De volta à rotina de amistosos, a seleção brasileira voltou
a vencer, e desta vez com autoridade. Nesta terça-feira, a equipe bateu
os Estados Unidos por 4 a 1, em Foxborough, com dois gols de Neymar, um
de Hulk e outro do estreante Rafinha Alcântara.
Deste modo, o time chegou a 12 triunfos seguidos em jogos
preparatórios sob o comando de Dunga, que retomou o cargo depois do
fiasco pela Copa do Mundo.
Se for para resgatar os resultados de antes do Mundial, são 21 vitórias
consecutivas. Agora, como as últimas competições oficiais já
mostraram, o sucesso nesse tipo de teste não tem se traduzido em bom
desempenho na hora que mais importa.
Agora, quando voltar a se reunir, a seleção vai encarar
partidas que já valem bastante. Será o início das eliminatórias
sul-americanas para a Copa do Mundo de 2018. Os primeiros adversários
são o Chile, em Santiago, no dia 8 de outubro, e a Venezuela, no
Castelão, no dia 13.
Em ambos os jogos, a equipe não poderá contar com Neymar,
suspenso, carregando gancho a Copa América. Algo importante para se
ressaltar, especialmente depois que o craque do Barcelona entrou em
campo na cidade que está nos arredores de Boston para deixar sua marca.
Poupado do jogo contra a Costa Rica, o atacante foi chamado
por Dunga logo após o intervalo e substituiu Willian. Em sua primeira
participação, já com a braçaceira de capitão, foi acionado pela ponta
esquerda, entrou na área, deu um corte simples no defensor Geoff Cameron
e foi derrubado de modo até grosseiro: pênalti, que ele mesmo bateu.
No quarto gol, dominou novamente dentro da área com toda a calma, ciscou, abriu espaço e tocou com categoria.
Mas vamos voltar ao primeiro tempo. Quem abriu o placar na
etapa inicial foi o atacante Hulk, logo aos oito minutos, aproveitando
rebote de cruzamento de Willian. Ele não chega a se equiparar a Neymar
em termos de status. Na atual safra do futebol brasileiro, dificilmente
vai acontecer. O experiente atleta do Zenit, todavia, sai da miniturnê
pelos Estados Unidos com dois gols e a cotação elevada. Na primeira
convocação da atual gestão de Dunga, o atacante havia sido listado, mas
pediu dispensa, alegando precisar tratar de uma lesão. Com isso, foi
posto na ‘geladeira’. Mais de um ano depois, retornou às portas das eliminatórias e se garantiu em campo.
Outro que deixou boa impressão foi o jovem meio-campista
Rafinha, filho do volante Mazinho, companheiro de Dunga na conquista do
tetracampeonato mundial. Estreante, ele marcou o terceiro gol do
triunfo, apenas um minuto depois de ter entrado, no lugar de Douglas
Costa. Teve estrela a revelação do Barcelona. No finalzinho, o
meio-campista Danny Williams descontou com um chute de fora da área.
Esse foi o 16º jogo entre os países, com retrospecto ainda mais
favorável ao Brasil, que venceu 15 vezes. A única derrota foi em 1998,
em Los Angeles, pela Copa Ouro. Nesses confrontos, foram 36 gols para os
brasileiros, contra 11 dos norte-americanos.
Qual era o contexto que cercava o adversário desta terça?
Em junho, o time dirigido por Juergen Klinsmann impressionou ao vencer,
em sequência, a Holanda e a Alemanha, fora de casa.
A empolgação se transformou em preocupação rapidamente, porém, com uma
campanha frustrante pela Copa Ouro, na qual o time perdeu para a Jamaica
na semifinal, em Atlanta, e, depois, foi superado nos pênaltis para o
Panamá, na disputa pelo terceiro lugar. Foi seu pior rendimento desde
2000.
É certo que, quando se iniciarem as eliminatórias
sul-americanas, o nível de competitividade será muito maior. Estarão em
jogo quatro vagas diretas para a Copa da Rússia 2018, além de uma vaga
para a disputa de repescagem contra uma equipe asiática.
Fonte: IG