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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Crescer no Nordeste é uma das armas de Dilma



Os 43,2 milhões de votos que levaram a presidente Dilma Rousseff (PT) ao segundo turno na condição de candidata a ser batida não deram a vantagem com a qual o PT estava acostumado desde 2002.

As primeiras pesquisas sobre a intenção de voto do eleitor para o segundo turno colocam a petista numericamente atrás do adversário Aécio Neves (PSDB) e, aos poucos, a estratégias do partido para vencer as eleições começam a ficar evidentes.

Confira abaixo as cinco armas de Dilma para vencer as eleições e conseguir mais quatro anos de mandato.

As cinco armas para Dilma se reeleger

1. Ampliar a votação no Nordeste

No 1º turno, Dilma venceu em todos os Estados do Nordeste, exceto em Pernambuco, mas o PT sabe que para vencer o 2º turno, ela terá de ampliar sua votação por lá. Ao todo, Dilma conseguiu 50% dos votos do eleitor nordestino e desde o início do segundo turno, o foco na região ficou evidente. Em 3 dias, Dilma percorreu 5 Estados (Piauí, Bahia, Sergipe, Alagoas e Paraíba) e deverá voltar à região.

2. Recuperar o eleitorado de São Paulo

A derrota de Dilma em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, acendeu a luz de alerta na coordenação de campanha. Para recuperar o eleitorado paulista, o PT deverá explorar a figura do ex-presidente Lula ao máximo, colocar algumas de suas lideranças para viajar pelo Estado e enfatizar, no programa eleitoral, os investimentos feitos pelo Governo Federal em São Paulo.

3. Conquistar o voto da classe média

O Datafolha mostrou que a rejeição de Dilma é maior entre os eleitores da classe média alta e os considerados ricos. No 2º turno, a candidata começou a indicar que pretende "falar" a língua da classe média. Ela passou a citar investimentos em mobilidade urbana e alguns dos programas como o Ciências Sem Fronteiras e Pronatec, considerados exemplos de políticas voltadas para a classe média.

4. ´Desconstruir´ a imagem de Aécio

A ideia é usar a vitória de Dilma em Minas Gerais, onde Aécio já foi governador, e a eleição de Fernando Pimentel (PT) já no 1º turno. Além de usar o horário eleitoral, no sábado (11), Dilma criticou a construção do polêmico aeroporto do município de Cláudio, no interior mineiro, construído pelo governo de Aécio em uma fazenda de um de seus tios. "Isso não é moral", disparou Dilma.

5. Reforçar o discurso ´nós´ contra ´eles´

A polarização entre PT e PSDB, ameaçada pela candidatura de Marina Silva (PSB), voltou a ser a tônica da disputa presidencial. No discurso de Dilma, o "nós" foi responsável pela expansão dos programas sociais, aumento da distribuição de renda e baixo desemprego. O "eles", os tucanos chamados de "fantasmas do passado", foram responsáveis pelo "desemprego massivo, arrocho salarial".

Fonte: UOL

Vacina contra influenza será disponibilizada ao público em geral

As Unidades Básicas de Saúde dos municípios estão abastecidas para atender a partir desta segunda-feira (13) tanto o público-alvo, que são mais vulneráveis a desenvolver a forma grave da doença, como também a população em geral na faixa etária de 5 a 59 anos. 

A população prioritária da vacina é formada por crianças de seis meses aos menores de cinco anos, pessoas com 60 anos ou mais, trabalhadores de saúde, povos indígenas, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional e pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis.

Segundo o Ministério da Saúde a vacinação contra a gripe é uma importante ação de prevenção da gripe, mas não dispensa medidas básicas de proteção. São cuidados simples, como lavar as mãos várias vezes ao dia, cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar, evitar tocar o rosto e não compartilhar objetos de uso pessoal. A influenza é uma doença muito comum, acometendo milhões de pessoas em todo o mundo, todos os anos, com maior transmissão durante o período do inverno.

A transmissão da gripe acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz).

Em pessoas dos grupos prioritários, a gripe pode apresentar complicações que levam a quadros graves, com necessidade de hospitalização. A vacina é segura, sendo contraindicada para pessoas que têm alergia a ovo. Estudos demonstram que a imunização pode reduzir entre 32% a 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.

