo a presidenta afastada, as tentativas “só se explicam em razão de interesses inconfessáveis”.

Desde o último dia 23, quando a Folha de S.Paulo divulgou o conteúdo de conversas de Sérgio Machado com o agora licenciado ministro do Planejamento, Romero Jucá, os áudios gravados pelo ex-presidente da Transpetro têm causado turbulência política. Nos dias que se seguiram, o jornal divulgou novas conversas de Machado, dessa vez em conversas com Renan e Sarney.

O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, homologou ontem (25) o acordo de delação premiada de Machado.



NOTA DE ESCLARECIMENTO
Acerca da divulgação do teor de conversas gravadas em que se atribui à presidenta Dilma Rousseff a solicitação de pagamento ao publicitário João Santana pela empresa Odebrecht, cumpre esclarecer que:

1. Todos os pagamentos feitos ao publicitário João Santana na campanha da reeleição de Dilma Rousseff totalizaram R$ 70 milhões (R$ 50 milhões no primeiro turno e R$ 20 milhões no segundo turno). Os referidos pagamentos foram regularmente contabilizados na prestação de contas aprovadas pelo TSE.

2. Os valores destinados ao pagamento do publicitário, conforme indica a prestação de contas, demonstram por si só a falsidade de qualquer tentativa de que teria havido outro pagamento não contabilizado para a remuneração dos serviços prestados.

3. É curioso que pessoas que estiveram distantes da coordenação da campanha presidencial, de sua tesouraria, possam dar informações de como foram pagos e contabilizados os recursos arrecadados legalmente para a sua realização. Comentários feitos em conversas entre terceiros e que não apontam a origem das informações não têm nenhuma credibilidade.

4. As tentativas de envolver o nome da presidenta Dilma Rousseff em situações das quais ela nunca participou ou teve qualquer responsabilidade são escusas e direcionadas. E só se explicam em razão de interesses inconfessáveis.

Assessoria de Imprensa
Presidenta Dilma Rousseff


Agência Brasil

Aécio Neves é hostilizado e chamado de golpista em praia no Rio

Um vídeo que vem circulando nas redes sociais nesta quinta-feira mostra o senador Aécio Neves (PSDB/MG) sendo hostilizado na praia do Leblon, Zona Sul do Rio.

O registro revela o momento em que uma mulher se aproxima de Aécio, sua mulher, Letícia Weber, e de seus filhos.

"Aqui a gente tá vendo um golpista na praia, com os filhos. Pouco se lixando com o Brasil, que tá pegando fogo. O golpista tá aqui na praia, gente, olha. Parabéns pelo que vocês estão fazendo pelo Brasil". No que Letícia rebate: "Não fala do que você não sabe". Eis, então, a tréplica da mulher que está gravando o vídeo: "Eu falo o que eu sei, eu tenho certeza".

PSDB refuta citação a Aécio em gravações

Nesta quarta-feira, o PSDB divulgou uma nota oficial em que refuta a citação feita ao senador Aécio Neves (PSDB/MG) nas gravações feitas pelo ex-senador e ex-presidente da Transpetro, Ségio Machado, em conversa com Renan Calheiros (PMDB/AL), presidente do Senado.

Segundo o comunicado do partido, trata-se de uma “tentativa deliberada e criminosa do senhor Sérgio Machado de envolver em suspeições o PSDB e o nome do senador Aécio Neves, em especial, sem apontar um único fato que as justifique”.

Fonte: EXTRA

Em novas gravações, Renan orienta defesa de Delcídio e chama Janot de “mau-caráter”

Gravação feita pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado mostra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), orientando, por meio de um intermediário chamado Wandemberg, o então senador Delcídio do Amaral (MS) a fazer sua defesa no Conselho de Ética. O áudio é de 24 de fevereiro, quando ainda não era público que Delcídio havia feito acordo de delação premiada. O novo teor foi divulgado pela repórter Camila Bomfim, no Jornal Hoje, da TV Globo.

O peemedebista diz, ainda, que é preciso que o presidente do Conselho de Ética, João Alberto Souza (PMDB-MA), peça diligências para não parecer que a investigação estava parada e sugere que o ex-petista escreva uma carta em tom humilde. “Fazer uma carta, submeter a várias pessoas, fazer uma coisa humilde… Que já pagou um preço pelo que fez, foi preso tantos dias… Família pagou… A mulher pagou…”

A relação entre Renan e Delcídio foi rompida após a divulgação do acordo de delação premiada, em que o ex-líder do governo aponta o peemedebista como um dos beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras.

