O
"superpedido" tem 46 signatários e consolida argumentos apresentados
nos outros 123 pedidos de impeachment já apresentados à Câmara. O texto foi
elaborado por um grupo de juristas e atribui ao presidente Bolsonaro 23 crimes
de responsabilidade
Partidos
políticos, parlamentares, movimentos sociais e entidades da sociedade civil
protocolaram nesta quarta-feira (30) na Câmara o chamado "superpedido"
de impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
O
"superpedido" tem 46
signatários e consolida argumentos apresentados nos outros 123 pedidos
de impeachment já apresentados à Câmara. Entre esses argumentos, está o mais
recente, o que aponta prevacarição do presidente no caso da suspeita de
corrupção no contrato de compra da vacina indiana Covaxin.
O
texto foi elaborado por um grupo de juristas e atribui a Bolsonaro 23 crimes de
responsabilidade divididos em sete categorias:
-
crimes contra a existência da União;
-
crimes contra o livre exercício dos poderes legislativo e judiciário e dos
poderes constitucionais dos Estados;
-
crimes contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
-
crimes contra a segurança interna;
-
crimes contra a probidade na administração;
-
crimes contra a guarda e legal emprego dos dinheiros públicos;
-
crimes contra o cumprimento de decisões judiciárias.
No
documento, os autores relatam uma reunião, no último dia 23 de abril, entre os
signatários de denúncias de impeachment em tramitação até aquele momento.
"Na
ocasião, os presentes compreenderam, de maneira uníssona, que a elaboração de
uma única peça, que viesse a sintetizar as suas manifestações específicas,
poderia ter o efeito de provocar a resposta há muito aguardada da presidência
da Câmara dos Deputados, com a instauração, afinal, do competente processo de
impeachment", diz o texto.
Para
que um processo de impeachment seja aberto e passe a tramitar na Câmara, o
presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), aliado do governo, precisa aceitá-lo.
Entre
os signatários do pedido estão ex-aliados do presidente, como os deputados
Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joyce Hasselman (PSL-SP).
Os
partidos subscritores são todos do chamado campo da esquerda ou da
centro-esquerda – PT, PCdoB, PSB, PDT, PSOL, Cidadania, Rede, PCO, UP, PSTU e
PCB, estes quatro últimos sem representação no Congresso.
"É
muito importante que esses mais de 100 pedidos de impeachment sejam
concentrados numa grande denúncia", disse o líder da Minoria na Câmara,
Marcelo Freixo (PSB-RJ).
"Não
pode o Congresso ficar de mãos atadas para tantos crimes cometidos por um
presidente. Não se trata de achar o governo bom, ruim, regular. Se trata de não
permitir que um governo cometa crimes", afirmou.
Entre
os signatários, também estão representantes da Associação Brasileira de
Juristas Pela Democracia (ABJD), da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), da
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), do Conselho Nacional de
Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
(MST) e do 342 Artes.
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G1