Em
uma votação recorde, o deputado Arthur Lira (PP-AL) foi reeleito
nesta quarta-feira (1º) para o cargo de presidente da Câmara dos Deputados
por 464 votos. O parlamentar ficará no comando da Casa pelos próximos dois
anos.
Arthur
Lira está em seu quarto mandato e foi o candidato a deputado federal mais
votado de Alagoas nas eleições do ano passado. O parlamentar afirmou que, entre
as prioridades de sua gestão, está a aprovação da reforma tributária.
No
início do discurso após confirmação da vitória, ele se emocionou ao falar do
pai, o ex-senador Benedito de Lira, de 80 anos, que desmaiou durante a
cerimônia de posse na manhã desta quarta. O ex-congressista e prefeito de
Barra de São Miguel (AL) foi imediatamente atendido por socorristas da Câmara
dos Deputados e está hospitalizado para realização de exames.
Lira
afirmou que buscará construir uma relação com o Poder Executivo sem relação de
subordinação, mas um pacto para aprimorar e avançar nas políticas públicas, “a
partir da escuta cuidadosa de opiniões e sugestões de nossas comissões”.
“Podemos ter adversários,
mas não somos inimigos uns dos outros. Essa vai ser a tônica da Câmara nos próximos
anos”, disse. Lira também afirmou que, se eleito, não concordará “passivamente”
com a invalidação dos atos, por recursos da minoria, em Tribunais Superiores.
O
parlamentar contou com apoio de 20 partidos: PT, PCdoB, PV PL, União Brasil,
PP, MDB, PSD, Republicanos, PSDB, Cidadania, Podemos, PSC, PDT, PSB, Avante,
Solidariedade, Pros, Patriota e PTB.
O
deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) recebeu 21 votos. O deputado Marcel Van Hatten
(Novo-RS) teve 19 votos. A votação ainda teve cinco votos em branco.
Em
seu discurso, Lira afirmou que os votos são o "reconhecimento a uma
dinâmica de trabalho, o resultado desta eleição é a demonstração concreta de
que, na boa política, é possível divergir, debater, mas ao final, construir
consensos, decidir e atuar, sempre em prol do Brasil"
O
parlamentar afirmou ainda que o "Brasil diverso, multicultural, só é
possível porque é democrático". O deputado criticou os atos de vandalismo
que depredaram o Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio
do Planalto no dia 8 de janeiro deste ano.
"Esta
Casa não acolherá, defenderá ou referendará nenhum ato, discurso ou
manifestação que atente contra a democracia. Quem assim atuar, terá a repulsa
deste Parlamento, a rejeição do povo brasileiro e os rigores da lei. Para
aqueles que depredaram, vandalizaram e envergonharam o povo brasileiro haverá o
rigor da lei", disse. "Aos vândalos e instrumentadores do caos que
promoveram o 8 de janeiro passado, eu afirmo: No Brasil, nenhum
regime político irá prosperar fora da Democracia. Jamais haverá um Brasil
sem eleições livres e representantes escolhidos pelo voto popular",
acrescentou.
Segundo
o deputado, "é hora de desinflamar o Brasil e distensionar as
relações". Para Lira, cada um dos Poderes deve atuar dentro de suas funções
definidas pela Constituição.
"É
hora de ver cada um no seu quadrado constitucional – para voltarmos a ver os
Poderes articulando, interagindo com a clareza exata de onde termina o espaço
de um e começa o do outro", afirmou. "Não dá mais para que as decisões
tomadas nesta Casa sejam constantemente judicializadas e aceitas sem
sustentação legal. Resta a nós, investidos pelo poder popular, exercer a cada
dia a boa política do entendimento, da conciliação e do equilíbrio",
completou.
Pelas
redes sociais, o presidente Lula disse que ligou para Lira:
Composição
da mesa
A
nova mesa diretora da Câmara terá a seguinte composição: 1ª
vice-presidência: Marcos Pereira (Republicanos/SP); 2ª vice-presidência:
Sóstenes Cavalcante (PL/RJ); 1ª secretaria: Luciano Bivar (UNIÃO/PE); 2ª
secretaria: Maria do Rosário (PT/RS); 3ª secretaria: Júlio Cesar (PSD/PI); 4ª
secretaria: Lucio Mosquini (MDB/RO). Os deputados suplentes são: Gilberto
Nascimento (PSC/SP), Pompeu de Matos (PDT/RS), Beto Pereira (PSDB/MS) e André
Ferreira (PL-PE).
Agência Brasil