Radio

domingo, 23 de março de 2014

Papa nomeia vítima de abuso para comissão sobre pedofilia na Igreja

O teólogo argentino Humberto Miguel Yáñez e outras sete pessoas, entre elas o arcebispo de Boston, Sean Patrick O´Malley, foram nomeados pelo Papa Francisco para integrar uma comissão de especialistas para a proteção das crianças nas instituições da Igreja.

Uma mulher que foi molestada por um padre quando era criança também foi nomeada como parte do grupo que irá ajudar a Igreja Católica lutar contra o abuso sexual clerical de menores que tem assombrado a instituição há mais de duas décadas.

A vítima é Marie Collins, que foi abusada em sua terra natal, a Irlanda, na década de 1960, e fez campanha para a proteção das crianças e por justiça para as vítimas de pedofilia clerical.

Os primeiros oito membros do grupo, quatro mulheres e quatro homens, são de oito países diferentes e incluem o cardeal de Boston Sean O´Malley, a ex-primeira-ministra polonesa Hanna Suchocka e a baronesa Sheila Hollins, psiquiatra britânica.

"O principal objetivo dos integrantes será preparar os estatutos da comissão e definir suas competências e funções", diz o texto.

Segundo o Vaticano, o Papa irá nomear mais pessoas para integrar a comissão.

A formação de um grupo de especialistas, inicialmente anunciado em dezembro, ocorre apenas um mês depois de a Nações Unidas acusar a Igreja de colocar sua reputação como prioridade em detrimento do bem-estar das crianças e impondo uma "lei do silêncio" entre os clérigos sobre a questão da abuso sexual.

As acusações de que o papa Francisco não tenha tomado uma posição suficientemente forte contra o abuso sexual clerical mancharam as críticas positivas que ele recebeu ao chegar ao primeiro aniversário da sua eleição para o papado na semana passada.

Fonte: AFP 

Joaquim Barbosa descarta candidatura nas eleições de 2014

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa descartou que será candidato nas eleições de 2014, em entrevista ao jornalista Roberto D’Avila, que estreou na madrugada deste domingo (23) um programa semanal na GloboNews. 

“Por enquanto, não”, disse o ministro ao entrevistador, acrescentando que deve ficar no Supremo até novembro deste ano.

“Recebo inúmeras manifestações de carinho, pedidos de cidadãos comuns para que me lance nessa briga, mas não me emocionei com essa ideia”, relatou Barbosa.

O ministro, no entanto, admitiu que pode lançar candidatura no futuro. “Eu disse recentemente em uma entrevista que não descartava a hipótese de me lançar na vida política, mas não para essas eleições de 2014”.

A entrevista de 48 minutos foi pontuada ainda pelos mais diversos temas, desde a infância em Paracatu (MG), o dia a dia da época em que morou na França, onde fez seu doutorado, até questões recentes como corrupção, eleições, racismo e mensalão.

A popularidade de Barbosa cresceu após sua atuação no julgamento do mensalão, no qual foi relator. O nome do ministro chegou a aparecer em algumas pesquisas de opinião para as eleições do ano que vem para presidente.

Fonte: G1

sábado, 22 de março de 2014

Chuvas em 2014 devem diminuir prejuízos da seca prolongada no Nordeste

No Dia Mundial da Água, celebrado neste sábado (22), autoridades ligadas ao campo da meteorologia esperam que em 2014 os estados do Nordeste, afetados pela estiagem, tenham o alento de um boa temporada de chuvas. "Acho que este ano a gente já começa com mais expectativa do que o ano passado. Ainda caracterizamos que continuamos na seca, porém com mais esperança", explica Cristina Nascimento, coordenadora da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) pelo Ceará.

A espera por "bons tempos" está baseada, principalmente, na previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) de que as chuvas até o mês de maio devem ficar dentro do considerado normal para o período nos nove estados do Nordeste. Para o chefe da Divisão de Previsão do Tempo do Inmet no Recife, Ednaldo Correia, em 2014 o problema não será a falta de chuva, mas sim a distribuição da mesma em todas as regiões.

