Pelo
menos 19 barragens estão em estado de alerta ou atenção devido às consequências
das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a última sexta-feira
(26).
Em
nota divulgada hoje (2), a secretaria estadual do Meio Ambiente e
Infraestrutura (Sema) informou que está monitorando 14 barragens de usos
múltiplos que estão em estado de alerta, incluindo a da Usina de Geração de
Energia 14 de Julho.
Parte da estrutura da 14 de julho, localizada entre Cotiporã e
Bento Gonçalves, na serra gaúcha, a cerca de 170 quilômetros de Porto Alegre,
se rompeu no início da tarde desta quinta-feira, potencializando o risco da
elevação do nível do Rio Taquari causar inundações e enchentes em ao menos sete
cidades (Santa Tereza, Muçum, Roca Sales, Arroio do Meio, Encantado, Colinas e
Lajeado) da bacia do Rio Taquari-Antas.
As
áreas de influência de cinco das 14 estruturas monitoradas pela Sema estão em
processo de evacuação. São elas: barragem Santa Lúcia, em Putinga; barragem São
Miguel do Buriti, em Bento Gonçalves; barragem Belo Monte, em Eldorado do Sul;
barragem Dal Bó, em Caxias do Sul; e barragem Nova de Espólio de Aldo Malta
Dihl, em Glorinha.
Barragens
Ainda
de acordo com a secretaria estadual, a Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) e o Operador Nacional do Sistema (ONS) estão acompanhando a situação de
outras cinco barragens de geração de energia elétrica em estado de atenção. São
elas: Capigui, em Passo Fundo; Guarita, em Erval Seco; Herval, em Santa Maria
do Herval; Passo do Inferno, em São Francisco de Paula, e Monte Carlo, entre
Bento Gonçalves e Veranópolis.
Segundo
a Sema, o volume de chuva estimado para os próximos dias pode ocasionar
alagamentos semelhantes aos níveis de novembro do ano passado, quando o Rio
Grande do Sul enfrentou uma das maiores enchentes de sua história.
As
áreas mais atingidas podem ser as regiões dos rios Caí e Taquari, que
atravessam municípios com grande concentração populacional. No momento, a
situação mais delicada é no Vale do Caí, onde as quatro estações fluviométricas
indicam que o rio ultrapassou a cota de inundação. No Vale do Taquari, o ponto
mais sensível é a região da cidade de Estrela, onde o curso d’água também
superou a cota de inundação, atingindo mais de 20 metros.
Devido
ao volume de chuva registrado dos últimos quatro dias, o Centro Nacional de
Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) considera
“muito altas” as chances de, nas próximas 48 horas, ocorrerem novas inundações
graduais e bruscas e de alagamentos em áreas rebaixadas da região metropolitana
de Porto Alegre, bem como nas mesorregiões Nordeste, Centro-Oriental e
Centro-Ocidental Rio-Grandense, além de parte do sul catarinense.
Segundo
o Cemaden, se a previsão se confirmar, as condições favorecerão que o nível dos
rios Taquari, Caí, Sinos, Gravataí, Baixo Jacuí, Maquiné e Três Forquilhas
continue subindo.
Desde
o início de segunda-feira (29), as forças de segurança do estado estão agindo
preventivamente, orientando e evacuando famílias das áreas de risco para casas
de familiares, amigos ou abrigos municipais. A ação inicial está concentrada
nas cidades de Candelária e Roca Sales, diante do risco de eventos climáticos
mais extremos.
Mortos
e feridos
O
mais recente balanço da Defesa Civil estadual, divulgado ao meio-dia de hoje
(2), aponta que ao menos 13 pessoas morreram e 12 ficaram feridas em todo
o estado devido às consequências das chuvas intensas.
As
mortes confirmadas ocorreram nos seguintes municípios: Encantado (1); Itaara
(1); Pântano Grande (1); Paverama (2); Salvador do Sul (2); Santa Cruz do Sul
(1); Santa Maria (2); São João do Polêsine (1); Segredo (1) e Silveira Martins
(1).
Mais
cedo, a Defesa Civil chegou a contabilizar três óbitos em Santa Maria, mas
corrigiu a informação ao longo da manhã, informando que uma destas mortes, na
verdade, foi registrada em Silveira Martins.
Há
21 pessoas desaparecidas e mais de 67.860 mil pessoas foram de alguma forma
afetadas por alagamentos, inundações, enxurradas e vendavais. O número de
desalojados, ou seja, de pessoas forçadas a deixar suas casas e buscar abrigo
na casa de parentes, amigos ou em hospedagens pagas, chega a 9.993, enquanto os
que tiveram que buscar abrigos públicos ou de entidades assistenciais somam
4.599 pessoas.
Agência Brasil