Assessoria Sesap

PSB elegerá novo presidente nesta segunda em meio a crise interna

Roberto Amaral (esq.) ao lado de Aécio, em reunião que anunciou apoio do PSB ao tucano (Foto:  Ueslei Marcelino/Reuters)
O Partido Socialista Brasileiro (PSB) elege nesta segunda-feira (13) a nova comissão da executiva nacional da legenda.

A eleição, que incluirá a escolha do novo presidente nacional do partido, ocorre em meio a crise interna gerada por divergências no apoio do PSB à candidatura do presidenciável do PSDB, Aécio Neves, no segundo turno da corrida presidencial.

Na última quinta-feira (8), após reunião da executiva do partido em Brasília, o PSB aprovou apoiar a candidatura de Aécio com votos favoráveis de 21 dos 29 membros votantes. Outros sete optaram por votar pela neutralidade, sem apoio a nenhum candidato, e um quis apoiar a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT).

Neste sábado (11), o presidente interino do PSB, Roberto Amaral, publicou uma carta em sua página oficial na internet criticando a posição tomada pela maioria de seus correligionários da executiva nacional. Na visão dele, o PSB “jogou no lixo” o legado de seus fundadores ao optar pelo apoio a Aécio.

Mesmo afirmando ter votado pela neutralidade do PSB no segundo turno, Amaral disse acreditar que a candidatura da petista Dilma Rousseff seja “a única alternativa para a esquerda socialista e democrática”. O presidente da sigla, que assumiu o cargo temporariamente após a morte de Eduardo Campos, disse que, ao apoiar Aécio, o partido “traiu o legado” do ex-governador pernambucano.

O PSB lançou para as eleições deste ano o nome de Eduardo Campos para disputar a Presidência da República, tendo como vice a recém-filiada Marina da Silva. O candidato, que foi presidente da sigla e governador de Pernambuco, morreu em acidente aéreo em agosto em meio à campanha eleitoral. Em seu lugar, o partido aprovou Marina como presidenciável e o deputado gaúcho Beto Albuquerque (PSB) como vice.

No último domingo (5), Marina deixou a disputa após ser a terceira mais votada, com 22.176.619 votos (21,32%). Dilma obteve 43.267.668 votos (41,59%) e o tucano, 34.897.211 (33,55%). Além do PSB, neste domingo (12) Marina também declarou seu apoio a Aécio. No sábado, a viúva de Campos já havia declarado, por meio de carta, seu apoio à candidatura tucana.


O PSB integrou a base aliada do governo petista tanto na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (2002-2010) quanto no governo Dilma Rousseff. Em 2013, quando tinha o comando do Ministério da Integração Nacional e da Secretaria de Portos, o partido deixou a base para poder se preparar para lançar a candidatura de Campos à Presidência. 

Na ocasião, Campos, então presidente da sigla, destacou que a saída do governo não significava que o partido faria oposição ao governo Dilma.

Do G1, em Brasília

Henrique destaca vitória em todas as regiões do RN

Henrique Alves reúne prefeitos e lideranças do Vale do Açu, região Salineira, Alto Oeste e Médio Oeste
Henrique Alves reúne prefeitos e lideranças do Vale do Açu, região Salineira, Alto Oeste e Médio Oeste


A mobilização do candidato ao Governo do Estado Henrique Eduardo Alves (PMDB) teve um ponto central neste sábado, em Mossoró, com a reunião dos prefeitos e lideranças políticas do Vale do Açu, região Salineira Alto e Médio Oeste. O encontro reuniu centenas de pessoas e demonstrou o poder de mobilização do candidato.

Henrique aproveitou a oportunidade para agradecer aos aliados que trabalharam em favor de candidatura no segundo turno, lembrando o sucesso do trabalho com os quase 80 mil votos que obteve a frente do adversário, o vice-governador Robinson Faria (PSD).

“Nunca antes uma coligação saiu tão fortalecida. Elegemos 18 deputados estaduais e seis federais. Agora, no segundo turno, são apenas dois candidatos disputando o Governo. Aquele que ganhou com 80 mil votos de diferença e aquele que perdeu. Eu sou o que ganhou em todas as regiões do estado”, disse Henrique.

Na sexta-feira, o candidato ddo PMDB começou a campanha de rua no segundo turno, com carreatas e caminhadas em bairros da Zona Oeste de Natal e no município de Parnamirim.