Em outra conversa, com o próprio Sérgio Machado, em 11 de março, Renan chama o procurador-geral da República, de “mau-caráter”, diz que ele faz tudo o que a força-tarefa da Lava Jato quer. “Mau-caráter! Mau-caráter! E faz tudo que essa força-tarefa (Lava Jato) quer.” Ainda segundo o senador, a força-tarefa e Janot se acham “os donos do mundo”. Em nota, Renan diz que “acelerou” cassação de Delcídio e desconversa sobre Janot

Os dois ainda falam em encontrar uma “fórmula de dar um chega pra lá nessa negociação ampla, para poder segurar esse pessoal”. Na sequência, Renan e Machado fazem críticas a vários políticos do PSDB e do DEM. Citam o senador Aécio Neves, presidente do PSDB; o líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino (AM), e “Mendoncinha”, como é chamado o deputado licenciado Mendonça Filho (DEM-PE), atual ministro da Educação. Também são citados os senadores José Agripino (RN), presidente do DEM, Fernando Bezerra (PSB-PE) e José Serra (PSDB-SP), atual ministro das Relações Exteriores, além da presidente afastada Dilma Rousseff.

No diálogo, Renan concorda com Machado quando ele diz que Aécio é “vulnerável”, “vulnerabilíssimo”. Os dois também fazem menção de incluir José Agripino “na roda”. “Zé, nós combinamos de botá-lo na roda. Eu disse ao Aécio e ao Serra. Que no próximo encontro que a gente tiver tem que botar o Zé Agripino e o Fernando Bezerra. Eu acho”, diz Renan, sem especificar o que era tratado no encontro.

Em outro trecho, de 10 de março, Machado sugere que um grupo do PMDB se aproxime do relator da Lava Jato no Supremo, o ministro Teori Zavascki. Sarney cita o nome do ex-ministro do Supremo Tribunal de Justiça, Cesar Asfor Rocha, que, segundo o ex-presidente José Sarney, tem muita proximidade com Teori, e diz que vai conversar com ele sobre isso. Sarney, Renan e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que deixou o Ministério da Previdência após 12 dias, foram alvo de gravações de Sérgio Machado. O ex-senador cearense utilizou as gravações para fazer acordo de delação premiada.

Veja a transcrição dos diálogos, segundo o Jornal Hoje:

Sobre Delcídio:
RENAN: O que que ele (Delcídio) tem que fazer… Fazer uma carta, submeter a várias pessoas, fazer uma coisa humilde… Que já pagou um preço pelo que fez, foi preso tantos dias… Família pagou… A mulher pagou…
WANDEMBERG: Ele (Delcídio) só vai entregar à comissão, fazer essa carta e vai embora.
RENAN: Conselho de ética. Falei agora com o João (João Alberto, presidente do Conselho de Ética). O João, ele fica lá ouvindo os caras… O Conselho de Ética não tem elementos para levar processo adiante. Também é ruim dizer que não vai levar o processo adiante. Então, o Conselho de Ética tem que requerer diligências requisição de peças e enquanto isso não chegar fica lá parado…
WANDEMBERG: (João Alberto) vai colocar em votação e vai ter uma derrota antecipada…

