Partido
do presidente Michel Temer faz campanha ostensiva em redes sociais pela
aprovação de reforma e diz que programas sociais correm risco no Brasil.
Em suas primeiras reuniões, a comissão instalada para debater a proposta de reforma do governo já está dividida se vai aceitar – ou não – que os brasileiros precisem ter uma determinada idade para pedir o benefício. A fim de evitar que a pressão popular seja mais um motivo para deputados justificarem um voto contrário ao governo na questão, o PMDB, partido do presidente, está fazendo uma defesa ostensiva da proposta nas redes sociais.
Em uma publicação de quinta-feira, na página oficial da legenda no Facebook, a ameaça é clara: “Se a reforma da Previdência não sair”, correm sérios riscos programas sociais do governo, como o Bolsa Família e o Fies (financiamento estudantil). Na imagem, está a frase, com quatro itens elencados abaixo –”Tchau Bolsa Família”, “Adeus Fies”, “Sem Novas Estradas”, “Acabam Programas Sociais” – e o logo do PMDB.
Esta é mais uma polêmica gerada após a chegada do marqueteiro Lula Marques à legenda. Marques, que ajudou a construir a figura do “João Trabalhador” da campanha de João Doria (PSDB) em São Paulo, foi contratado pelo presidente do PMDB, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) com carta branca.
Acompanhado da imagem, vem a mensagem explicativa:
“Um país sem o investimento mínimo necessário em saneamento básico; sem melhorias em estradas, portos e aeroportos e com cortes nos programas sociais fundamentais. Para evitar que este seja o cenário do Brasil no futuro, é necessário reformar a Previdência, que hoje está em crise e ameaça as melhorias que o país tanto precisa.”
Procurado pelo site de VEJA, o governo federal afirmou que não vai se manifestar sobre a publicação.
O vice-presidente e secretário de comunicação do PT, Alberto Cantalice, chamou a postagem de “terrorismo midiático”. “Os usurpadores (do poder) perderam completamente o senso do ridículo. Na falta de qualquer justificativa plausível para impor a esdrúxula “reforma” da Previdência, resolveram pela via da marquetagem assombrar a população”, afirmou no site do partido.
VEJA