O agora ex-presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, teria recusado um pedido do Governo Federal para injetar R$ 100 milhões em publicidade na Record e SBT, segundo informou o colunista do jornal O Globo, Merval Pereira, nesta segunda-feira (22).
Castello Branco, segundo a publicação, já vinha enfrentando problemas de relacionamento com o Palácio do Planalto. A alteração do preço dos combustíveis teria sido apenas um pretexto para seu afastamento.
Pelo Twitter, Fábio Fária, Ministro das Comunicações e genro de Silvio Santos, negou a informação. "Merval, quem te passou essa informação mente. E você mente, por consequência. Desde que assumi, todas as campanhas são distribuídas com base no market share [cota de mercado] e descontos, conforme orientações do TCU (Tribunal de Contas da União), e todas as emissoras participam, inclusive a sua [Grupo Globo]. Sua nota é caluniosa e maldosa", bradou.
A suposta decisão de negar verbas para Record e SBT iria na contramão daquilo que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quer: colocar dinheiro em emissoras que o apoiam politicamente.
No início do mês, o NaTelinha havia apurado que Record e SBT estão abocanhando grande parte da verba distribuída pela Secom, ainda que a Globo esteja com ampla vantagem em audiência. A Secretaria Especial de Comunicação Social gastou R$ 1.055.622,75 em publicidade com a Globo ao longo do ano passado. Já o canal de Silvio Santos obteve R$ 9.344.130,21, enquanto a emissora do bispo Edir Macedo ficou com R$ 13.157.390,72.
Globo em vantagem nos números, mas não nas verbas.
O que chama a atenção é o fato da emissora carioca ter fechado 2020 na primeira posição no ranking do PNT (Painel Nacional de Televisão), que considera os dados das 15 principais regiões metropolitanas do país. E concentrando 33% da audiência das 7h às 0h. Isso significa que, um em cada três televisores do país ficou sintonizado no canal.
A líder teve média de 15,3 pontos no último ano. O SBT, que ficou na terceira colocação, registrou apenas 5,1 de média entre janeiro e dezembro de 2020. E a Record garantiu a vice ao ficar com 5,8 na média-dia, já que foi impulsionada pelo sucesso de A Fazenda. Ou seja, mesmo somadas, os dois canais tiveram 32% a menos de audiência que a Globo.
Vale destacar que os números levantados pelo NaTelinha representam apenas dados da Secom, que podem ser encontrados no Portal da Transparência. As verbas publicitárias do Governo Federal não estão claramente detalhadas na página e há Ministérios com sites próprios, o que inviabiliza o resultado total. Além disso, existem outros CNPJs das emissoras por se tratarem de negociações com afiliadas, o que poderia mascarar o resultado final.
Fonte: Na telinha/Uol
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