Sobre Janot, a força-tarefa da Lava Jato e políticos
SÉRGIO MACHADO: Agora esse Janot, Renan, é o maior mau caráter da face da terra.
RENAN: Mau caráter! Mau caráter! E faz tudo que essa força-tarefa (Lava jato) quer.
SÉRGIO MACHADO: É, ele não manda. E ele é mau caráter. E ele quer sair como herói. E tem que se encontrar uma fórmula de dar um chega pra lá nessa negociação ampla pra poder segurar esse pessoal (Lava Jato). Eles estão se achando o dono do mundo.
RENAN: Dono do mundo.
SÉRGIO MACHADO: E o PSDB pensava que não, mas o Aécio agora sabe. O Aécio, Renan, é o cara mais vulnerável do mundo.
RENAN: É…
SÉRGIO MACHADO: O Aécio é vulnerabilíssimo. Vulnerabilíssimo! Há muito tempo.
SÉRGIO MACHADO: Como que você tem cara de pau, Renan, aquele cara Pauderney que agora virou herói. Um cara mais corrupto que aquele não existe, Pauderney Avelino.
RENAN: Pauderney Avelino.
RENAN: Mendocinha.
SÉRGIO MACHADO: Mendocinha, todo mundo pô? Que *** é essa querer ser agora o dono da verdade?
SÉRGIO MACHADO: O Zé (Zé Agripino) é outro que pode ser parceiro, não é possível que ele vá fazer maluquice.
RENAN: O Zé, nós combinamos de botá-lo na roda. Eu disse ao Aécio e ao Serra. Que no próximo encontro que a gente tiver tem que botar o Zé Agripino e o Fernando Bezerra. Eu acho.
SÉRGIO MACHADO: O PSB virou uma oposição radical. O Zé não tem como não entrar na roda.
RENAN: O PSB quer o impeachment, mas o Fernando (Bezerra) é um cara bom.
SÉRGIO MACHADO: Porque também entende disso que a gente está falando.
RENAN: É.
SÉRGIO MACHADO: Porque tem que tomar cuidado porque esse *** desse Noblat [se referindo ao colunista Ricardo Noblat, do jornal "O Globo"] botou que essa coisa de tirar a Dilma é maneira de salvar os corruptos.
RENAN: Tirar a Dilma? Manter a Dilma?
SÉRGIO MACHADO: Tirar a Dilma. Que é um processo de salvação, de salvação.
RENAN: Que é a lógica que ela fez o tempo todo.
SÉRGIO MACHADO: É porque esse processo. Porque Renan vou dizer o seguinte: dos políticos do Congresso se “sobrar” cinco que não fez é muito. Governador nenhum. Não tem como, Renan.
RENAN: Não tem como sobreviver.
SÉRGIO MACHADO: Não tinha como sobreviver.
RENAN: Tem não.
SÉRGIO MACHADO: Não tem como sobreviver. Porque não é só, é a eleição e a manutenção toda do processo.
RENAN: É.

SÉRGIO MACHADO: O que eu quero conversar contigo… Ele não tem nada de você, nem de mim… O Janot é um **** da maior, da maior.
RENAN: eu sei. Janot e aquele cara da… Força tarefa…
SÉRGIO MACHADO: Mas o Janot tem certeza que eu sou o caixa de vocês. Então o que ele quer fazer. Não encontrou nada e nem vai encontrar nada. Então quer me desvincular de você. (…) Ele acha que no Moro, o Moro vai me prender, e ai quebra a resistência e aí… Então a gente precisa ver, andei conversando com o presidente Sarney, como a gente encontra uma… Porque se me jogar lá embaixo eu estou ***.
RENAN – Isso não pode acontecer.
SÉRGIO MACHADO: Porque realmente se me jogarem para baixo, ai… Teori, ninguém consegue conversar.

Com Sarney sobre Teori

SARNEY: Você se dá com o Cesar. Cesar Rocha.
SÉRGIO MACHADO: Hum.
SARNEY: Cesar Rocha.
SÉRGIO MACHADO: Dou, mas o Cesar não tem acesso ao Teori, não. Tem?
SARNEY: Tem total acesso ao Teori. Muito, muito, muito, muito acesso, muito acesso. Eu preciso falar com Cesar. A única coisa com o Cesar, com o Teori é com o Cesar.
SARNEY: O Renan me fez uma lembrança que pode substituir o Cesar. O Ferrão é muito amigo do Teori.
RENAN: tem que ser uma coisa confidencial.
SÉRGIO MACHADO: Só entre nós e o Ferrão.
SARNEY: Isso tem me preocupado muito porque eu sou o único que não tive num negócio desse, sou o único que não tive envolvido em nada. Vou me envolver num negócio desse.
SÉRGIO MACHADO: Claro que não, o que acontece é que a gente tem que encontrar, me ajudar a encontrar a solução.
SARNEY: Sem dúvida.
SÉRGIO MACHADO: No que depender de mim, nem se preocupe. Agora, eu preciso, se esse *** me botar preso 1 ano, 2 anos, onde é que vai parar?
SARNEY: Isso não vai acontecer. Nós não vamos deixar isso.

