Uma das conselheiras que ouviu a menina de 13 anos, que já está no 7°
mês de gestação e teria sido abusada pelo pai, um auxiliar de serviços gerais,
de 36 anos, diz que o caso “só veio à tona” porque a barriga da vítima já
estava grande, aparentemente entre o 3° a 4° mês de gestação. A prisão do
suspeito ocorreu na última sexta-feira (31), em Anastácio, a 128 km de Campo
Grande.
“Nós fomos acionados pela PM [Polícia Militar], para ir até a 1ª
delegacia e averiguar as informações da menor. Ela estava ao lado da irmã mais
velha, que inclusive está a ajudando nas consultas médicas e pediu a guarda da
menina. No depoimento do dia 5 de julho, deste ano, a menina falou que a mãe ia
para a cidade resolver problemas, quando ele a levava para o quarto dele e
cometia os abusos”, comentou a conselheira tutelar Maria Luiza Rivas, de 43
anos.
Para a conselheira, a menina fala que o crime ocorria desde que ela
completou 11 anos. “Só que para a psicóloga ela falou outras coisas, como
janeiro deste ano, então o tempo que o crime ocorre ainda não ficou claro. A
gente acredita que ela ainda está com muita vergonha e por isso todo um
acompanhamento da rede está sendo feito”, ressaltou.
Ainda conforme Rivas, a menina também falou dos momentos em que a mãe
estava ausente e ele se aproveitava para cometer os abusos. “Ela nos falou
também que era ameaçada a não falar nada, porque senão seria morta por ele.
Recentemente, a menina falou que preferiu morar com a irmã e que não pensou em
aborto, principalmente porque o bebê já estava formado quando houve a descoberta”,
explicou.
Tentativa de fuga
O pai já tinha sido ouvido em outras ocasiões e negou o crime. Um dia
antes da prisão preventiva dele, a polícia conta que a mãe da menina é quem
prestou depoimento. Ela disse que estava separada do suspeito. No entanto, ele
recebeu uma medida cautelar para se afastar da menina e, mesmo assim, rasgou o
documento e disse que continuaria indo no local, até fugir.
Ao saber deste fato, a polícia pediu a prisão preventiva dele e o
prendeu em uma aldeia. Na última oitiva, o homem confessou o crime.
Entenda o caso
A vítima atualmente está no 7° mês de gestação. O homem, que possuía
outros antecedentes criminais, foi encaminhado para o presídio no mesmo dia, na
cidade vizinha Aquidauana. O criminoso deve responder por estupro de
vulnerável, que é um crime considerado hediondo, com pena que varia de 8 a 15
anos de reclusão.
G1