"De acordo com os prognósticos para os meses de março, abril e maio, as regiões do Agreste, zonas da Mata e Litoral dos estados nordestinos devem receber chuvas em um nível considerado normal. Somente no Sertão de estados como Alagoas, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte e Pernambuco, é que a previsão desanima um pouco. Os dados mostram que as chuvas vão variar entre normal e abaixo do normal", analisa Ednaldo, que trabalha no Inmet da capital pernambucana há quase três décadas.

Apesar de a expectativa de um período de chuvas proveitoso na agricultura, com reflexos na pecuária, a coordenadora da ASA, Cristina Nascimento, alerta para o fato de que, mesmo com as precipitações que já alcançaram diversas regiões castigadas pela estiagem no Nordeste, a seca ainda não acabou. "Em todos os estados do semiárido já há uma quantidade de chuva, mas nenhum conseguiu superar esta situação", pontuou. 

Segundo ela, os animais representam o grande prejuízo da seca que perdura desde o início de 2011. "Em 2013, não houve perda de produção porque não houve produção", avaliou Cristina, que apontou as ações de convivência com a estiagem, realizadas pelos governos dos estados, como o principal motivo para as pessoas ainda conseguirem viver nas áreas mais afetas com a falta de chuvas.

Já o meteorologista do Inmet Ednaldo Correia revela que entre todos os estados do Nordeste brasileiro, o que ainda deve sofrer com a falta de precipitações é Pernambuco. "O mês de janeiro foi muito ruim em várias regiões, o de fevereiro já foi um pouco melhor e isso deve se repetir em março. No entanto, para as áreas do Sertão - as mais prejudicadas - as chuvas tendem a diminuir a partir de abril. Se não se recuperou até agora não tem muito o que esperar para o fim do ano. A partir do próximo mês as chuvas se concentram do Agreste pro Litoral", contou o especialista em clima. 

Enquanto as chuvas não chegam, o Nordeste convive com a realidade de que 74,2% dos 1.795 municípios da região estão em estado de emergência desde novembro de 2013, sendo o Ceará o "campeão" entre os mais castigados. Cerca de 96% das cidades cearenses estão em situação crítica. Rio Grande do Norte (95,8%), Piauí (94,1%) e Paraíba (90%) seguem no topo da lista.

ALAGOAS - O governo do Estado decretou situação de emergência, por 180 dias, em 45 municípios alagoanos devido à seca. Entre as cidades afetadas estão Água Branca, Arapiraca, Cacimbinhas, Delmiro Gouveia, Maravilha, Olho D’Água das Flores, Olho D’Água do Casado e Palmeira dos Índios. O decreto permite que sejam solicitados recursos federais para combater a seca, e entre as medidas previstas está a solicitação de verba para dar continuidade à Operação Carro-Pipa, que distribui água potável à população.

BAHIA - Pelo menos 158 municípios do semiárido baiano estão em situação de emergência. De acordo com o governo do estado, cerca de dois milhões sofrem com a estiagem. Os reservatórios da Bahia estão muito abaixo de sua capacidade e safras, como milho e feijão, foram perdidas. Para amenizar a sede da população, governos federais e municipais contam com a ajuda do Exército para conseguir distribuir água em carros-pipa.

CEARÁ -  O governo do Ceará reconhece a situação de emergência em 168 das 184 cidades do estado por conta da estiagem. O Ceará tem 112 açudes com volume inferior aos 30% e apenas um reservatório com volume superior aos 90%. Por causa dos problemas causados pela seca, cerca de 48% dos municípios decidiram não realizar festas de Carnaval este ano com a utilização de recursos públicos.

PARAÍBA -  Atualmente, o Governo paraibano reconhece situação de emergência em 27 cidades. Mesmo com chuvas esparsas registradas no final de 2013, a estiagem se agrava deixando pelo menos 28 açudes com volumes abaixo de 3% de suas capacidades, sendo 14 completamente secos. A estimativa das autoridades locais é de que a falta de água prejudique o abastecimento de mais de 270 mil moradores.