Fonte: Congresso em Foco

“A menção ao meu nome não faz o menor sentido”, disse Agripino sobre delação

Gravações do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, delator da Operação Lava Jato, citam o senador Aécio Neves, presidente do PSDB; o deputado Pauderney Avelino (AM), líder do DEM; “Mendoncinha”, como é chamado o agora ministro da Educação, deputado Mendonça Filho (DEM-PE); senador José Agripino (RN), presidente do DEM; senador Fernando Bezerra (PSB-PE); senador José Serra, do PSDB, atual ministro das Relações Exteriores, e a agora presidente afastada Dilma Rousseff.

O presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), negou ter tido qualquer conversa com Renan ou Machado sobre a Lava Jato. “A menção ao meu nome não faz o menor sentido uma vez que eu e o meu partido sempre defendemos e continuaremos a defender as investigações conduzidas pela operação”.

Fonte: Robson Pires

GOVERNADOR ESTÁ TURISTANDO COM A FAMÍLIA EM VIAGEM INTERNACIONAL

O governador Robinson Farias passou ontem o comando do Estado para o vice governador Fábio Dantas por um período de 12 dias e empreendeu viagem turística internacional com a família.

O passeio foi uma forma que o governador encontrou para se aliviar dos estressantes problemas que vem enfrentando no governo nestes últimos dias. 
 
O governador escolheu o território da Flórida, tendo como local de desopilação a belíssima cidade de Miami. 
 
Fonte: Aluizio França

Quase 3 milhões já ficam sem seguro-desemprego neste ano no Brasil

Mariana Tassi Barbosa, 28, recebeu neste mês a última parcela do seguro-desemprego. A analista de mídias sociais, que está sem trabalho há oito meses, vinha usando o benefício para pagar prestações do apartamento que comprou com o noivo.

"Estou quase aceitando ganhar menos do que antes", diz ela, que achava que já estaria empregada a esta hora.

À medida que o desemprego avança, piora a situação dos que perdem o direito ao benefício pago pelo governo, válido por até cinco meses (veja quadro).

Além de Barbosa, outras 542,4 mil pessoas receberam a última parcela do benefício neste mês. Desde o começo do ano, já foram 2,862 milhões, número 8% superior ao do mesmo período de 2015 (2,650 milhões), segundo o Ministério do Trabalho.

Ao mesmo tempo, fica mais difícil conseguir uma recolocação num momento em que a economia brasileira está fechando vagas em proporção maior que abrindo novas.

Em abril, pelo 13º mês seguido, o mercado de trabalho formal encerrou 62.844 postos de trabalho.

ESPERA RECORDE
De acordo com o IBGE, 30,9% dos desocupados nas seis principais regiões metropolitanas do país em fevereiro estavam fora do mercado de trabalho havia mais de seis meses. Trata-se do maior índice para o mês desde 2006.

O seguro, com valor máximo de R$ 1.542, é em geral usado para despesas mais básicas, como as de alimentação e remédios.

"Ele já é usado no básico. Quando acaba, nem isso eu consigo manter. Carro e geladeira dá para postergar. Arroz, feijão e remédio, não dá", afirma Fabio Pina, assessor econômico da FecomercioSP.

Entre os profissionais entrevistados pela Folha, vários demonstraram surpresa pela duração do desemprego: mesmo com a crise, não achavam que levariam tanto tempo para se recolocar.

"Não imaginava que ia ser tão difícil. Minha área não é tão concorrida", diz a técnica em biblioteconomia Aline da Silva, 26, desempregada há quase dez meses e ainda recebendo o seguro-desemprego, que representa metade do que ganhava antes.

A técnica já fez ajustes nas contas: a filha de um ano e oito meses foi para uma creche pública, por exemplo.

Ela desistiu de procurar vaga formal: está assessorando o cunhado, que tem um grupo de corrida, e vendendo almofadas personalizadas.

CICLO EM PROGRESSO
Para Pina, é difícil afirmar com precisão em que etapa do ciclo de desemprego o país está hoje. O número de beneficiários do seguro ainda pode variar muito conforme a evolução das demissões, das mudanças dos requisitos adotados para a concessão e do próprio caixa do governo.

A tendência, entretanto, é que os profissionais fiquem mais tempo fora do mercado. As seleções estão demorando mais –as empresas têm mais opções e, ao mesmo tempo, mais receio de errar na contratação.

