Foram presos na Operação “Marco Zero”: Ana Célia Rocha dos Santos, 34 anos; André Marques de Albuquerque, vulgo “André Cabeça”, 36 anos; Arthur Kennedy Martins, 35 anos; John Breno Rosendro da Silva; Manuel Messias de Araújo, vulgo “Vaca”; Paulo Alan Neves Souza dos Santos, 22 anos; Suenio Mafra Bassani Vale, 33 anos; Waldenio de Lima, 35 anos; e Wanderval Targino da Silva, 45 anos. No total, foram sete roubos ocorridos desde o mês de abril deste ano até este mês de setembro, sendo o primeiro roubo da organização ocorrido no dia 05 de abril, na cidade de João Câmara (RN); o segundo foi realizado no dia 04 de maio em Sítio Novo (RN); o terceiro roubo ocorreu no dia 01 de junho emSão Miguel (RN); o quarto roubo foi cometido no dia 09 de junho na cidade de Goianinha (RN); uma tentativa de roubo teria sido cometida no dia 30 de junho em Canguaretama (RN); o quinto roubo foi praticado no dia 03 de julho no município de Novo Lino (AL); o sexto roubo foi realizado no dia 29 de julho no município deBelém (PB); e o sétimo e último roubo teria ocorrido no dia 19 de setembro no município de Campina Grande (PB).
No dia 29 de julho deste ano, policiais civis da Deicor apreenderam um vasto material, entre armas e material para explosão, em uma residência localizada em São José de Mipibu. O material pertencia à quadrilha para o cometimento de roubos à instituições bancárias. Durante a operação, também foram apreendidos, na residência de John Breno, diversos mapas com informações as quais indicavam as cidades que seriam alvos, a distância entre cada uma delas, e o reforço policial que cada uma continha. A Operação “Marco Zero” iniciou no dia 03 de abril deste ano, após os roubos que ocorreram no município de Touros, revelando, durante as investigações, uma associação criminosa que atuava de forma organizada e planejada, atribuindo funções diferenciadas a cada integrante do grupo, tendo, entre eles, Manuel como líder, que utilizava de armas violentas nos roubos, e contra os policiais.
Investigações apontam que Suênio atuou como olheiro em Coronel Ezequiel, e era responsável por jogar os grampos para atrapalhar a perseguição da polícia, sendo investigado também pela Polícia Federal. Entre os nove integrantes, três eram responsáveis por providenciar, clonar e adulterar os veículos a serem utilizados durante os roubos, sendo eles Arthur, que fazia a ocultação e adulteração de carros, o John Breno, que roubava carros e também fazia planejamento dos roubos das cidades selecionadas, analisando a distância entre elas e o quantitativo de reforço policial de cada uma, além de ser “sócio” de Arthur, e Alan, que fazia a adulteração das placas dos veículos roubados. Através de André, o grupo criminoso conseguia as armas de fogo, que também eram consertadas por ele. Em um dos crimes, Valdênio teria realizado uma negociação de um veículo para o cometimento do roubo, sendo ele traficante na comunidade de Felipe Camarão, tendo como companheira, Ana Célia, também integrante da organização criminosa.
Em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (22), na Academia de Polícia Civil (Acadepol), o delegado da Deicor, Marcuse Cabral, detalhou que a quadrilha foi monitorada durante todos os seis meses de investigações, as quais revelaram que haviam ramificações desse grupo em outros estados, entre esses a Paraíba e Alagoas, locais onde também ocorreram roubos. “A partir dos primeiros roubos à instituição bancária em Touros, onde a quadrilha teria subtraído R$ 700.000 reais do Banco do Brasil, mediante explosivos, iniciamos um processo de monitoramento desse grupo criminoso. Através desse trabalho, apreendemos, no dia 29 de julho deste ano, um vasto material de armamento e explosivos desse grupo. Essa organização era especializada em roubar bancos, e altamente planejada para tal fim, distribuindo atribuições diversas a seus integrantes com o fim de facilitar o cometimento dos crimes. O grupo todo era organizado entre líder, pessoas que faziam a ‘linha de frente’ para a explosão dos bancos, armeiros, olheiros, responsáveis por providenciar e adulterar carros roubados, planejadores da logística crimes, e rota de fugas, ou seja, havia uma divisão racional de trabalho e de tarefas, o que fazia da quadrilha uma verdadeira organização criminosa”, detalha o delegado da Deicor, Marcuse Cabral.
O delegado geral da Polícia Civil do Rio Grande do Norte, Correia Júnior, destaca o intenso trabalho realizado pela Deicor no último trimestre, o qual resultou em uma diminuição considerável na ocorrência de roubos a instituições bancárias no estado. “Houve uma diminuição em relação a esse último trimestre, através das investigações feitas pela Deicor, que hoje, deflagrou essa operação tão importante para o nosso estado. Nós, da Polícia Civil, estávamos bastante preocupados com a ocorrência desse tipo de crime no estado, pois a população também é vitimizada ao ficar impossibilitada de realizar as suas transações bancárias. Esperamos que os responsáveis por esses crimes que foram presos nos últimos meses, sejam condenados e fiquem atrás das grades”, afirma o delegado geral da Polícia Civil, Correia Júnior.
Segundo o delegado da Deicor, Odilon Teodósio, as investigações prosseguirão a fim de identificar e prender os demais integrantes de quadrilhas que cometeram roubo à instituições bancárias. “Durante as nossas investigações, colhemos diversas provas que serão também emprestadas à Polícia Federal. Além dessa associação criminosa, existem outras células que participaram desse tipo de ocorrência que estão sendo investigadas, sendo geralmente interligadas. Existem outros mandados de prisão que vamos cumprir, isso é só uma questão de tempo para que a Deicor prenda todos os integrantes de roubo a bancos”, reafirma o delegado da Deicor, Odilon Teodósio.