O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) liberou na madrugada deste sábado
Fernando Haddad, candidato a vice-presidente da República pelo PT, a fazer
campanha – inclusive no horário eleitoral de rádio e TV, que passarão a ser
exibidos hoje. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi impedido de se
candidatar. Portanto, ele não pode ser citado nos programas como candidato, mas
apenas como apoiador de Haddad. Por lei, apoiadores podem ocupar no máximo 25%
do tempo de campanha.
A decisão foi
tomada depois da sessão que decidiu banir Lula da corrida presidencial. No fim
do julgamento, a defesa do PT questionou se Haddad poderia usar o tempo de
rádio e TV, já que teve o registro para vice deferido pelo TSE. O relator,
ministro Luís Roberto Barroso, primeiro tinha decidido que o PT ficaria sem
programa. Depois, ficou na dúvida.
Foi quando os
ministros tomaram uma atitude pouco usual para cortes superiores: interromperam
a sessão pública para deliberar reunidos a portas fechadas. Depois de cerca de
meia hora, voltaram ao plenário com a solução acertada nos bastidores, sem
expor o resultado da votação entre os sete integrantes do tribunal.
Foi dado um
prazo de dez dias para a indicação de um substituto de Lula na cabeça da chapa.
Haddad dever ser o escolhido. Mas, enquanto o PT não formalizar a indicação,
ele poderá aparecer como vice no programa eleitoral.
A defesa do PT
anunciou que vai definir a estratégia judicial da campanha a partir de
segunda-feira. Os advogados podem ainda recorrer ao Supremo Tribunal Federal
(STF) da decisão do TSE que impediu a candidatura de Lula. Ou, ainda, desistir
de brigar na justiça e simplesmente registrar Haddad como candidato do partido
ao Palácio do Planalto.
O Globo