"Tenho executivos que estão há quatro, cinco meses, em um mesmo processo seletivo", diz Claudia Monari, diretora de outplacement da consultoria Career Center, especializada em recolocação.

Katia Beltrão é formada em economia, tem pós-graduação em marketing e trabalha há mais de 20 anos na indústria farmacêutica. Há sete meses, foi demitida de um cargo de diretoria e, apesar de ter um bom planejamento financeiro, teve de reduzir o nível de consumo.

"Você elimina as despesas supérfluas, a academia fora do prédio, reduz o pacote de pacote de telefone, a frequência a restaurantes", conta ela.

Beltrão tem consciência de que, para o seu nível hierárquico, a espera tende a ser maior. "Quando você vai contratar um diretor, há várias etapas, entrevistas. Até falar com todo mundo, é normal que demore um pouco mais."

Naercio Menezes Filho, coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, afirma que ficar desempregado por até seis meses é normal, mesmo em épocas de crescimento econômico. Porém os motivos são distintos: na bonança, é mais comum que a rotatividade seja causada por uma busca de melhores oportunidades. Agora, trata-se de necessidade.

Monari, da Career Center, diz que, durante seleções, os candidatos devem "criar uma narrativa" a respeito do que estão fazendo no período de desemprego e como estão se atualizando –cursos on-line gratuitos, ações para aumentar a rede de contato etc.

"Aos olhos dos recrutadores, não é grave ficar mais tempo fora do mercado em um momento de crise. O problema é quando o mercado está favorável e a pessoa não consegue se recolocar."

Fonte: Folha de S. Paulo

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Governo Temer quer mudar Conselhos dos bancos públicos e das empresas estatais

O governo do presidente em exercício Michel Temer prepara uma grande reformulação nos conselhos de administração dos bancos públicos e das empresas estatais. Os conselhos - instâncias em que são tomadas as decisões estratégicas das empresas - têm em sua composição muitos representantes do governo da presidente afastada Dilma Rousseff. Em entrevista ao jornal "Estado de S.Paulo", o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, revelou que o objetivo é evitar “o conflito de interesses”.

Na visão do ministro, as pessoas que ocupam esses postos, indicadas pelo governo anterior, certamente contestarão as novas propostas administrativas, da mesma forma como fizeram durante a votação da revisão da meta fiscal, no Congresso, na madrugada de quarta-feira, quando ficou claro o clima de confronto e enfrentamento em relação às posições defendidas por Temer.

Padilha evitou usar o termo “devassa” para classificar a atuação do novo governo nas empresas estatais, no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal e em outros bancos públicos. “Essa palavra soa mal. Penso que tem de se fazer uma análise, uma auditoria”, disse, acrescentando que “a orientação do presidente Michel é que não haja caça às bruxas”. E emendou: “Nós não estamos procurando pessoas; estamos procurando solução do ponto de vista da gestão”.

Padilha não citou casos específicos nem nomes de conselheiros. Mas, uma busca em dados de empresas controladas pelo governo mostra ao menos sete integrantes do primeiro escalão da gestão Dilma: o ex-ministro Jaques Wagner (Casa Civil) e o assessor especial da Presidência Giles Azevedo, no conselho da hidrelétrica de Itaipu; os ex-ministros Luís Inácio Adams (Advocacia Geral da União) e Waldir Simão (Planejamento), ambos nos conselhos da Brasilprev e da Brasilcap, duas coligadas do Banco do Brasil; os ex-ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Edinho Silva, na BB Mafre, empresa de seguros do BB, e Miguel Rossetto (Trabalho), no BNDES. O ex-governador do Rio Grande do Sul Alceu Collares, Maurício Requião, filho do ex-governador do Paraná Roberto Requião, e Roberto Amaral, que ocupou o ministério de Ciência e Tecnologia no governo Lula, também integram o conselho de Itaipu.

Pela Lei das Sociedades Anônimas (S/A), há três formas de retirar conselheiros de administração em empresas de capital aberto: fim do mandato (usualmente de dois anos, com possibilidade de prorrogação), renúncia ou destituição em assembleia geral de acionistas.

Ao defender as mudanças nos Conselhos para se adequarem às novas orientações, o ministro Padilha explicou que irá buscar um alinhamento dos conselheiros. Para ele, a gestão do governo deve ser feita “com pessoas que queiram que a proposta seja adotada e não com quem a conteste diametralmente”. Em seguida, defende rapidez nessas mudanças.

