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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Primeiro repasse do FPM do mês de setembro foi 25% menor que o repassado no mês de agosto


Os municípios brasileiros receberam nesta segunda-feira, dia 10 de setembro, o primeiro repasse de setembro do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Como havia sido previsto pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), o Fundo continua a apresentar redução e neste primeiro decêndio foi 25% menor em comparação ao primeiro repasse de agosto.


Com a retenção do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o montante do FPM foi de R$ 1.630.692.286. Em valores brutos, sem o desconto, o total repassado aos municípios foi de R$ 2.038.365.357.

Cálculos - Segundo os cálculos da CNM, o repasse que será efetivado no mês de setembro será 24,8% menor em relação ao de agosto. O montante creditado hoje é praticamente o mesmo valor nominal em relação ao primeiro repasse em setembro de 2011, no entanto, é 4,2% menor em termos reais – quando é considerada a inflação.

Acúmulo - Até este repasse de setembro, o FPM acumula R$ 46,7 bilhões em valores reais, enquanto que no mesmo período do ano passado havia acumulado R$ 47,3 bilhões. Isso representa uma queda real de 1,23%.

domingo, 9 de setembro de 2012

Mossoroense de 28 anos é uma das mais jovens estudantes a concluir doutorado no país




A Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) tem uma das mais jovens doutoras do Brasil em seu quadro docente. Trata-se de Carolina Malala Martins, que aos 28 anos já concluiu curso de doutoramento. A jovem iniciou sua jornada acadêmica aos 17 anos, no curso de Agronomia da Ufersa. Sobre sua graduação, Carolina explica que a Instituição ajudou muito em sua escolha de seguir a carreira acadêmica.
"A Ufersa dá muita oportunidade para pesquisa, por exemplo, o incentivo da Bolsa de Iniciação Científica, então isso facilitou minha escolha. No início tive dificuldades em optar por uma linha de pesquisa, já que o meu curso tem disciplinas muito variadas como Sociologia, Química, Física, Biologia e Cálculo", explica Carolina que concluiu o curso em cinco anos.

Durante a graduação, ela escolheu a linha de pesquisa em que atua até hoje. "Escolhi a área de solos, somente um professor trabalhava com a temática que era Maurício Oliveira. Hoje eu ocupo a cadeira que ele lecionava", diz. Com a opção pela Ciência dos Solos, ela estudou a produção de hortaliças em seu trabalho de conclusão do curso.

A jovem doutora concluiu a graduação no final de 2006 e já no início de 2007 iniciou o seu mestrado. "Fiz somente a seleção para a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), passei e deixei Mossoró para dar continuidade aos meus estudos", conta Carolina. Em sua dissertação de mestrado ela trabalhou com as áreas de desertificação do Nordeste.

Carolina Malala terminou o curso de mestrado no final de 2008 e iniciou o doutorado já em 2009, na Universidade Federal de Viçosa (UFV). "Participei de três seleções para o doutorado. Além da UFV, tentei na própria UFRPE e na Unicamp. Passei em todas, mas optei pela instituição de Minas Gerais. Para a escolha pesou o fato de ela ser uma das melhores universidade na área de ciências agrárias", explica a doutora.

Com a mudança de Estado, a escolha do tema da tese de doutorado foi um desafio para Carolina. "Sempre trabalhei com temas que se aproximam da região Nordeste. O mais próximo que tínhamos do nosso solo era o do norte de Minas Gerais. Por esse motivo escolhi a temática de solos de matas secas para estudar", afirma.

Em maio de 2010, quando estava no segundo ano do doutorado, Carolina obteve aprovação no Concurso de Provas e Títulos para professor da Ufersa. "Lembro bem que eram 35 candidatos para uma vaga. Mas graças a Deus, deu tudo certo e fui aprovada. Minha nomeação saiu em agosto e eu voltei para Mossoró, depois de um acordo para trabalhar durante o período letivo e voltar para Minas Gerais durante as férias para dar andamento à minha tese", esclarece.

Segundo a professora, esse foi o período mais difícil. "Todo mundo pensa que professor somente ensina, mas nós temos atividades de laboratório, pesquisa, produção acadêmica, entre outras coisas. Então eu tinha que conciliar a vida de professora e de estudante, o que não foi fácil. Não escondo que eu tinha medo de não conseguir concluir minha tese", comenta Carolina.

"Um ponto que eu destaco foi a defesa da minha tese. Durou das 8h às 13h30, mas no final deu tudo certo e eu obtive a aprovação", conta a professora. A tese de Carolina Malala foi apresentada no dia 21 de agosto e ela deverá receber o diploma de conclusão em até três meses.

