O
governo do Rio Grande do Norte publicou nesta quinta-feira (7) um decreto de
corte de gastos na administração estadual. Entre as medidas, o estado suspendeu
nomeação de novos servidores, além de viagens, contratos de locações, e
determinou que os órgãos estaduais reduzam despesas em pelo menos 25% do
custeio, inclusive em contas de água, energia e telefone.
"A
nova medida busca assegurar a responsabilidade fiscal e a sustentabilidade
econômica", informou o governo do estado.
As
principais medidas são válidas até 30 de abril de 2025, mas podem ser prorrogadas,
segundo o decreto.
Estão
suspensas:
novas
locações de mão de obra, veículos e imóveis, ainda que temporariamente para a
realização de quaisquer tipos de eventos;
nomeação
de novos servidores efetivos e temporários, ressalvadas as reposições
decorrentes de vacância de cargo para atender as áreas da saúde, educação,
segurança pública;
participação
de servidores públicos em feiras, congressos, seminários, cursos ou qualquer
outro tipo de evento que implique gastos, como passagens aéreas e concessão de
diárias;
novas
cessões de servidores públicos que implique em ônus ao Poder Executivo;
novos
afastamentos de servidores públicos sempre que houver ônus;
concessão
de reajuste, repactuação ou revisão nos contratos administrativos firmados.
O
decreto também proíbe a concessão de novas diárias e emissões de passagens
áreas até 31 de dezembro de 2024.
Entre
outras medidas, o governo determinou que todos os órgãos estaduais apresentem
planos para reduzir em 25% as despesas de custeio, incluindo água, energia,
telefonia, limpeza e outros serviços.
Exceções
a essa regra só poderão ser concedidas pelo Comitê de Gestão e Eficiência (CGE)
montado pelo governo, nos casos em que a redução comprometa diretamente a
prestação de serviços essenciais.
Ainda
de acordo com o governo, desembolsos superiores a R$ 1,5 milhão deverão ser
submetidos previamente ao comitê, para análise e aprovação.
Ainda
em novembro, todos os órgãos e entidades deverão apresentar um planejamento
financeiro detalhado, prevendo o fluxo de caixa necessário para os contratos
vigentes. A Controladoria-Geral do Estado também vai intensificar auditorias e
emitir relatórios sobre obras e serviços, segundo o decreto.
Os
órgãos também deverão apresentar ao governo medidas para redução de concessão
de novas diárias, com redução da quantidade de membros nas viagens, redução de
emissões de passagens aéreas, redução do consumo dos combustíveis, com estabelecimento
de cotas em litros e redução de veículos alocados, até abril do próximo ano.
Governo
quer aumentar arrecadação
O
decreto do governo foi publicado um dia após a administração estadual mandar
para a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte um pacote de projetos de
lei com propostas de aumento de impostos.
Um dos
projetos visa aumentar de 18% para 20% a alíquota básica do Imposto Sobre
Consumo de Bens e Serviços (ICMS).
Outra
proposta é pelo fim de
isenção do IPVA para carros elétricos e ampliação de 10 para 15 anos do prazo
para que veículos usados deixem de pagar o imposto.
Segundo
o governo, desde 2019, a administração estadual tem enfrentado limitações
orçamentárias e vem adotando políticas para equilibrar as contas sem
comprometer os serviços essenciais.
O
governo atribui a queda de arrecadação principalmente aos efeitos da Lei
Complementar Federal nº 194, de 23 de junho de 2022, que limitou a aplicação de
alíquotas de ICMS para combustíveis, gás natural, energia elétrica,
comunicações e transporte coletivo.
"O
novo decreto intensifica esse compromisso, com diretrizes para otimizar os
gastos públicos e garantir que os recursos sejam aplicados de maneira eficiente
e responsável, atendendo às necessidades da população potiguar", afirmou a
administração pública.
g1 RN