PERNAMBUCO - Pelo menos 672 mil pessoas que moram nos 102 municípios pernambucanos em situação de emergência têm sofrido com as perdas na agropecuária por causa do longo período de estiagem. A maioria dessas cidades prejudicadas encontra-se no Sertão do Estado, onde riachos e açudes estão secos e animais seguem morrendo sem água e alimento.

PIAUÍ - No ano passado, 212 dos 224 cidades do Piauí entraram em situação de emergência por causa da seca. Hoje este número sofreu uma redução, mas ainda são 152 cidades prejudicadas. Nos primeiros dias de 2014, a chuva chegou em alguns municípios, mas não foi suficiente para diminuir os efeitos da estiagem.

RIO GRANDE DO NORTE - Entre os estados mais prejudicados com a seca prolongada está o Rio Grande do Norte, com 160 municípios em estado de emergência. A perspectiva dos órgãos locais de meteorologia é que as chuvas no Estado atinjam os níveis de normalidade, entre 301 e 401 milímetros.

SERGIPE - A falta de chuva em Sergipe deixa 23 municípios em situação de emergência, entre eles estão Canindé do São Francisco, Poço Redondo, Porto da Folha, Monte Alegre, Nossa Senhora da Glória, Gararu, Itabi, Feira Nova, Graccho Cardoso, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora de Lourdes, Carira, Pinhão, Pedra Mole, Frei Paulo, Macambira, Nossa Senhora de Aparecida, São Miguel do Aleixo, Ribeirópolis, Poço Verde, Tobias Barreto e Simão Dias.

Fonte: NE10

Especialistas debatem consequências da legalização do uso de maconha

O coronel da Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro, Jorge da Silva, membro da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia (CBDD), manifestou-se nesta sexta, 21, contra a proibição penal relativa ao uso de drogas. Silva foi um dos participantes do debate Legalizar É o Caminho?, promovido pelo Conselho Municipal Antidrogas (Comad) sobre a liberação ou não do uso da maconha.

O coronel, que é ex-chefe do Estado Maior da PM, esclareceu que “o modelo que temos, de combate policial, penal, carcerário, para resolver uma questão social, já se provou um fiasco. Basta ver o que ocorre em grandes cidades como São Paulo e, principalmente, Rio de Janeiro, nas quais temos pessoas morrendo aos borbotões”. Isso inclui, segundo Jorge da Silva, policiais, traficantes, supostos traficantes e pessoas das comunidades.

“As comunidades estão com medo. Há ataques de traficantes às bases policiais, traficantes matando policiais e estes matando traficantes. Em suma, no final, nós temos aqui um modelo que acaba resultando em brasileiros matando brasileiros”. Ele lembrou que em 1998 a Organização das Nações Unidas (ONU) queria impedir o avanço das drogas, em dez anos, por meio da repressão policial. Em 2008, viu-se que o objetivo não foi alcançado, disse. “É uma matança tremenda”.

Silva insistiu que o modelo está ultrapassado. Para ele, é preciso pensar a questão das drogas em termos de prevenção, educação, saúde pública e restrições administrativas. “Acho que é preciso tirar o controle das mãos dos traficantes”. Salientou que os Estados Unidos, na década de 1930, quando declararam guerra ao álcool, o que conseguiram foi inventar o crime organizado no modelo atualmente em vigor. “Quando viram a besteira que fizeram, voltaram atrás com uma nova emenda constitucional e o álcool passou a ser controlado pelo governo. Hoje, é mais fácil tomar bebida alcoólica no Brasil do que nos Estados Unidos”.

Jorge da Silva não gosta do termo legalização da maconha. Ele prefere controle. Daí, admitiu que o controle do uso dessa droga pelo governo poderia ser feito como experiência, no Brasil. “Uma coisa eu garanto: piorar não vai”. Voltou a insistir que o modelo que vige hoje, no país, “é insano”.

Já o presidente da Associação Brasileira de Alcoolismo e Drogas (Abrad), psiquiatra Jorge Jaber, diz ser contrário à legalização da maconha, por razões médicas. Ele disse que já está comprovado que o uso da maconha, em especial por pessoas jovens, compromete de forma significativa os neurônios.