Sobre o maior desafio que enfrentou, ela não pensa duas vezes. "Ficar longe da minha família. Eles sempre me ajudaram, mas não é fácil. Vida de estudante de pós-graduação não é fácil. Existe uma bolsa concedida aos pesquisadores, mas que não é suficiente para moradia, alimentação, livros. Então acabava dependendo da família", desabafa.

Sobre a situação da pós-graduação no país, ela não ameniza as críticas. "Com certeza falta incentivo. O estudante é exorcizado com prazos e cobranças. Acabamos não podendo trabalhar porque precisamos nos dedicar exclusivamente aos programas de pós-graduação, mas os valores das bolsas não são suficientes. O governo precisa incentivar mais os estudantes", critica Carolina.

"Além disso, as pessoas não têm conhecimento do que é uma pós-graduação, não reconhecem o trabalho que temos com as pesquisas. Sempre me perguntavam por que eu não trabalhava e não entediam isso", completa. Como professora, a jovem já percebeu que os estudantes não são incentivados a cursar pós-graduação. "Os alunos estão estudando menos, perdem muito tempo com internet e se esquecem de ler livros", comenta.

Com a conclusão de sua tese, Carolina já tem planos para o futuro. "Agora eu pretendo publicar minha tese em periódicos internacionais e me dedicar mais à Universidade. Vou começar a ensinar no Programa de Pós-Graduação da Ufersa e quero fazer um pós-doutorado também fora do país, provavelmente Estados Unidos", explica Carolina.

Historiador avalia que os movimentos grevistas atuais estão mais organizados e mais fortes




No ano de 1977 não há registros de greves no Brasil, no entanto, nos anos que se seguiram, principalmente entre 1985 e 1992, foram registradas mais de 2.118 manifestações. Este ano não está sendo muito diferente, no primeiro semestre 30 categorias paralisaram suas atividades, destas apenas 17 categorias, isto é 250 mil servidores, resolveram encerrar o movimento.

Em Mossoró, várias instituições federais pararam de oferecer ao público os seus serviços, tais como o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) e a Polícia Federal. Mesmo atuando em diferentes departamentos os órgãos apresentam reivindicações semelhantes, como por exemplo, melhorias na estrutura física, reforço da segurança, aumento do número de profissionais através da realização de concursos, reajuste salarial, entre outras.

Segundo o historiador Geraldo Melo, mesmo não existindo greves tão grandes como as do passado, o que tem acontecido é que as classes estão mais organizadas e os movimentos são mais fortes.

"As manifestações do passado abriram as portas para a garantia de diversos direitos trabalhistas que existem hoje. O país viveu mais de vinte anos de repressão, porém com a chegada da democratização apareceu outro nível de conscientização por parte dos trabalhadores, e hoje os movimentos estão mais fortes, os indivíduos são mais engajados. Infelizmente, mesmo após tantos anos e tantos acontecimentos a greve é a única ferramenta que os profissionais possuem para exigir seus direitos, isso porque além de pressionar os patrões, o movimento possui grande influência e repercussão na sociedade", explicou o historiador.

Ele ainda destaca que o tempo das paralisações está diretamente ligado ao tipo de setor que está realizando a mobilização, ou seja, dependendo do grau de importância para a sociedade este irá demorar mais ou menos.

"Geralmente quando afeta o bolso ou a saúde das pessoas, as paralisações duram pouco. É inconcebível que instituições ligadas à educação estejam há mais de três meses paradas. Os pais e os alunos deveriam se fazer mais presentes durante a greve, porém os professores andam lutando sozinhos, e o que vai acontecer é que estes vão retornar às aulas sem conseguir as reivindicações. Os estudantes deveriam fazer como anos atrás, pintar a cara e sair às ruas", disse Geraldo.

O coordenador do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), em Mossoró, Fábio Procópio, alegou que ao começar as discussões sobre a possível paralisação os alunos se contraporam e após a instauração da greve não houve a participação nem dos pais nem dos estudantes.

"Não sei se a falha foi nossa, por não termos mantido um diálogo maior com os educandos, ou se esta é uma característica do local, na qual as pessoas não gostam de se envolver em assuntos do tipo. Acredito que se estas pessoas tivessem mais engajadas, talvez a situação vivenciada no momento fosse outra", relatou Fábio. 
Especialista avalia que mesmo sendo uma luta justa, a greve traz diversos prejuízos à população

Como destacou o sociólogoVanderlei Lima, não são apenas os patrões e as empresas que têm prejuízos com a paralisação das atividades, a população que se beneficia dos serviços oferecidos pelo Estado é a grande lesada.

