Polícia Federal (PF) informou nesta segunda-feira (21) ter concluído o inquérito sobre o senador José Agripino Maia (DEM-RN) e encontrado indícios dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A PF investiga supostas irregularidades na liberação de recursos pelo
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a
construção do estádio de futebol Arena das Dunas, em Natal (RN).
Procurada, a assessoria de José Agripino enviou à TV Globo a seguinte resposta:
"A acusação que me fazem é de ter exercido influência para que o BNDES
efetuasse o pagamento de faturas decorrentes de um auto-financiamento
contratado pela própria OAS junto ao banco. Tenho certeza de que as
investigações vão terminar pela conclusão óbvia: que força teria eu,
líder de oposição na época, para liberar dinheiro do BNDES, cidadela
impenetrável do PT?"
Entenda o caso
Segundo a Polícia Federal, a investigação apurou a participação de José
Agripino na solicitação e recebimento de "vantagens indevidas" da
construtora OAS em troca do "auxílio político" dele na liberação de
recursos pelo BNDES para a construção da Arena das Dunas, em 2013.
"O recebimento das vantagens ilícitas se deu tanto por meio de doações
eleitorais oficiais, que foram direcionadas ao diretório, como por meio
de repasses em espécie, que transitaram por contas do próprio
investigado e também por contas de familiares, entre os anos 2012 a
2014, totalizando a quantia de pelo menos dois milhões de reais", diz a
PF.
A investigação, acrescenta a Polícia Federal, é baseada na análise de
mensagens de texto extraídas do celular de José Adelmário Pinheiro
Filho, ex-presidente da OAS, assim como em informações colhidas nas
delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e de Rafael Angulo Lopez,
"além do exame de mais de mil páginas de documentos, a inquirição de
diversas pessoas, quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico dos
investigados. "
Íntegra
Leia abaixo a íntegra da nota da PF sobre o assunto:
A
Polícia Federal concluiu na data de hoje (21/08) o inquérito 4141 do
Supremo Tribunal Federal, instaurado para apurar eventual participação
de recebimento de vantagens indevidas por parte de um Senador da
República.
A
investigação apurou a participação do Senador pelo Partido Democratas,
José Agripino Maia, na solicitação e recebimento de vantagens indevidas
da empresa OAS em troca de seu auxílio político na liberação de recursos
de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social -BNDES direcionados à construção da Arena das Dunas, em Natal/RN,
no ano de 2013. O recebimento das vantagens ilícitas se deu tanto por
meio de doações eleitorais oficiais, que foram direcionadas ao
diretório, como por meio de repasses em espécie, que transitaram por
contas do próprio investigado e também por contas de familiares, entre
os anos 2012 a 2014, totalizando a quantia de pelo menos dois milhões de
reais.
A
investigação baseou-se no resultado da análise de mensagens de texto
extraídas do celular de José Adelmário Pinheiro Filho, bem como nas
informações colhidas no Termos de Colaboração Premiada de Alberto
Youssef e Rafael Angulo Lopez, além do exame de mais de mil páginas de
documentos, a inquirição de diversas pessoas, quebras de sigilo
bancário, fiscal e telefônico dos investigados.
Diante
dos suficientes indícios de materialidade e autoria, foram então
imputadas as condutas de corrupção passiva qualificada e lavagem de
dinheiro ao Senador José Agripino Maia; lavagem de dinheiro a Raimundo
Alves Maia Júnior; Corrupção ativa a José Aldemário Pinheiro Filho; além
de crime de prevaricação a Carlos Thompson Costa Fernandes –
Conselheiro do TCE/RN à época dos fatos.
TV Globo, Brasília