Em
menos de 12 horas, um vigilante de Natal teve dois grandes prejuízos, em
diferentes cidades da região metropolitana da capital potiguar. Ambos foram
causados pelas chuvas que caem desde a segunda-feira (27) no Rio Grande do
Norte.
A
casa de Eziel dos Santos Teixeira, de 60 anos, ficou alagada o bairro Pajuçara,
na Zona Norte da capital, na noite de segunda-feira (27).
Nesta
terça-feira (28), o carro dele acabou caindo em uma cratera que se abriu na
região conhecida como Moinho dos Ventos, em Extremoz, e quebrou. A distância
entre as duas cidades é de cerca de 20 km.
Eziel
conta que a água começou a entrar na casa dele por volta das 21h. "Deu um
metro (de água) dentro de casa. Quando deu meia-noite, pegamos o carro e fomos
para Extremoz, para a casa do meu enteado", contou.
Segundo
Erickson Marlon, de 31 anos, enteado de Eziel, a casa foi inundada após a lagoa
de captação do bairro Pajuçara transbordar.
"Ele
perdeu tudo dentro de casa. As únicas coisas que conseguiu salvar foram algumas
roupas e uma televisão. Todo o resto se perdeu", contou ao g1.
Após
passar o início da madrugada na casa do enteado, Eziel saiu para o trabalho em
Natal por volta das 4h50 desta terça (28). No entanto, teve outro prejuízo no
caminho. "Passou um carro, depois passou outro, quando fui passar, o
buraco se abriu", relatou Eziel.
"A
gente não sabe tudo que danificou, mas quebrou motor, para-choque, arranhou as
portas, foi muita coisa", disse o enteado.
A
família voltou ao bairro Pajuçara na manhã desta terça-feira (28), após o nível
da água baixar, para tentar recuperar pertences e ajudar vizinhos.
As fortes
chuvas que caem sobre Natal e cidades da região metropolitana desde a
segunda-feira (27) provocaram alagamentos em ruas e casas da capital,
causaram suspensão das
aulas nas escolas municipais, dos atendimentos em unidades de saúde
e do funcionamento das linhas de trens urbanos.
As
estações pluviométricas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de
Desastres Naturais (Cemaden) registraram acumulados de até 240 milímetros em 24
horas, na Zona Norte da capital.
O
volume é
atípico para o período do ano e histórico, segundo afirmou o
meteorologista Gilmar Bristot, da Empresa de Pesquisas Agropecuárias do Rio
Grande do Norte (Emparn).
Somente
a cidade de Brejinho, na região Agreste potiguar, registrou mais de 300
milímetros de chuva em 24 horas, segundo o monitoramento da empresa estatal. De
acordo com o especialista, o volume é metade do esperado para todo o ano no
município.
g1 RN