"Mesmo sendo justas as manifestações acarretam diversos prejuízos sociais. Com a greve nas universidades a formação dos alunos é dificultada, as aulas atrasam e perdem a qualidade na hora de serem repostas, as pessoas que vivem em torno das instituições, como vendedores de lanches e profissionais que retiram xerox também sofrem danos econômicos. A paralisação da Polícia Federal acarreta o agravamento da insegurança, algumas atividades rotineiras, como fiscalizações, prisões entre outras são prejudicadas".

O presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento de Polícia Federal no RN (Sinpef), Odilon Benício Júnior, complementou dizendo que infelizmente a greve tem trazido diversos transtornos à população.

"Com a paralisação dos serviços mais de 1.300 passaportes deixaram de ser emitidos, o documento é liberado em casos especiais, como doença, viagens previamente marcadas, entre outras. Além disso as operações foram paradas, aumentando desta forma a insegurança em diversas regiões do Estado. Infelizmente não queríamos chegar a essa situação, porém devido aos problemas enfrentados pelos agentes, escrivães e papiloscopistas, essa foi a única forma encontrada para pressionar o Governo".

Odilon destaca que as principais dificuldades encontradas pela classe são a falta de profissionais, ocasionando desta forma o acúmulo de funções por algumas pessoas; a necessidade de se reforçar a segurança dos trabalhadores, já que estes sofrem ameaças e lidam com situações de risco rotineiramente.
"Não sei como os agentes de Mossoró estão fazendo para trabalhar, pois além do órgão contar com reduzido número de profissionais, a estrutura física é muito deficitária, não sendo adequada ou suficiente para atender a todas as atribuições da unidade no município, que cobre a sua área e outras 60 cidades".

serramicaelense

Bailarina potiguar é selecionada para integrar o Bolshoi em SC


Bailarina do RN selecionada para o Bolshoi (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)

A bailarina potiguar Laura Vasconcelos, de 12 anos, foi escolhida para integrar o centro de formação do Brasil da escola russa Bolshoi de balé. Na audição realizada na quinta-feira (6), Laura foi selecionada e vai ganhar bolsa de estudos custeada pela companhia. A bailarina vai se mudar para Santa Catarina em fevereiro de 2013.
Quando ainda era pequena, Laura Vasconcelos fez parte do grupo de dança da escola primária onde estudava e, desde então, mostrou interesse pela arte. Apesar disso, a menina não se empenhava nos treinos, até que em 2010 decidiu que daria mais prioridade ao balé.
Márcia Suene, professora de Laura, conta que ela chegou a ser reprovada, por não demonstrar esforços durante os ensaios. A partir de 2010 Laura Vasconcelos passou a levar o balé a sério. Treinando quatro horas por dia, começou a se destacar em várias apresentações solo.
Em junho deste ano, durante o Festival de Dança de Joinville, a menina passou em uma seleções realizada pela escola Bolshoi, mas acabou voltando para o Rio Grande do Norte por falta de recursos para se manter longe de casa.
*serramicaelense

Coligação São Miguel de Todos realizou mais uma grande manifestação política no Bairro Alto Santa Tereza e em seguida passeata do chapéu

 A Coligação São Miguel de Todos realizou neste sábado, dia 08 de setembro, mais uma grande manifestação política em prol das candidaturas dos médicos Dário Vieira (PP) e Salismar Correia (PSH), aos cargos de Prefeito Municipal e Vice-Prefeito.

A manifestação teve inicio com comício no Bairro Alto Santa Tereza  onde ocorreram as falas de importantes representantes locais, candidatos a vereadores, além dos discursos dos candidatos Dário Vieira, Salismar Correia e do Prefeito Galeno Torquato.

Após o comício no Bairro Alto Santa Tereza, a população deslocou-se em passeata até o Centro da cidade, onde em frente a “Casa 11”, nome dado ao Comitê Central de Campanha da Coligação ocorreu os discursos de agradecimento de Salismar Correia, Dario Vieira e Galeno Torquato.

Durante os discursos de encerramento, o Prefeito de São Miguel, Galeno Torquato, anunciou a data da próxima mobilização política do grupo situacionista micaelense que será no próximo domingo, dia 16 de setembro, no Bairro Maria Manuela, um dos mais populosos da cidade, onde ocorrerá novo comício e em seguida passeata até o Centro da cidade.
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sábado, 8 de setembro de 2012

Coligação São Miguel de Todos realiza comício no Bairro Alto Santa Tereza

Depois de realizar no último fim de semana o "Panelaço do Doutor", a Coligação "São Miguel de Todos" prepara-se para colocar nas ruas, neste sábado (08), a "Passeata do Chapéu" que deverá levar mais uma grande multidão à Praça Pública.