“Em tendo havido uma mudança no governo e uma mudança de orientação do governo, é obvio que estas substituições deveriam ter acontecido ontem”, afirmou. “Como não deu para acontecer ontem, de hoje em diante é obvio que têm de acontecer, porque senão teremos um conflito de interesses dentro do órgão, o que é inadmissível”.

Ao ressaltar a necessidade de substituição dos conselheiros, Eliseu Padilha lembrou o enfrentamento que ficou claro entre o governo anterior e o novo, em todas as esferas. “Haja vista o debate que se estabeleceu ontem na Câmara dos Deputados. Se as pessoas que hoje estão nestes conselhos representam aquela posição que foi expressa no debate de ontem, dentro do Parlamento, é obvio que essas substituições já deveriam até ter sido feitas”, observou o ministro.

Questionado sobre o risco de judicialização, já que a função de conselheiro tem mandato definido, Eliseu Padilha respondeu: “Não vou discutir direito adquirido de ninguém. Vou tomar as providências que entendo defender os interesses do Estado brasileiro. Se isso derivar em alguma demanda judicial, estamos preparados para enfrentá-la.”

Recentemente foi aberto um questionamento jurídico em mudanças determinadas pelo governo na Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Em meio a uma intervenção do Planalto, o presidente Ricardo Melo, eleito para o período de quatro anos pelo conselho da empresa, foi demitido. Melo, que havia sido empossado dois dias antes da saída de Dilma, está recorrendo ao Supremo Tribunal Federal (STF).

O ministro disse que não está definido ainda por qual conselho devem ser iniciadas as mudanças. Disse apenas que algumas já foram feitas e que outras virão. Procurada, a assessoria da presidente afastada Dilma Rousseff não comentou as declarações de Padilha.

Estadão Conteúdo

"Novo Cangaço" ameaça policiais militares e moradores no sertão nordestino



No sertão nordestino, um grupo de assaltantes de bancos que se autodenomina "Novo Cangaço" tem atuado de forma violenta, explodindo caixas eletrônicos, fazendo moradores reféns e ameaçando matar policiais locais.

Eles contam com explosivos, carros blindados e armamento pesado para suas ações. Mesmo procurados, eles ameaçam de morte policiais em recados enviados pelas redes sociais.

"Como a bala entra em nós, entra neles também. A juventude do 'Novo Cangaço' vai voltar e vai cobrar. Nós vamos roubar esse banco e 'fazer latrocínio'. Agora, 'o polícia' que estiver de plantão vai pagar por essa covardia [morte de integrante]", diz um dos integrantes da quadrilha.

"Vamos matar qualquer PM na rua, não importa se trabalha no Corpo de Bombeiros. Nós não somos covardes como vocês, vamos mostrar como se briga, como é o verdadeiro cangaço", continuou o foragido. Veja a íntegra da gravação.

Reféns em Curimatá
No dia 5 de maio, a quadrilha invadiu a pacata cidade de Curimatá, região sul do Piauí, provocando pânico na população. Usando duas caminhonetes, com as carrocerias cheias de material que seria usado na explosão da agência do Banco do Brasil, os criminosos usaram como reféns pessoas que estavam em um bar: elas viraram "escudo" contra a polícia.

"Eles colocaram os reféns em fila na frente da agência. Depois da ação, as vítimas foram espalhadas pelos carros, para dificultar a ação da polícia", contou comandante do policiamento do interior do Piauí, coronel Paulo de Tarso.

A quadrilha, composta por 14 pessoas, conseguiu explodir os caixas eletrônicos. Mas, na saída da cidade, foi interceptada pela Polícia Militar.

Cinco suspeitos morreram no assalto, entre eles estava o líder do grupo Denilson Araquan. Outros seis foram presos e três conseguiram fugir a pé. Foram apreendidos três fuzis, uma submetralhadora, uma pistola e dezenas de munições, além de material explosivo, rádios comunicadores e certa quantidade de dinheiro.

Os fugitivos se esconderam na zona rural do município Morro Cabeça do Tempo (PI) e Avelino Lopes (PI), na divisa com a Bahia. As polícias do Piauí, Pernambuco e Bahia estão na caça ao restante do grupo.

