Morreu nesta quarta-feira (24) a cantora potiguar Glorinha Oliveira, aos 95 anos de idade. A artista estava internada no Hospital Rio Grande, na Zona Leste de Natal, desde o fim de janeiro por conta de uma doença crônica no pulmão.
Apelidada de Rouxinol Potiguar, Glorinha, além de cantora, também atuou como atriz, fez radionovelas e programas de humor.
Em nota, a Secretaria de Cultura de Natal lamentou a perda da artista, a quem definiu como "uma estrela maior que orgulhou o povo natalense com talento e simpatia".
"Glorinha deixa um legado musical a contar da época áurea do rádio. Foi atriz, intérprete e compositora. Gravou LP, CD, se apresentou com figuras renomadas da música nacional como Ângela Maria e Cauby Peixoto".
A pasta lembrou que a artista rodou o país e cantou nas inaugurações da TV Tupi em São Paulo e Rio de Janeiro. "Mesmo convidada para atuar e cantar no eixo sudeste, preferiu sua Natal e por aqui construiu uma carreira que dignifica não só a música, como a figura feminina, sendo pioneira e desbravadora em tantas áreas".
A morte também foi lamentada pelo vice-governador do estado, Antenor Roberto (PCdoB). "Com tristeza recebemos a notícia do falecimento de Glorinha Oliveira, a diva da música potiguar. Nosso aplauso e reverência a sua imortalidade como artista, cujo canto, seguirá encantando. Abraço aos filhos, familiares, amigos e legião de admiradores".
Homenagens
Artistas potiguares também lamentaram a morte da cantora nas redes sociais. A cantora Valéria Oliveira disse que Glorinha Oliveira foi "uma das vozes e presenças mais marcantes da nossa música desde os tempos do rádio".
A cantora Khrystal falou que "Glorinha Oliveira é a grande cantora do nosso estado, sem dúvida. Teve sua caminhada alicerçada no rádio e enfrentou as tempestades da vida com muita coragem e determinação". E lamentou: "Pessoas como Glorinha eram pra ser proibidas de partir". O músico Eduardo Taufic, que gravou uma canção à distância com a cantora durante a pandemia, também lamentou a perda. "Descanse em paz, minha rainha. Não terá outra na terra como você. Ainda deu tempo de a gente tocar de novo depois de tantos anos. Que tristeza no meu coração", escreveu. O sambista Carlos Britto também lembrou os encontros com a cantora e lamentou a perda. "Hoje a estrela maior da música potiguar nos deixa. Dona Glorinha sempre será lembrada como história da nossa música, como uma mulher forte que carregou com respeito e dedicação a música do nosso estado".
A carreira
Glorinha Oliveira nasceu em 27 de novembro de 1925, no bairro das Rocas, Zona Leste de Natal e berço do samba da capital potiguar. Ainda pequena, quando estudava no Grupo Izabel Gondim, Glorinha se passou a se destacar em suas apresentações em eventos e festinhas do colégio, participando de peças de teatro e cantando.
Aos 10 anos, ela foi morar no Recife, onde teve a oportunidade de se apresentar em um programa de calouros na Rádio Clube de Pernambuco, sendo eleita a cantora mirim. Anos depois, Glorinha teve o privilégio de participar da inauguração da 1ª Rádio do RN – a Rádio Educadora de Natal, que depois veio a se chamar Rádio Poti.
Na década de 1950, viajou por quase todo o Brasil para representar o RN nas inaugurações das emissoras de rádio dos Diários e Rádios Associados. Dividiu palco com grandes nomes da música brasileira da época, entre eles Ademilde Fonseca, Cauby Peixoto, Ângela Maria, Carlos Galhardo, Moacyr Franco, Leni Andrade, Miltinho, Sílvio Caldas, Orlando Silva, Ataulfo Alves, e tantos outros.
No rádio, Glorinha fez de tudo: radionovela, programa de humor, locutora e chegou até escrever mininovelas. Participou de diversos programas de TV, tornando seu trabalho reconhecido nacionalmente.
G1 RN
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