A mobilização teve início no final da tarde, começando pelo Alecrim, passando pelas Quintas, Bairro Nordeste, Bom Pastor e Nazaré, encerrando em Parnamirim.

“Na eleição que passou, nós ganhamos por quase 80 votos de diferença sobre o segundo colocado. Só não ganhamos no primeiro turno por apenas dois pontinhos e alguma coisa. Mas agora, com essa receptividade e carinho que vejo logo no primeiro dia de rua, tenho certeza que vamos aumentar a vantagem no segundo turno e conseguir uma grande vitória”, afirmou Henrique.

Em Natal, a caravana contou com a participação do prefeito Carlos Eduardo, do ministro Garibaldi Filho, além dos vereadores Ubaldo Fernandes, Felipe Alves, Júlia Arruda e Dickson Júnior, além dos deputados federais Rogério Marinho (eleito), Felipe Maia (reeleito) e o deputado estadual eleito Álvaro Dias.

Em Parnamirim, Henrique estava ao lado do prefeito Maurício Marques, de vereadores do município, além do prefeito de Extremoz, Klaus Rego, e da ex-prefeita de Macaíba, Marília Dias. 

Se depender do otimismo do prefeito Roberto Germano (PMDB), o candidato ao governo Henrique Alves terá uma maioria bem mais expressiva sobre seu adversário Robinson (PSD), do que a registrada no primeiro turno em Caicó.  Germano se reuniu na noite desta sexta-feira (10) com os vereadores que integram sua base política, Lobão Filho, Júlio Gregório, Djalma Mota, Rubão Germação.no, Zé Maria, Odair Alves, Batata, além de Alex Dantas, aliado da ex-governadora Wilma, onde na ocasião foram discutidas estratégias para os últimos quinze dias de campanha em Caicó.

Neste sábado (11) foi a vez de Roberto se reunir com presidentes de conselhos comunitários e lideranças. “O objetivo desta reunião foi mostrar a todos a importância que a vitória de Henrique e João Maia terá para Caicó. Assim ficaremos mais fortalecidos e com condições de viabilizar as obras e projetos importantes que Caicó tanto precisa. Com nosso conterrâneo João Maia, a chapa de Henrique é de longe a que mais atende os anseios do Seridó”, disse Roberto.


Tribuna do Norte

Aécio comemora apoio de Marina: somos um só corpo

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Aécio Neves, candidato à presidência pelo PSDB, comemorou o apoio de Marina Silva durante sua visita ao Santuário Nacional de Aparecida, no interior de São Paulo. 

Em entrevista coletiva, o tucano prometeu honrar a aliança. "Hoje, com a bênção de Nossa Senhora Aparecida, é um dia glorioso para a nossa campanha. Recebo com muita honra e responsabilidade o apoio de Marina Silva. A partir de agora somos um só corpo, um só projeto", declarou.

Aécio disse que conversou com a candidata derrotada do PSB na noite desse sábado, dia 11. "Apenas não cabia a mim, é claro, fazer essa revelação. Marina tem seu tempo, que nós respeitamos e agradecemos. Fico muito feliz que, sem qualquer pressão, ela tenha tomado a decisão no tempo certo", declarou. 

Questionado se Marina irá subir ao palanque com ele e participar efetivamente de sua campanha eleitoral, o tucano desconversou. "Já é motivo de muita alegria seu apoio público. Não é hora de fazer mais exigências e mais pedidos".

A ex-senadora adotou a mesma postura durante a coletiva na qual anunciou o que já era esperado há uma semana. "Ainda não conversamos sobre isso". Segundo ela, sua decisão foi condicionada ao alinhamento de suas propostas com as do presidenciável. 

Ao saber do anúncio de Marina, Dilma afirmou não acreditar que os votos da candidata derrotada sejam transferidos automaticamente para seu adversário. "Acredito na democracia. O voto é de quem vai lá na urna e registra", declarou durante visita ao Centro Educacional Unificado (CEU) Jambeiro, no bairro de Guaianases, em São Paulo.