“Há uma morte dos neurônios cerebrais, que ocorre lentamente. Isso leva a um transtorno cognitivo, isto é, a uma perda da capacidade de memória e de desempenho intelectual. Então, sob o ponto de vista neurológico, há a destruição do cérebro”, informou.

Jaber acrescentou que do ponto de vista pulmonar, o uso da maconha acarreta a instalação de bronquite e de câncer de traqueia e de brônquios. A droga provoca também alteração na produção de espermatozoides no homem e disfunção sexual. Do lado psiquiátrico, disse que o uso da maconha está “fortemente associado” a transtornos psicóticos. “Ou seja, doenças em que o paciente perde totalmente o contato com a realidade e pode desenvolver alucinações visuais e auditivas, delírios persecutórios, principalmente, o que leva, por exemplo, a situações de descontrole, colocando em risco a própria vida ou de terceiros. Então, sob o ponto de vista médico, a maconha causa inúmeros problemas”, apontou.

O presidente da Abrad, que integra também o Comad, informou que, no Brasil, está se confirmando o uso crescente de maconha em idades cada vez mais jovens. Ele argumentou que não há nenhuma vantagem cientificamente comprovada de que o uso da maconha traga algum benefício, além de uma sensação que consideram agradável.

Destacou que em populações das classes média e média alta das maiores capitais, que têm acesso a bens, a uma boa alimentação, a práticas esportivas, o prejuízo do consumo da maconha é menor do que em populações de baixa renda. “Aí é uma catástrofe. É uma garotada que não tem escola, que não se alimenta bem. É um pessoal mais complicado e que, certamente, ficará bastante comprometido”.

Outro argumento contra a legalização da maconha, levantado por Jaber, está ligado ao controle da droga. “Se a proibição da venda de tabaco e de álcool para crianças e adolescentes fosse respeitada, nós poderíamos acredita que também a maconha, quando fosse liberada, poderia ser controlada e os jovens não iam usar. A verdade, porém, é que não conseguimos controlar o uso de álcool”. Esse é um ponto importante da questão, sob o ponto de vista de saúde pública, acrescentou, “porque nós não temos recursos suficientes para tratar as pessoas que sofrem do uso de drogas atualmente. Imagina quando aumentar o consumo”.


Fonte: Agência Brasil 

TSE multa Dilma e ex-ministro da Integração Nacional

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu multar, na última quinta-feira (21), a presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro da Integração Nacional, João Reis Santana Filho, em R$ 5,3 mil por conduta vedada a agentes públicos. 

A maioria dos ministros entendeu que o governo não poderia ter divulgado uma nota no site no Ministério da Integração Nacional para rebater criticas feitas pelo PSDB no horário eleitoral gratuito, durante a campanha eleitoral de 2010. Ambos podem recorrer da decisão. As informações são da Agência Brasil. 

Na representação, protocolada em 2010, o partido disse que funcionários da assessoria de comunicação do ministério, além do ex-ministro e da presidente, então candidata, usaram a máquina pública durante o processo eleitoral. Em seu programa eleitoral do dia 26 de outubro de 2010, o PSDB criticou o andamento das obras de transposição do rio São Francisco. No dia seguinte, o ministério divulgou uma nota técnica no site do órgão pra contestar as afirmações. 

No julgamento, a maioria dos ministros seguiu entendimento do ministro Marco Aurélio, relator da representação, e votou a favor da aplicação de multa. Os ministros Dias Toffoli e Humberto Martins votaram contra as condenações. Segundo Toffoli, ao rebater as críticas, o ministério não fez propaganda institucional nem favoreceu a campanha eleitoral da presidenta. 

"O fato é que o órgão público tem todo o direito de estampar na sua página na internet como está sendo feita a política pública. Não há pedido de votos. O que foi colocado é que as obras estavam em andamento. O conteúdo não foi propaganda institucional, foi uma defesa de um ataque veiculado", disse Toffoli.

Fonte: Folhapress 

sexta-feira, 21 de março de 2014

MARTINS/RN: o dia que ficará na história da homossexualidade.

