As investigações sobre desvios do dinheiro doado por fiéis pelo padre Robson de Oliveira, da Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade, Goiás, foram arquivadas pela Justiça, mas novas provas precisam ser levadas em consideração, avalia o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda.
“Há indícios fortes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, uma quadrilha que se apoderou uma igreja”, disse ele, em entrevista ao Fantástico, que trouxe neste domingo (21/2) reportagem com áudio encontrados, segundo a apuração, em celulares do padre.
Em um dos áudios, o padre estaria discutindo com o advogado Luís Barbosa a situação de outro advogado, Anderson Reiner Fernandes, que teria virado um desafeto. “Se o senhor pudesse matar ele pra mim seria uma benção”, diz o padre.
O conteúdo faz parte da investigação que o Ministério Público e a Polícia Civil conduziam contra o ex-reitor da basílica. No áudio, o padre estaria discutindo com Luís Barbosa uma estratégia jurídica.
O Fantástico também mostrou áudios de converas entre o padre Robson e a delegada de Trindade, Renata Viera, que foi afastada do cargo na última semana pela chefia.
Em um relato a ela sobre uma cobrança que faria, o padre dia à delegada: “Eu vou levar um policial e um assessor armado. Vai ser na base do Faroeste Caboclo”, diz ele.
A delegada de Trindade teria ganho contrato na igreja que o padre comandava.
A defesa do padre disse à Rede Globo que não reconhece a autenticidade dos áudios, que poderiam ter sido alterados por hackers. A delegada disse que é amiga do padre desde 2009 e que não cometeu crimes.
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