Carlos Eduardo (PDT), prefeito eleito em Natal (Foto: Ricardo Araújo/G1)
Após o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE/RN)
encerrar oficialmente a apuração do segundo turno da eleição em Natal, o
prefeito eleito, Carlos Eduardo (PDT), chegou à sede do partido no
bairro de Tirol, zona Leste da capital potiguar, por volta das 19h15.
Acompanhado do vice-governador do estado, Robinson Faria (PSD), o
próximo chefe do Executivo Municipal natalense foi ovacionado pelo
público que o aguardava na rua Ezequias Pegado.
(Veja o resultado completo da eleição em Natal)
Em seu primeiro pronunciamento como prefeito eleito de Natal, Carlos
Eduardo agradeceu ao povo natalense pelos 214.687 votos obtidos e também
aos partidos que contribuíram para sua vitória, principalmente o
Partido dos Trabalhadores (PT), com quem firmou aliança na disputa do
segundo turno. A vice-prefeita eleita, Wilma de Faria (PSB), chegou à
sede do partido logo após Carlos Eduardo e Robinson Faria. Carlos
Eduardo reconheceu sua contribuição para a vitória da coligação União
por Natal.
Ao avaliar sua campanha, Carlos Eduardo afirmou que foi baseada em
propostas, cujos projetos que nortearão sua gestão foram elaborados por
técnicos especialistas nas áreas nas quais atuam. Destacou que foi alvo
de "ataques e de infâmia". Entretanto, ressaltou que sua vitória o
consagrou como um político reconhecido e capaz de devolver ao povo de
Natal sua autoestima. “Quem teve uma vitória tão expressiva não tem o
direito de ter uma alma tão pequena. Tudo isso fica para trás. A
resposta da população me lava a alma e agora é só solicitar a união por
Natal”, enfatizou.
Esta união, segundo o prefeito eleito, irá "tirar Natal da atual
situação de falência na qual se encontra", disse ele. “Natal viveu
quatro anos de atraso e retrocesso. A cidade não acompanhou o
crescimento do restante do Brasil”, acrescentou. Ele citou como exemplos
investimentos de cidades nordestinas como Fortaleza, Recife e Salvador
na infraestrutura de mobilidade urbana com vistas à Copa do Mundo de
2014 que superam os R$ 3 bilhões. “Natal garantiu menos de meio bilhão
de reais”, lamentou Carlos Eduardo, alegando que faltou gestão para
garantir mais recursos. Além disso, ele relembrou que “sequer uma obra
de mobilidade urbana foi iniciada”.
“Eu sei o que me espera, mas nós vamos enfrentar. Eu quero dizer que
conheço a Prefeitura e isso ajuda bastante. A experiência administrativa
ajuda bastante para que a gente possa buscar os caminhos para
normalizar Natal”, admitiu o prefeito eleito. Carlos Eduardo disse,
ainda, que a capital potiguar precisa mostrar sua força e capacidade de
se reinventar. “Não vamos assumir a Prefeitura olhando pelo retrovisor”,
emendou.
Em relação às possíveis irregularidades que poderão ser identificadas
ao longo do processo de transição do governo – ou ainda ao longo do seu
mandato –, Carlos Eduardo destacou que tudo será apurado e julgado
pelos organismos competentes. “O que nós queremos é resolver problemas”,
advertiu. Para isto, o prefeito eleito disse que irá nomear um
secretariado técnico, com embasamento teórico e prático nas funções que
deverão ser desempenhadas nas secretarias municipais. “Assim deu certo
na primeira vez que fui prefeito, quando nomeei pessoas com perfil para a
função”, ressaltou.
Carlos Eduardo também asseverou que, com pessoas competentes à frente
das secretarias, a confecção de bons projetos é possível e,
consequentemente, a liberação de recursos para executá-los. “A
Prefeitura hoje não está saudável. A gente precisa de uma gestão técnica
com bons projetos”, assegurou.
Sobre a campanha, Carlos Eduardo afirmou que 'deletou' tudo e agora tem
como objetivo primordial recuperar a cidade. Ele destacou os pontos que
serão tratados com prioridade durante os próximos meses:
Equipe de Transição
A partir desta segunda-feira (29), o prefeito eleito passará a
trabalhar na equipe de transição com pessoas especialistas em
determinadas áreas do governo municipal. Os nomes dos componentes desta
equipe, porém, só serão divulgados na próxima terça-feira (30).
Carlos Eduardo e sua vice-prefeita, Wilma de Faria (Foto: Ricardo Araújo/G1)
Orçamento 2013
Será discutido com os membros da equipe de transição e os atuais
gestores municipais. Segundo Carlos Eduardo, o orçamento irá determinar
muitos rumos da administração em 2013.
Câmara de Vereadores
Acredita que não terá dificuldades em obter a aprovação de projetos,
mesmo dispondo de nove vereadores em sua base de governo. Garantiu que
tudo será tratado com lisura e transparência no âmbito do Legislativo
Municipal.
200 Dias por Natal
Terá como prioridade a recuperação da malha viária do município,
limpeza das ruas, reestruturação e abastecimentos dos postos de saúde e
tentativa de inicialização de um ano letivo sem transtornos, com a
convocação dos professores, regularização da merenda escolar e retomada
das negociações para a implantação do plano de cargos e salários dos
docentes do Município, com a inclusão de professores da educação
infantil.
Secretariado
Não adiantará nomes. As indicações dos partidos deverão obedecer, prioritariamente, os perfis técnicos.
Salários dos servidores
Carlos Eduardo se disse consciente das dificuldades financeiras pelas
quais passa a Prefeitura atualmente e afirmou que o salário dos
servidores é sagrado e deve ser pago. Entretanto, precisará conhecer
como está a situação financeira do Município para mensurar o real
tamanho das dívidas que podem comprometer o pagamento da folha de
pessoal.
Julgamento das contas do exercício 2008
O prefeito eleito afirmou que foi vítima de uma somatória de forças
políticas, sobretudo as ligadas à atual prefeita Micarla de Sousa e seus
aliados na Câmara Municipal, os vereadores Enildo Alves e Edivan
Martins. “Nós obtivemos uma vitória muito grande nas urnas e Natal viu
que fui vítima de processo casuístico e oportunista. Acredito que a
Justiça será favorável. Hoje tivemos 215 mil votos a favor contra os 15
votos dos vereadores da bancada da prefeita”, enfatizou.
União com outros partidos
O próximo governo municipal será pautado na oposição. “Sou oponente ao
Governo do Estado, ao ministro Garibaldi, ao deputado Henrique, ao
senador José Agripino. Mas não sou inimigo deles”. Com isto, o prefeito
eleito afirmou que irá buscar as melhores alianças para o futuro de
Natal.
Eleições 2016
Será candidato à reeleição e espera ganhar em primeiro turno.
g1.globo.com/rn.