“Mais de um ano atrás, durante uma parada de dois dias em Paris, conheci Antônio”. Era minha última noite na cidade. O que começou como duas pessoas andando pelas ruas cobertas de neve da Velha Paris bem na noite, rindo e conhecer uns aos outros através de uma mistura de Espanhol e Português floresceu em uma relação que me trouxe para o Brasil e me casar com minha alma gêmea.

 Às vezes temos que dar uma chance e sonhar grande, se quisemos ter a vida que queremos. No hemisfério norte é primavera, e assim como o tempo esquenta e vida começa outra vez assim começa um novo capítulo da minha vida." Resumiu Isaac Riddle, em uma rede social, ao falar sobre a oficialização da união entre ele e Antônio Filho.

Hoje, uniram-se em matrimônio, celebrado no final da manhã desta quinta-feira, 20/03, no Mirante do Canto em Martins-RN, um brasileiro e um inglês. Um serrinhense e um cidadão da Filadélfia. Dois rapazes de boa indole, amogáveis, inteligentes e de boas famílias que, atraídos pela paixão foram mais forte que o preconceito e romperam barreiras fazendo história.

Tornaram-se o primeiro casal Gay a oficializar não somente uma relação, uma convivência, mas uma realidade vista por muitos como algo inaceitável. Batendo de frente com os preceitos religiosos e os ditames sociais, agora estão casados e seguiram suas vidas objetivando ser cada vez mais felizes, pois se assim desejaram e sentem-se bem desta forma que assim seja. Porque na vida o importante é ser feliz e promover a felicidade daqueles que amamos e nada mais.

O local da cerimônia não poderia ter sido melhor, o Mirante do Canto, senão o cartão postal, mas belo dos muitos da cidade de Martins/RN.

Num ato simples, porém emocionante, contando com a presença de familiares dos jovens, convidados e algumas
pessoas da "imprensa" local, a tabeliã Jaqueline tornou oficial a união dos dois.

Fonte e Imagens: Jiliardo Queiroz e Gardenia Oliviera
Via Nosso Paraná

Alvo da denúncia é o SBT, não Sheherazade, diz deputada

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) está sob fogo cruzado desde que pediu a suspensão da verba publicitária federal do SBT e a abertura de inquérito contra a apresentadora Rachel Sheherazade e a emissora por incitação ao crime. Nas últimas semanas, a líder do PCdoB na Câmara virou alvo de milhares de comentários nas redes sociais, alguns bastante virulentos, que apoiam a jornalista e acusam a parlamentar de tentar promover censura.

Em entrevista ao Congresso em Foco, Jandira diz que o que está em questão não é o direito de Rachel Sheherazade fazer comentários na TV, mas a impossibilidade de uma empresa, que explora uma concessão pública, continuar recebendo verba publicitária mesmo após ter cometido um crime. Só em 2012, o SBT recebeu R$ 153 milhões do governo federal. O objetivo da ação, segundo ela, é que a eventual punição ao SBT sirva de exemplo para outras redes.

“Não estamos provocando a Rachel Sheherazade, é o SBT que está em questão. Não é uma questão dela especificamente, mas dela vinculada ao canal. A gente espera que isso sirva de parâmetro para outras TVs”, afirma. “A emissora vai ter de assumir”, acrescenta.

“Ação orquestrada”

A deputada afirma que não se sente intimidada com as críticas que passou a receber desde que denunciou Rachel Sheherazade e o SBT em razão dos comentários feitos por ela em defesa de um grupo de pessoas que espancou, tirou a roupa e acorrentou ao poste um adolescente acusado de furto no Rio. Ela vincula os ataques à realização da marcha de setores da direita que pede a volta dos militares ao poder, que será realizada neste sábado.

Jandira acredita que há uma “ação orquestrada” na internet contra defensores dos direitos humanos. Na opinião dela, a proliferação de comentários contrários à sua iniciativa não é espontânea, nem se deve apenas às pessoas que concordam com a apresentadora.

“Nós mesmos apagamos uma das mensagens, que era de muito baixo nível. A pessoa respondeu: ‘Não adianta me apagar, pois tenho 200 perfis fakes, meu IP está na Holanda. Não vão me identificar’. Ou seja, há uma ação orquestrada. Agora mesmo vão fazer uma marcha em São Paulo, orquestram fakes, tem muito texto igual, as agressões são muito parecidas”, conta a deputada.

