Há cinco anos, no dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia de covid-19. A crise sanitária global deixou mais de 7 milhões de mortos no mundo, segundo dados da OMS, com o Brasil entre os países mais afetados, ultrapassando 700 mil vítimas.
Durante anos, a pandemia impactou a economia, a política e a vida cotidiana, com lockdowns, vacinas desenvolvidas em tempo recorde e mudanças permanentes na sociedade. Para relembrar essa trajetória, confira a linha do tempo dos eventos mais marcantes da pandemia:
Dezembro 2019
No dia 31 de dezembro, a China notificou a OMS sobre um surto de pneumonia de origem desconhecida em Wuhan. Na época, ainda não se sabia a causa da doença, mas os casos aumentavam rapidamente.
Janeiro 2020
Em 7 de janeiro, cientistas chineses identificaram o novo coronavírus, nomeado posteriormente como SARS-CoV-2. No dia 11, as autoridades chinesas anunciaram a primeira morte oficial pela doença na China.
No dia 23 de janeiro, Wuhan entrou em lockdown, tornando-se a primeira cidade do mundo a adotar medidas severas de isolamento para conter a propagação do vírus. No dia 30, a OMS declarou que o surto do novo coronavírus era uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, um alerta global sobre a gravidade da situação.
Fevereiro
No dia 2 de fevereiro, foi confirmada a primeira morte por COVID-19 fora da China, nas Filipinas. Durante o mês, a Itália registrou um aumento repentino nos casos, tornando-se o primeiro epicentro da doença na Europa.
Março
No dia 11 de março, a OMS declarou oficialmente a pandemia de COVID-19. O anúncio veio após a rápida disseminação do vírus pelo mundo, com milhares de casos registrados em dezenas de países. No dia seguinte, o Brasil teve sua primeira morte pela doença. Por muito tempo, porém, acreditava-se que a primeira morte no Brasil havia ocorrido no dia 16.
No Brasil, algumas cidades e estados impuseram restrições, mas sem um lockdown nacional.
Abril – Junho
No dia 15 de abril, Donald Trump anunciou que os EUA cortariam o financiamento à OMS, alegando falhas na resposta à pandemia. No Brasil, no dia seguinte, Luiz Henrique Mandetta foi demitido do cargo de ministro da Saúde após divergências com Bolsonaro sobre o isolamento social. Um mês depois, em 15 de maio, Nelson Teich, que havia assumido o ministério, também pediu demissão após pressões para liberar a cloroquina. Enquanto isso, o número de casos disparava no Brasil, nos EUA e na Índia.
Em 25 de maio, a morte de George Floyd nos EUA gerou uma onda de protestos do movimento Black Lives Matter, mesmo durante a pandemia.
Julho – Setembro
No dia 7 de julho, Bolsonaro testou positivo para COVID-19 e permaneceu isolado no Palácio da Alvorada. No dia 23, os Jogos Olímpicos de Tóquio foram oficialmente adiados para 2021, um fato inédito na história da competição. Em agosto, a Rússia anunciou a Sputnik V, a primeira vacina contra COVID-19 aprovada antes da conclusão dos testes.
Outubro – Dezembro
No dia 2 de outubro, Donald Trump testou positivo para COVID-19. Pouco mais de um mês depois, em 9 de novembro, a Pfizer anunciou que sua vacina experimental tinha 90% de eficácia, um avanço crucial na luta contra a pandemia. No dia 8 de dezembro, a britânica Margaret Keenan, de 90 anos, se tornou a primeira pessoa vacinada contra a COVID-19 no mundo. Durante esse período, houve um aumento na adoção e abandono de animais domésticos no Brasil, reflexo do lockdown nacional.
Janeiro 2021
No dia 6 de janeiro, apoiadores de Donald Trump invadiram o Capitólio dos EUA para tentar impedir a certificação da vitória de Joe Biden. O episódio ocorreu em meio à pandemia.
No Brasil, no dia 17 de janeiro, a enfermeira Mônica Calazans, de São Paulo, foi a primeira pessoa vacinada no país. No mesmo dia, a Anvisa aprovou a autorização temporária de uso emergencial da vacina CoronaVac. Ainda naquele mês, a crise de falta de oxigênio em Manaus levou hospitais ao colapso, resultando na morte de vários pacientes por asfixia.
Março – Maio
No dia 4 de maio, o ator Paulo Gustavo morreu de COVID-19, após complicações da doença. No dia 27 de abril, foi instalada a CPI da COVID no Senado para investigar as ações e omissões do governo Bolsonaro durante a pandemia. Enquanto isso, a variante Delta começava a se espalhar pelo mundo, provocando novas ondas de infecção.
Julho – Agosto
Entre 23 de julho e 8 de agosto, os Jogos Olímpicos de Tóquio aconteceram sem público e com protocolos rígidos.
Outubro – Dezembro
Em novembro, cientistas identificaram a variante Ômicron, na África do Sul, causando preocupação global.
Janeiro – Junho 2022
Em janeiro, houve uma explosão de casos devido à variante Ômicron, levando vários países a enfrentarem novas ondas da doença. Entre março e maio, nações como EUA, Reino Unido e Brasil começaram a decretar o fim das restrições sanitárias.
Julho – Dezembro
Em novembro, a Copa do Mundo no Catar ocorreu sem grandes restrições, simbolizando o retorno dos grandes eventos presenciais.
Maio 2023
No dia 5 de maio, a OMS declarou o fim da Emergência de Saúde Pública Global, encerrando oficialmente a pandemia de COVID-19.
O legado da pandemia
Cinco anos depois, a pandemia de COVID-19 deixou marcas profundas no mundo, transformando a economia, a ciência e a vida cotidiana. O avanço das vacinas em tempo recorde mostrou a força da inovação, mas também expôs desigualdades no acesso à saúde. O distanciamento social mudou hábitos de trabalho e estudo, impulsionando o home office e o ensino online, enquanto a crise sanitária agravou problemas como a solidão e os transtornos mentais.
No Brasil, a pandemia revelou fragilidades na gestão pública e no sistema de saúde, além de intensificar a polarização política. Globalmente, governos passaram a investir mais em prevenção e resposta a surtos epidemiológicos, tentando evitar uma nova crise semelhante. A pandemia não foi apenas um evento isolado, mas um ponto de virada que continua a moldar o mundo de hoje.
Exame
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