A mobilização terá início a partir das 19 horas, no Bairro Alto de Santa Tereza, onde será realizado um grande comício e, em seguida, haverá passeata e carreata até o comitê dos candidatos Dario Vieira (Prefeito) e Salismar Correia (Vice-prefeito).

O evento contará com a presença dos candidatos ao Executivo e Legislativo da Coligação "São Miguel de Todos", do Prefeito de São Miguel, Galeno Torquato, e de lideranças políticas locais.

EM VENHA-VER/RN : EXPEDITO SALVIANO REALIZA MAIS UM ENCONTRO 22 HOJE DIA 08/9


 

POPULAÇÃO VENAVENSE SE PREPARA PARA MAIS UM ENCONTRO 22,ONDE ACONTECERÁ UMA GRANDE PASSEATA QUE LEVARÁ UMA GRANDE MULTIDÃO AS RUAS DE VENHA-VER/RN.A MOBILIZAÇÃO TERÁ INICIO AS 17:00 HS ,NO SITIO BARTOLOMEU  SAINDO DO POSTO DE GAZOLINA PADRE COSME ,EM CARREATA PELAS RUAS DA CIDADE EM SEGUIDA PARA O SITIO CACTOS  PARA RESIDENCIA DE PEDRO DE GINA ONDE ACONTECERÁ O GRANDE COMICIO.
O EVENTO CONTARÁ COM A PRESENÇA DO PREFEITO EXPEDITO SALVIANO,VICE PREFEITO ELLAN SALVIANO E TODA LIDERANÇAS POLITICA COMPOSTA POR VEREADORES,E CANDIDATOS A VEREADORES .

Ensino para adultos tem queda de matrículas pelo 6º ano seguido

Na última década, o número total de matrículas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil não passou de 5,7 milhões e, desde 2006, ele vem caindo anualmente. Por outro lado, o número de brasileiros com mais de 25 anos que não têm instrução ou não completaram o ensino fundamental cresceu de 51,2 milhões para 54,4 milhões entre 2000 e 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Dados preliminares do Censo Escolar de 2012, divulgados pelo Ministério da Educação na quinta-feira (6), mostram que a sequência de queda não deve ser revertida neste ano. O levantamento mais recente registrou 3.295.678 matrículas nas redes estaduais e municipais --que possuem a maior parte dos alunos. Eles não levam em conta as matrículas em cursos semipresenciais e nas redes federal e privada.
De acordo com o Ministério da Educação, esse dado é preliminar e parcial e não pode servir como base para análises, pois ainda será validado pelos gestores escolares nos próximos 30 dias. O MEC afirmou que só comenta os dados finais do Censo Escolar. Eles costumam ser divulgados todos os anos no mês de dezembro.
Desde pelo menos 2009, os dados preliminares e finais do Censo Escolar referentes apenas às turmas presenciais das redes estaduais e municipais, no caso da EJA, tiveram uma variação para cima de entre 1% e 2,5%. Nas últimas três edições finalizadas, as matrículas caíram de 3.917.785 em 2009 para 3.642.513 em 2010 e 3.434.566 em 2011.
O número total de adultos matriculados no sistema educacional atualmente é de pouco mais de 5 milhões. De acordo com o Censo Escolar de 2011, 4.046.169 matrículas foram registradas em todas as redes de EJA no ano passado, e, segundo dados do MEC de julho deste ano, 1.167.113 de brasileiros participavam do Programa Brasil Alfabetizado. A soma das duas modalidades equivale a 9,57% da população considerada o "público-alvo" dos programas em 2010.
O número pode ser ainda menor, já que a rede também atende jovens entre 18 e 25 anos e, cada vez menos, até de 15 a 17 anos.
MATRÍCULAS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS*
2002 4.734.117
2003 5.432.813
2004 5.718.061
2005 5.615.409
2006 5.616.291
2007 4.985.338
2008 4.945.424
2009 4.661.332
2010 4.287.234
2011 4.046.169
*Inclui as modalidades presencial e semipresencial, todas as redes de ensino e cursos preparatórios
Fonte: Censo Escolar (MEC/Inep)