Durante a fuga, que já dura 20 dias, moradores relataram que eles chegam aos sítios fazendo ameaças para ninguém informar à polícia onde estão, além de exigirem alimentos e água. A polícia não informou os nomes dos foragidos e acredita que eles seguem a pé em direção à Bahia. Mas pelo menos um deles, Cícero Henrique, foi identificado pela própria mãe que pede que os policiais o prendam.

"Me ajude e traga meu filho preso porque eu não vou querer advogado para tirar ele não [da cadeia]. Eu quero que cumpra a sentença pelo que ele fez, eu vou ajudá-lo na prisão, vai pagar pelo que ele errou. Mas sou uma mãe aflita e peço, eu só tenho um filho que Deus me deu ele", lamenta a mulher. Ouça o vídeo que ela divulgou nas redes sociais.

Mãe de foragido pede que policiais tragam seu filho preso
Violentos, irredutíveis e ramificados
"A característica desse grupo criminoso é que os integrantes não se entregam, mesmo encurralados, eles resistem e preferem morrer a serem presos. Eles são extremamente violentos. Porém, a polícia está preparada para contê-los. Não nos intimidamos com os recados que eles estão enviando pelo WhatsApp", afirmou o coronel Carlos Augusto Gomes de Souza, comandante da Polícia Militar do Piauí.

A quadrilha estaria fazendo uma espécie de revezamento nas cidades onde encontram menos dificuldade para praticar os crimes. São municípios com uma ou duas agências bancárias, que não possuem efetivo policial suficiente e onde a delegacia não funciona 24h. 

"Observamos que nas cidades onde eles conseguem roubar dinheiro mais fácil, sempre voltam a atuar", disse o delegado José Rivelino Moraes, da Dinter (Diretoria Integrada do Interior) de Pernambuco.

A quadrilha é originária do sertão de Pernambuco, da região do "polígono da maconha", e atua em cidades que estão na divisa do Estado com a Bahia, o Ceará e o Piauí.

São cerca de 40 integrantes, todos de uma mesma família: os Araquan. Nas décadas de 1980 e 1990, disputas com outras famílias sertanejas como os Benvindo, Cláudio, Gonçalves, Nogueira e Russo resultaram em dezenas de assassinatos em cidades como Floresta, Belém do São Francisco e Cabrobó, todas no interior de Pernambuco.

Segundo a Polícia Civil de Pernambuco, o "Novo Cangaço" é subdividido por setores de atuação. Uma parte é especializada em arrombamentos a bancos e outra em assaltos a agências bancárias e Correios. Além disso, atuam no tráfico de drogas e armamentos. "Cada setor tem um chefe. Nunca vão todos para a mesma ação criminosa, pois caso aconteça de serem presos ou morrerem, o restante do grupo continua a atuar", disse o delegado.

Os integrantes teriam também ligações com milícias no Paraguai e na Bolívia, onde conseguiriam as armas e treinamentos para manuseá-las.
Medo em Curimatá

Após o arrombamento ao banco em Curimatá, moradores têm evitando ficar até tarde nas ruas. Bares, lanchonetes e restaurantes também têm fechado cedo suas portas. Dono de um bar no centro da cidade, que pediu para não ser identificado, conta que os bandidos chegaram à cidade atirando para o alto e fizeram reféns os clientes de seu estabelecimento.

"Foi um terror porque ninguém sabia o que poderiam fazer com as pessoas, pegaram homens e também mulheres. Depois disso, o movimento do bar diminuiu e as pessoas não demoram muito aqui como antes. Eu até prefiro fechar cedo para não correr risco, pois os ladrões disseram que voltariam", disse o comerciante.

Uma moradora da rua Barão do Paraim, no centro, onde fica a agência bancária, contou que estava no terraço da casa quando os carros da quadrilha passaram em alta velocidade. "Como aqui no interior quase não tem movimento, a gente observa logo quando algo diferente está acontecendo. Estávamos no terraço e corremos para dentro de casa com medo de tiros", disse Maria dos Anjos Moreira, 53.

UOL

Governo do RN é condenado por dívida de R$ 12.240,00 Com empresa do Programa Primeira Chance

O Estado do Rio Grande do Norte foi condenado a pagar R$ 12.240,00 a uma empresa do ramo de lotéricas que participou do Programa Primeira Ch...