No calendário religioso de muitos países, celebra-se a páscoa.
Mas a páscoa é uma festa que foi instituída por Deus para o povo hebreu, tanto
é que o próprio nome tem origem no hebraico, recebe o nome de pesach, que
significa “passar por cima de”.
Depois de várias tentativas para libertar o povo da
escravidão, continuou Faraó com o seu coração endurecido e Deus enviou dez
pragas com o propósito de convencer Faraó a libertar o povo de Israel, sendo a
última praga “a praga da morte de todos os primogênitos”.
Deus ordenou ao anjo da morte ou destruidor que eliminasse
todo primogênito na terra do Egito e para que os israelitas fossem poupados da
praga da morte dos primogênitos, em cada casa um cordeiro de um ano e sem
defeito fosse morto e seu sangue aspergido nos umbrais e vergas das portas,
assim, quando o anjo destruidor olhasse o sangue passava por cima daquela casa
e poupava o filho primogênito daquela família.
Ao matarem o cordeiro, os israelitas estariam derramando
sangue inocente, e o animal sacrificado servia de substituto do primogênito que
seria morto naquela casa.
Desse ponto em diante o povo hebreu entenderia com clareza
que, para ser poupado da morte, uma vida inocente deveria ser sacrificada em
seu lugar. Foi aí que Deus instituiu a primeira Páscoa. Os hebreus seguiram as
instruções de Deus, cada família matou um cordeiro, aspergiram seu sangue nos
umbrais das portas, depois, dentro de casa, fizeram uma refeição com cordeiro
assado, ervas amargas e pão sem fermento. As ervas amargas significavam a
amargura da escravidão. Após comerem o banquete da Páscoa vestidos e prontos
saíram do Egito. A Páscoa tornou-se uma recordação anual de como Deus libertou
os hebreus do Egito. Anualmente, eles fariam uma pausa para recordar o dia em
que o anjo destruidor poupou suas casas, e agradeceriam a Deus por salvá-los da
morte e libertá-los da escravidão.
A partir de Jesus, a celebração da Páscoa foi substituída pela
Ceia do Senhor, com o pão e o vinho, em Sua memória. Cristo é a nossa Páscoa, e
o Seu sangue, o sangue do Cordeiro de Deus, nos lava e purifica de todo pecado
(Lc 22.1-20; 1 Co 5.7).
O próprio Senhor Jesus, quando instituiu a Ceia do Senhor, se
deu no dia da páscoa (Mateus 26:17-19; Marcos 14:12-16; Lucas 22:7-13), e não
foi pela Sua ressurreição que Ele a instituiu, e sim, em memorial a Ele, e
anunciando a Sua morte, até que Ele venha a nos buscar (I Coríntios 11:26).
Isto é, a Ceia do Senhor se deu justamente na páscoa porque, a verdadeira
páscoa era Ele (I Coríntios 5:7), que estava preparado para morrer pelos nossos
pecados - a de ser crucificado. Por isso, que foi chamado de Cordeiro de Deus
que tira os pecados do mundo (João 1:29), porque Ele é o Cordeiro a ser
sacrificado, a páscoa, para derramar o Seu sangue pelos nossos pecados; pois,
sem tal sacrifício, nenhum homem poderia aproximar de Deus, e entrar em
comunhão com Ele, ganhando assim a vida eterna.
Daí porque, uma vez feito tal sacrifício, o único verdadeiro e
perfeito, deixaria de ter sentido a páscoa, uma vez que o antigo pacto foi
consumado. Foi por essa razão que o Senhor Jesus se reuniu com os seus
discípulos, para realizar a última páscoa - a válida - e estabelecer o novo
pacto, mais abrangente, e debaixo da graça: a Ceia do Senhor.
Portanto, para nós, a comemoração da páscoa se dá todas as
vezes que participamos da “Ceia do Senhor”, porque Jesus é o nosso cordeiro
pascoal.
Edme Barbosa da Silva
Pastor da Igreja Batista do Centenário São Miguel/RN
São Miguel em Alta