 Portal Band

domingo, 12 de outubro de 2014

Missa da Padroeira do Brasil reúne cerca de 35 mil em Aparecida-SP



Cerca de 35 mil fiéis estiveram no Santuário Nacional de Aparecida para participar da missa solene neste dia 12 de outubro, ocasião em que é celebrado o Dia da Padroeira. A celebração é a principal do dia e contou com a participação do cantor Agnaldo Rayol, que cantou ´Ave Maria´ e também do governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

A missa, que começou às 9h, durou cerca de 2h e foi celebrada por Dom Giovanni D´Aniello, representante da Santa Sé no Brasil. Ele substituiu o cardeal arcebispo de Aparecida Dom Raymundo Damasceno de Assis, que está em Roma na Itália para participar do Sínodo da Família.

Na homilia, a mensagem remeteu à devoção à Nossa Senhora, que completa 300 anos que foi encontrada no Rio Paraíba do Sul em 2017. "Fazei de tudo o que Jesus disser, não importa se é dificil ou não. Nada jamais faltará se seguirmos o que Jesus disse [...] Maria nos leva a Jesus, no conduz à Ele", disse na homilia Dom D´Aniello.

O governador Alckmin fez a primeira leitura da missa e o senador eleito, José Serra (PSDB), chegou à celebração com 25 minutos de atraso. O candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, participaria da missa, mas chegou atrasado. Por volta das 11h ele chegou à basílica, onde vai acompanhar as festividades da Padroeira e dar uma entrevista coletiva.

Festividade

Após a missa, os católicos saíram em procissão no entorno da Basílica. Na sequência, acomnpanharam uma homenagem com artistas católicos na Tribuna Bento 16. Os fiéis acompanharam a apresentação por volta das 12h, com os cantores católicos padre Alessandro Campos, Allyson Castro, Alessandra Salles e Adriana Arydes.

A expectativa da direção da Basílica é que passem pelo local cerca de160 mil romeiros neste 12 de outubro. A programação deste feriado  vai contar ainda com missas às 13h, 16h e 19h, além de uma procissão está agendada para 17h e tem como ponto de partida a Basílica Velha e termina no Santuário Nacional. O trajeto tem cerca de 3 quilômetros.

Fonte: G1

Flamengo mantém embalo e humilha o líder Cruzeiro no Maracanã

O Flamengo continua se recuperando no Campeonato Brasileiro. Em partida disputada na tarde deste domingo, no Maracanã, a equipe rubro-negra não tomou conhecimento da força do líder e derrotou o Cruzeiro, por 3 a 0. Os gols foram marcados por Dedé (contra), Canteros e Gabriel. O resultado positivo fez a equipe dirigida por Vanderlei Luxemburgo se afastar cada vez mais da zona do rebaixamento.


Com a vitória, a representação da Gávea chegou aos 37 pontos ganhos e agora ocupa a décima posição. A Raposa, que sofreu a segunda derrota consecutiva, segue com 56 pontos ganhos, porém, mantém o primeiro lugar, ainda que ameaçado.



Os cariocas mereceram a vitória por terem se mostrado mais objetivos durante os 90 minutos, ao passo que a equipe mineira mostrou uma defesa insegura, que facilitou a tarefa do adversário nos lances que definiram a partida.



Antes da partida, o ex-goleiro Raul Plasmann, que defendeu com destaque os dois clubes, foi homenageado por ter completado 70 anos. E os jogadores das duas equipes entraram em campo de camisa amarela, marca registrada de Raul.



Na próxima rodada, o Flamengo vai encarar o Atlético Paranaense, na Arena da Baixada. Por sua vez, o Cruzeiro vai visitar o Vitória, no Barradão.



Gazeta Esportiva 

Ebola: como o vírus ´burro´ desencadeia uma epidemia


O mundo enfrenta a pior epidemia de ebola da história. Até o momento, o caso suspeito do Brasil se soma aos 8 399 casos na Guiné, Libéria e Serra Leoa, com 4 033 mortes, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A doença, fatal em quase metade dos casos, é numericamente pior que a epidemia de 1976, quando o vírus foi descoberto.

Em setembro daquele ano, uma misteriosa doença atacou o norte do Zaire, hoje república Popular do Congo. As vítimas tinham febre, diarreias, vômitos seguidos de sangramento e, irremediavelmente, morriam. Desesperado com essa situação, um médico que tentava combater a enfermidade enviou em uma garrafa térmica amostras de sangue para o Instituto de Medicina Tropical em Antuérpia, na Bélgica. Ela chegou ao cientista belga Peter Piot que, analisando o sangue em um microscópio, encontrou um vírus desconhecido.

