Ela seria
feita ao mesmo tempo, e os dois responderiam às mesmas perguntas.
Na
conversa, eles se posicionaram contra o decreto que flexibiliza o porte de armas, criticaram propostas do
presidente para alterar as leis de trânsito, se disseram contrários à política ambiental do governo e disseram que o
projeto anticrime do ministro Sergio Moro, da Justiça, não é prioridade nem para Bolsonaro.
Ironizaram
ainda os vídeos divulgados pelo ministro da Educação,
Abraham Weintraub, em que ele aparece bailando ou tocando gaita.
“Se tiver
um musical, ele vai ser o principal ator, não vai?”, disse Maia, arrancando
risos de Alcolumbre.
Afirmando
desconhecer qualquer pauta importante do governo para superar a crise econômica
além da reforma da Previdência —que apoiam com entusiasmo
—, os dois estão elaborando uma agenda para tocar no Parlamento.
Ambos
avaliam que o governo de Jair Bolsonaro, mesmo sem base parlamentar sólida, não cai. Mas terá
problemas para aprovar a agenda que propõe ao país.
“Uma
coisa é o Parlamento garantir as condições mínimas de governabilidade”, diz
Maia, citando, entre outras coisas, a aprovação da reforma da Previdência. “A
partir daí, qual vai ser o embate?”
Alcolumbre
afirma que, apesar das divergências, Bolsonaro “vai ter que me aturar dois anos
na presidência do Senado”. “Eu vou ter que aturar ele dois anos. Ele vai ter
que aturar o Rodrigo e o Rodrigo vai ter que aturar ele. Eu quero que a gente
consiga conviver pensando no Brasil.”
Os dois
fizeram questão de mostrar que estão alinhados. Maia recebeu a reportagem na
residência oficial, em Brasília. Caminhou pelo jardim até a casa do vizinho
Davi, passando por uma porta que eles mandaram abrir e que liga as duas residências.
“É a
porta da harmonia”, disse o presidente do Senado antes de a entrevista começar.
FOLHAPRESS