 
Queda contínua e fechamento de turmas
As 4.046.169 matrículas em todas as turmas de EJA do país no ano passado mantiveram o Brasil em uma sequência de cinco quedas consecutivas.
Embora o aumento contínuo da rigorosidade metodológica do Censo Escolar seja um dos fatores para a queda no número de matrículas em praticamente todas as modalidades de ensino --com exceção das turmas de educação infantil e educação especial--, os dados sobre o número de salas de aulas e turmas de EJA pelo Brasil demonstram que há cada vez mais opções para os brasileiros que não tiveram acesso à educação na idade certa e que desejam voltar à escola.
Em 2007, o país tinha 166.254 turmas de educação de jovens e adultos nas redes municipais e estaduais. No Censo Escolar de 2011, eram 147.361, o que representa uma queda de 18,9%. Apenas oito dos 26 estados aumentaram sua rede nas esferas municipais e estadual. Em outras três, o número permaneceu quase igual. Nos demais 15 estados e no Distrito Federal, houve queda na quantidade de turmas para adultos.
São Paulo foi o estado que mais fechou salas: 38% das 26.003 turmas desapareceram em cinco anos (na rede estadual, 41% das turmas foram fechadas). Paraná tinha 37,1% turmas a menos em 2011 que em 2007, seguida do Tocantins, com queda de 37%.
Dentro do Ministério da Educação, o ensino de pessoas fora da idade certa é de responsabilidade de uma diretoria específica na Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. O MEC realiza o Programa Brasil Alfabetizado em parceria com os governos estaduais, distrital e municipais.
Neste ano, dados do ministério mostram que menos de 10% do total da população analfabeta apontada pelo Censo 2010 do IBGE era atendida pelo programa. Já a EJA recebe recursos do governo federal, mas é gerenciada com autonomia pelos governos e prefeituras. Uma minoria das matrículas está na rede pública federal e na rede privada.
É uma multiplicidade de fatores, se não investir de fato em entendê-los é difícil reverter a queda"
Roberto Catelli, coordenado do Programa EJA, da Ação Educativa.
Investimento pouco atraente
Segundo Roberto Catelli, coordenador do Programa EJA da organização não-governamental Ação Educativa, os resultados negativos têm muitas causas. "É uma multiplicidade de fatores, se não investir de fato em entendê-los é difícil reverter a queda", afirmou ele ao G1, que listou como motivos a falta de flexibilidade de horários e currículos para que os adultos, que têm outras prioridades, como família e emprego, possam voltar às aulas e, mais importante, permanecer nelas.
O especialista afirma ainda que falta indicadores mais precisos, principalmente sobre a questão da permanência dos alunos nessas turmas. Em nota divulgada em julho, o MEC afirmou que não coleta dados sobre evasão nessa modalidade de ensino.
Recuperar adultos que não receberam instrução quando crianças é não é tarefa simples, afirma Simon Schwartzman, ex-presidente do IBGE e pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets). "É muito difícil você recuperar uma pessoa que chegou aos 40 anos analfabeta, que ainda está fazendo o fundamental. Ela nunca usou a leitura na vida, a matemática, é difícil fazer disso uma coisa que ela vai incorporar na vida", diz.
Trecho do material didático usado nas turmas de EJA (Foto: Reprodução) 
Trecho do material didático usado nas turmas de
EJA (Foto: Reprodução)
O pesquisador defende investir em outras faixas etárias. "O investimento público mais importante tem que ser justamente quando a pessoa é mais jovem, é aí que você pode ter mais retorno."
Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, afirma que o Brasil tem estruturas como os sistemas de saúde e assistência social que podem ser usadas para atrair as parcelas da população adulta sem instrução às escolas, mas falta apoio do poder público.
"As gerações que eram crianças a partir dos anos 1990 tinham mais oportunidade de acesso à escola porque mais escolas estavam sendo construídas. O desafio para superar aquilo que falta às gerações anteriores é fazer a busca ativa, uma política de ajuste fino. O Brasil já tem bastante ferramenta de gestão que facilita esse trabalho, mas precisa de vontade política."
Essa vontade, segundo ele, variou muito nas últimas gestões da educação. Porém, a falta de investimentos na educação infantil é muito mais cobrada, tanto pelos órgãos fiscalizadores quanto pela sociedade, do que o ensino das gerações mais velhas.
"Tem gente que diz que não adianta investir em EJA porque a pessoa vai morrer. Além de ser um aspecto de desrespeito ao cidadão, porque esse é um direito dele, é falta de conhecimento sobre a realidade das pessoas mais pobres. O fato de ela ter educação, mesmo que tardia, garante um enorme ganho de sobrevivência, qualidade de vida e desenvolvimento econômico", afirma ele.
*G1

PCRN prende homem de 34 anos suspeito por cárcere privado e lesão corporal em Mossoró

Policiais civis da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Mossoró (DEAM/Mossoró), em ação conjunta com a Delegacia Especializada...