A
Petrobras subirá o preço da gasolina em 3,3% a partir desta quinta-feira (12).
É o
segundo aumento consecutivo, após corte realizado em junho. O preço do
diesel não terá elevação.
Segundo
a estatal, o reajuste médio é de R$ 0,09 por litro, elevando o preço de venda
em suas refinarias a R$ 2,78 por litro. Até chegar aos postos, o valor ainda é
acrescido de impostos e margens de distribuidores e postos.
Em
nota divulgada nesta quarta (11), a empresa destacou qual sua contribuição para
o preço médio final da gasolina, que passará a ser de R$ 2,03 por litro, já que
o produto vendido nos postos recebe 27% de etanol anidro.
O
reajuste é anunciado mais de um mês após a última alta, reforçando a percepção
de que a Petrobras reduziu
a frequência de ajustes de preços após a posse do general Joaquim SIlva e
Luna no comando da companhia.
Nos
comunicados de reajustes dos combustíveis, a Petrobras afirma que segue
buscando equilíbrio com o mercado internacional, mas que "busca evitar o
repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por
eventos conjunturais".
Silva
e Luna foi escalado pelo presidente Jair Bolsonaro para substituir Roberto
Castello Branco, o primeiro presidente da estatal em seu governo, em meio a
fortes pressões contra a escalada nos preços dos combustíveis do início do ano.
Para a Ativa Investimentos, o reajuste ainda não é capaz de eliminar a
defasagem em relação ao preço internacional da gasolina. Segundo suas contas,
ainda há espaço para aumento de 13% nos preços em refinaria.
"O
acréscimo feito pela Petrobras segue em linha com nossas estimativas, pois
sempre informamos que as altas para mitigar a defasagem poderiam ser feitas de
forma fracionada", ponderou a Ativa, em nota divulgada após o anúncio do
aumento.
A
entidade lembra que o aumento pressionará ainda mais a inflação a partir da
terceira semana de agosto, com impacto integral no indicador de setembro.
A
inflação dos combustíveis, que atingiram valores recordes em 2021, tem
impactado a popularidade do presidente, que já cortou impostos federais sobre
diesel e gás de cozinha, mas sem resultados no preço final dos produtos.
Nesta
quarta (11), em mais uma ação, Bolsonaro
assinou MP que libera a venda de combustíveis de outras marcas e a venda de
etanol diretamente das usinas para os postos, mudanças que encontram
resistência entre as maiores distribuidoras de combustíveis do país.
Na
cerimônia de assinatura, voltou a defender que a escalada nos preços não é
responsabilidade do governo federal e a culpar governadores pela diferença
entre os preços de refinaria e os valores praticados nas bombas.
"O
governo estadual cobra ICMS também na margem de lucro, no transporte, cobra no
PIS/Cofins e cobra também no ICMS", afirmou. "Não compensa reduzir o
preço na refinaria. Quando abaixa cinco centavos, na ponta da linha continua
sendo o mesmo preço".
Com
a venda de combustíveis a preços historicamente elevados, a Petrobras registrou
lucro de R$ 42,8 bilhões no segundo trimestre e decidiu antecipar a
distribuição de R$ 31,6 bilhões em dividendos a seus acionistas. Maior sócio, a
União ficará com R$ 9 bilhões.
Folha de São Paulo