Um dos estudos mais atuais sobre o problema da obesidade no Brasil
aponta o Rio Grande do Norte como o Estado recordista na região Nordeste
com pessoas obesas ou com sobrepeso. A Síntese de Pesquisa Nacional de
Saúde, do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), relativa
ao ano de 2013, mostra que 58,3% dos norte-rio-grandenses tinham, na
época da pesquisa, excesso de peso, enquanto 21,1% eram considerados
obesos, o que colocava o Estado em 8º e 12º lugares no ranking nacional
nas duas categorias pesquisadas (excesso de peso e obesidade).
Segundo
o estudo, as mulheres potiguares apresentam o dobro da circunferência
da cintura dos homens com 23,6% contra 56,6%. Os índices ideais são de
102 centímetros abaixo para os homens e de igual ou menor a 88
centímetros para as mulheres. Com isto 25,1% da população feminina do
Estado é considerada obesa, contra 16,6% dos homens.
Na lista de
vilões deste grave problema estão o excesso de consumo de açúcar e
gordura e as principais vítimas são as crianças, também incluídas no
estudo. O Ministério da Saúde aponta que 60,8% das crianças com menos de
dois anos, neste caso em todo o país, consomem biscoitos, bolachas e
bolos, além de refrigerantes e sucos artificiais.
A Pesquisa
Nacional de Saúde foi realizada entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014
em 64 mil residências de 1.600 cidades brasileiras e é, no momento,
considerado o mais completo estudo sobre saúde no país.
Em recente
entrevista, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, comentou o problema da
obesidade no Brasil: "O excesso de peso é um problema grave, porque é um
fator de risco para doenças do coração e outros problemas crônicos. É
fundamental trabalharmos o incentivo à prática de exercícios e
alimentação saudável desde cedo com as nossas crianças para reverter
esse quadro. As crianças, muitas vezes, ajudam na conscientização e
mudança de hábito dos pais".
Números são considerados razoáveis em Mossoró, mas ainda podem diminuir
Em
Mossoró, o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional está passando
por um processo de atualização, mas a supervisora da Política de
Alimentação e Nutrição, Ivana Moraes, apresentou os números mais atuais
sobre a obesidade em Mossoró e considera que os números são aceitáveis,
mas que podem diminuir.
Segundo Ivana, no último levantamento
realizado, Mossoró contava com 7% considerada de baixo peso; 35%
consideradas adequadas e 35% com sobrepeso. Somente 23% da população
avaliada foi considerada obesa na cidade.
"São números
considerados razoáveis, mas não são os números ideais. Precisamos
melhorar e para isto temos contado com o apoio dos Núcleos de Apoio à
Saúde da Família, que tem orientado casos mais extremos", informa a
supervisora, que também deu dicas de como ter um melhor controle dos
índices de obesidade: "É preciso diminuir o consumo de alimentos
industrializados. Trocar pelas frutas frescas, valorizar a nossa
alimentação tradicional."
Ivana sugeriu ainda que a população deve
procurar preparar seus próprios alimentos, diminuindo o uso de óleos,
gordura, sal e açúcar e também optar pelo uso de temperos naturais.
O Mossoroense