
Os consumidores de gás de cozinha já começaram a pagar mais caro desde
ontem em alguns postos de venda. Segundo o diretor do sindicato das
revendedoras de gás, Edgar Cardoso de Moura Neto, o produto já começou a
ser reajustado e o aumento pode variar entre 10% e 15% ao consumidor
final.
Esse mesmo percentual deve incidir sobre o gás encanado
ainda nesta semana, de acordo com o diretor. Edgar afirma que as
revendedoras reajustam seus preços sempre em setembro, conforme o
dissídio realizado no mês anterior.
“Existem cinco distribuidoras
em Salvador e elas aumentaram os preços, em média, em 8%. Mas as
revendedoras têm outros custos, como energia, combustível e o salário
dos empregados, que sofreu aumento”, explica ele, lembrando que o último
reajuste do gás para o consumidor havia sido em setembro do ano
passado.
O diretor sindical diz que ainda pode acontecer um novo
ajuste, caso haja aumento de impostos, a exemplo do ICMS, como se
especula. Hoje, o valor desse imposto por botijão é de R$ 0,95. Augusto
Campos, proprietário de uma revendedora no Vale da Muriçoca e outra na
Boca do Rio, disse que já precisou repassar o aumento das distribuidoras
aos seus clientes: “Eu vendia a R$ 62 até sábado, já incluindo a
entrega, e agora custa R$ 67. Se o cliente buscar na loja, cobro R$ 60,
contra R$ 56, que era o preço antigo”. Neste caso, o preço do botijão
entregue em casa aumentou 8% e o vendido na loja, 7,2%.
A
consumidora Dorotéia Soares, 44 anos, professora, já sabendo do aumento
que ocorreria, correu para comprar no sábado, ainda pelo preço anterior
ao ajuste, a R$ 57,60. “Mas, segundo o funcionário da revendedora o
preço ia passar para R$ 67,60 já hoje (domingo)” - aumento que, se
confirmado, ultrapassa os 15% anunciados pelo sindicato e chega a 17%.
“O
entregador até brincou, dizendo que, se continuar aumentando assim, as
pessoas vão parar de comprar gás e cozinhar na fogueira”, disse
Dorotéia. Segundo Campos, que trabalha como revendedor há 20 anos,
sempre que há um aumento, há uma retração no consumo, com tendência a
recuperar aos poucos: “Nós, revendedores, reconhecemos que existe uma
crise econômica no país, mas não podemos arcar sozinhos com a inflação.
Infelizmente, temos que repassar ao consumidor final”.
Edgar Neto
diz que nos últimos meses houve retração no consumo: “Mas nesse período
não havia acontecido nenhum reajuste. Por isso, não se pode atribuir a
queda de consumo a um aumento do preço. Com a crise, muito jovem que
morava sozinho voltou para a casa dos pais e provocou queda no consumo
de botijões”.
Via Correio 24 horas