Investigadores criam substância que repele e mata mosquito do dengue

Investigadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Rio Claro criaram uma substância capaz não só de repelir o mosquito do dengue como matá-lo durante uma pesquisa que procurava princípios activos para a criação de um detergente.

A eficácia do produto foi confirmada em testes laboratoriais e o próximo passo é baixar os custos do processo de criação para a produção comercial que pode funcionar ao ser passado na pele ou espirrado contra mosquitos. Não há prazo, no entanto, para que o produto chegue ao mercado.

A substância foi produzida a partir de uma bactéria encontrada em solo contaminado por derivados de petróleo.

Os cientistas já estudavam há 17 anos a bactéria Pseudomonas aeruginosa LBI numa pesquisa para a produção de detergente biológico, até perceberem que ela tinha a capacidade de destruir as larvas do Aedes aegypti, mosquito causador do dengue, no estágio de larva e na fase adulta, além de funcionar como repelente.

O grupo, comandado pelo professor Jonas Contiero, decidiu, então, testar a aplicação da substância contra as larvas.

«A substância actua basicamente na diminuição da tensão da água. Como as larvas do mosquito da dengue precisam de se manter à superfície para respirar, resolvemos testar essa situação e, com a queda nessa tensão, a larva não consegue manter-se à tona da água, afunda-se, não consegue respirar e morre», explicou a biólogo Roberta Barros Lovaglio, que participa na pesquisa.

Depois de perceberem a eficácia da substância contra as larvas, o grupo testou a acção do produto contra mosquitos adultos e percebeu que estes também eram afectados.

«No caso deles, a substância quebra a cutícula do mosquito e este fica susceptível à acção do meio ambiente e morre. Apenas como comparação, seria o mesmo que retirar a pele a um ser humano», afirma o biólogo Vinicius Luiz da Silva, também participante do projecto.

A eficácia do produto, segundo os pesquisadores, é de 100%, em teste realizado com 10 larvas, em todas as concentrações testadas, tendo as larvas morrido  num período até 18 horas depois da aplicação.

Entre os mosquitos adultos, 20 exemplares, e a eficácia foi total, tendo todas morrido após a aplicação do produto.

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