Pauta da mídia

A líder do PCdoB na Câmara também anuncia que vai propor a votação de uma “pauta da mídia”, que contemple desde a regionalização da programação até a redefinição de critérios para a distribuição da verba publicitária, passando pela regulamentação do direito de resposta. “Alguém tem de enfrentar a grande mídia naquilo que é prejudicial à sociedade. Uma coisa é a opinião. Outra coisa é incitar à ação criminosa.”

Jandira Feghali trabalha em duas frentes contra o SBT. Além do ofício enviado diretamente à Secom, no dia 20 de fevereiro, ela também apresentou um requerimento à Procuradoria-Geral da República (PGR) em que pede a abertura de inquérito contra a TV e Rachel Sheherazade e o corte da verba enquanto durarem as investigações. Como mostrou o Congresso em Foco, em caso de condenação, Jandira solicita que o SBT perca até o direito à concessão pública. Caberá ao procurador-geral, Rodrigo Janot, dar andamento ou não aos pedidos. “Acho mais fácil tirarem a Rachel do ar do que cassar a concessão”, diz Jandira.

Procurados pela reportagem ainda na última terça-feira (18), a apresentadora, o SBT e a Secretaria de Comunicação da Presidência da República não se manifestaram sobre o assunto.

Leia a íntegra da entrevista da deputada:

Congresso em Foco – Como surgiu a ideia de pedir a suspensão da verba publicitária do SBT?

Jandira Feghali – Quando eu presidia a Comissão de Cultura, uma das pautas que tratamos com a então ministra da Secretaria de Comunicação, Helena Chagas, foi sobre a distribuição de verbas publicitárias do governo. Para nós, é óbvio que a verba publicitária não pode subsidiar canais de comunicação que pregam preconceito e violam os direitos humanos. A ministra disse que, se tivéssemos alguma denúncia, ela interromperia a verba. Como o governo pode subsidiar um canal que tem uma editorialista que incita à violência e à justiça com as próprias mãos? Logo após o comentário da Rachel Sheherazade, apresentamos um ofício na Secretaria de Comunicação na Presidência da República, pedindo a suspensão da verba para o SBT. Mas fomos orientados de que seria importante que o próprio Ministério Público abrisse um processo penal para reforçar a provocação ao Executivo, no caso, a Secom. Com isso, teríamos um caminho próprio. A Secom me deu primeiro retorno de conteúdo, dizendo que concorda com o pedido, mas que está estudando que providências tomar.

Quais os procedimentos agora?

A entrada da PGR acelera a solução no Executivo. Estou para fazer uma visitar ao procurador-geral, aguardo uma audiência com ele [Rodrigo Janot]. Alguém tem de enfrentar a grande mídia naquilo que é prejudicial à sociedade. Uma coisa é a opinião. Outra coisa é incitar à ação criminosa. Como o SBT tem muita audiência, isso impacta a própria guerra num terreno livre que é o da internet. Como é livre, é de todas as opiniões, concordando-se ou não.

Impressionou a senhora a repercussão ao seu pedido nas redes sociais?

O que chama a atenção é a agressividade com que isso ocorre. Quem se confronta conosco, geralmente, vem com um nível de agressividade muito grande, reafirmando a posição de “mata mesmo, agride mesmo”. Uma coisa muito odiosa, preconceituosa, agressiva.

Por que isso ocorre?

Nós mesmos apagamos uma das mensagens, que era de muito baixo nível. A pessoa respondeu: “Não adianta me apagar, pois tenho 200 perfis fakes, meu IP está na Holanda. Não vão me identificar”. Ou seja, há uma ação orquestrada. Agora mesmo vão fazer uma marcha em São Paulo, orquestram fakes, tem muito texto igual, as agressões são muito parecidas. Alguém que fale em IP não é povão, tem conhecimento de tecnologia, comunicação. Tem ações que se multiplicam mesmo não sendo majoritárias. Essa violência que está nas ruas se reflete na comunicação. Há um grande preconceito.

