Ex-chefe
da Delegacia de Atendimento à Mulher de Volta Redonda, no interior do Rio, a
delegada Juliana Domingues relatou a uma amiga que foi vítima de violência
praticada pelo marido desde 2021. Em relato feito para a amiga, a mulher contou
sobre a rotina de agressões praticadas pelo tenente-coronel da Polícia Militar
Carlos Eduardo da Costa.
Mensagens
trocadas entre 2021 e 2022 por Juliana e a amiga foram divulgadas pelo g1. Em
uma das mensagens, a delegada envia foto do braço cortado. “Amiga, cada dia
piora. A minha sobrinha está aqui comigo”, diz.
Após
isso, em uma conversa de 2022, Juliana conta que conversou com o filho sobre as
agressões e relata o abuso. “Amiga, eu estou sendo estuprada direto. Eu estou
um caco humano”, afirma.
Juliana
falou ao Fantástico, da TV Globo, no domingo (1/9), sobre a violência. “Ele
falava para mim, por várias vezes, que ele me agrediu: ‘Eu bato na delegada da
Deam. E o que você vai fazer?’”, contou.
A
delegada conta que o histórico de violência começou logo após o casamento,
ainda na lua de mel do casal, juntamente com o ciúme excessivo do companheiro, principalmente
quando tirava plantão e o companheiro dizia que ela não estava trabalhando e
sim aprontando na rua.
Após
agressões durante três anos, Juliana decidiu fazer a denúncia. Ela precisou
passar por dois exames de corpo de delito. No relatório, foi apontado um
hematoma na região malar, ou seja, na maçã esquerda do rosto. Um segundo
hematoma estava localizado no glúteo.
A
polícia responsável pelo caso interrogou cinco pessoas, inclusive duas
funcionárias do casal, que confirmaram que Juliana apresentava marcas de
violência física com frequência.
Em
agosto do ano passado, Eduardo foi denunciado pelo Ministério Público do Rio
por dois estupros contra Juliana, por lesão corporal e violência psicológica. A
Justiça aceitou a denúncia, e a primeira audiência está marcada para o mês de
setembro.
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