Mas há muita gente que se identifica com os comentários dela por não acreditar mais no Estado…

Tem quem se identifique com ela. Fui testemunha, no Carnaval, de um espancamento num bloco no Rio. De repente, gritaram “pega ladrão”. Aí três caras enormes espancaram um moleque mulato, que caiu desmaiado. Quebraram dedo da mão dele. Tive de atendê-lo na hora, como médica que sou. Eles também queriam deixá-lo nu e amarrá-lo num poste. O que esse tipo de programa e afirmação dela defendem pega em alguns segmentos que se sentem legitimados para agir dessa forma. Isso é barbárie.

Mas não há também uma descrença das pessoas no Estado?

Tudo bem que as pessoas tenham desconfiança da polícia, não aguentem mais a impunidade. Mas quem tem poder de julgar? Não pode ser um segmento da sociedade. Deviam pegar o moleque que estava roubando e entregá-lo para a polícia. Mas o gosto era de matar mesmo. Isso é terrível.

Na internet, há quem diga que a representação que a senhora move representa uma censura e que Rachel Sheherazade manifestou apenas o que eles também pensam…

Temos de enfrentar o debate sem nenhuma conivência com o crime, com quem rouba ou assassina. Mas é preciso compreender que as heterogeneidades sociais estão por trás disso. Os espancados, muitas vezes, não são bandidos profissionais, mas um garoto novo que não tem conhecimento. Um menino que rouba um celular, e não um que cometeu estupro. Não podemos ser coniventes com nenhum dos crimes. O único poder capaz de julgar a proporcionalidade da punição é a Justiça, que dá direito de defesa. Temos de defender o Estado democrático de direito.

O que representará uma eventual punição ao SBT nesse caso?

É uma simbologia para outras TVs não reproduzirem essa atitude. É garantir que as instituições funcionem. Há projetos que queremos puxar para a pauta do Congresso, como a redistribuição da verba publicitária, o direito de resposta, a regionalização da comunicação, a chamada lei das antenas. Tem uma pauta da comunicação que a gente precisa dar curso para garantir maior acesso da população e fortalecer uma mídia que nos permita um debate mais aberto.

Quais os próximos passos do pedido feito na Secom e da representação na PGR contra Rachel e o SBT?

Vou pedir reunião com os dois, o ministro e o procurador-geral. Thomas Traumann [ministro da Secom] disse que concordava com o conteúdo e ia pensar nas providências. A ação da PGR fortalece esse nosso pedido.

A senhora propõe, em seu pedido ao procurador-geral, até a retirada da concessão pública do SBT em caso de condenação. Há alguma possibilidade de isso acontecer?

Acho mais fácil tirarem a Rachel do ar do que cassar a concessão. A emissora vai ter de assumir. Não estamos provocando a Rachel Sheherazade, é o SBT que está em questão. Não é uma questão dela especificamente, mas dela vinculada ao canal. A gente espera que isso sirva de parâmetro para outras TVs.

Fonte: Congresso em Foco 

Morre o humorista Canarinho, do programa ´A Praça É Nossa´

Morreu, no início da tarde desta sexta-feira (21), o humorista Aloísio Ferreira Gomes, mais conhecido como Canarinho. O ator, de 86 anos, sofreu um infarto agudo do miocárdio no último domingo (16), e estava internado no Hospital Santana, em Mogi das Cruzes (SP).

Canarinho nasceu em Salvador, na Bahia, e começou a carreira quando tinha apenas 17 anos. A partir de 1987, Canarinho começou a tralbahar no humorístico A Praça É Nossa, do SBT. A emissora de Silvio Santos lamentou a morte do comediante em um comunicado.

"Deixamos nossos sentimentos aos familiares, amigos, admiradores e colegas de trabalho de Canarinho", diz a nota. A família vai realizar o desejo do humorista em ser cremado. Ainda não há informações sobre o local do velório.


Fonte: Terra 

ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO REGISTRADO NA RN-177 EM MUNICÍPIO DE CEL. JOÃO PESSOA

Na noite deste sábado, 16 de agosto, um acidente automobilístico foi registrado na RN-177, no município de Coronel João Pessoa, localizado...