Ele tinha uma estrutura gigantesca para os padrões virais e lembrava um vírus chamado Marburg, descoberto em 1967. Na Alemanha, esse patógeno contaminou 31 pessoas que trabalhavam em laboratórios com macacos infectados da Uganda. Sete pessoas morreram de febre hemorrágica.

Sem ter ideia de como a contaminação do novo vírus acontecia, Piot viajou até a aldeia africana, onde centenas de mortes estavam sendo registradas. Analisou novas amostras sanguíneas e decidiu batizar a nova doença de ebola, mesmo nome do rio que passava pela região.

Aos poucos, a equipe de cientistas descobriu que a transmissão se dava, principalmente, pelas injeções que mulheres grávidas recebiam com agulhas não esterilizadas. Os médicos também perceberam que muitas pessoas ficavam doentes após irem a funerais: o contato direto com os corpos repletos de vírus para a lavagem ou preparação dos mortos eram uma via importante de contaminação.

A primeira medida – até hoje a mais eficaz de combate ao vírus — foi o isolamento dos pacientes para interromper a transmissão. Assim, a epidemia, que infectou 318 pessoas e matou 280, foi debelada.

Vírus “burro” — Junto ao surto da República Democrática do Congo, outro foco de ebola apareceu ao mesmo tempo, no Sudão, com 284 casos e 151 mortes. A partir das primeiras descrições do vírus e das constantes pesquisas acerca de suas características, os cientistas descobriram que o ebola é dividido em cinco gêneros, de acordo com cada região onde ele se desenvolve. Assim, o agente do surto inicial e da epidemia que hoje está causando preocupação em todo o mundo é o Zaire ebolavirus. Há também o gênero Sudan, que causou as mortes no Sudão; o Tai Forest, encontrado na Costa do Marfim; Bundibugyo, visto na Uganda, e Reston, descoberto nas Filipinas.

Todos eles pertencem à família Filoviridae, que inclui outros dois gêneros além do ebola: Marburgvirus (que causaram a doença na Alemanha) e Cuevavirus (descoberto em 2011 em infeções em morcegos).

Os cientistas acreditam que todos os gêneros e espécies do ebola se desenvolveram em morcegos que comem frutas e insetos. Esses animais seriam seu hospedeiro natural — ou seja, os seres vivos em que o vírus melhor se desenvolve.

“Durante séculos o ebola deve ter ficado apenas entre os morcegos, infectando-os sem que eles desenvolvam a doença. Esse é o melhor cenário para os vírus, que conseguem sobreviver junto com seu hospedeiro. Quando ele chega a outros animais, como o homem, ele mata rapidamente, porque não está adaptado. Por isso, pode-se dizer que é um vírus ‘burro’: não consegue se sobreviver por muito tempo no ser humano”, diz Alexandre Barbosa, professor de infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp – Botucatu).

Acredita-se que o vírus chegou até o homem por meio da ingestão da carne de macaco ou morcego — que faz parte dos hábitos culturais de algumas regiões africanas — ou pela mordida de bichos infectados.

É um mecanismo semelhante ao vírus da raiva, temido em todo o mundo até o século XIX, quando o infectologista francês Louis Pasteur (1822-1895) criou a vacina contra a doença. “Assim como o ebola, o vírus da raiva também infecta morcegos e é transmitido ao homem. E, quando chega até nós, costuma ser altamente letal: sem tratamento, mata em dias”, diz Barbosa.

Ação — Apesar de mortal, o ebola é um vírus muito rudimentar, que possui uma estrutura razoavelmente fácil de ser combatida. Como a maior parte dos vírus, ele entra no organismo e permanece em incubação, período em que se trava uma guerra do sistema imunológico contra o patógeno. Essa etapa pode durar de dois a 21 dias. Após esse momento, o agente ataca as células endoteliais, que revestem o interior dos vasos sanguíneos. É quando se manifestam os sintomas da doença: febre alta, dor de garganta e muscular, fraqueza e desconforto. E é também quando acontece o contágio: a moléstia é transmitida se qualquer fluido corporal (sangue, suor, saliva ou sêmen) entra em contato com mucosas ou feridas na pele. 

A partir daí, rapidamente, o vírus causa lesões nas células que, rompidas, levam às hemorragias características da doença. Náuseas, vômitos, dificuldades respiratórias e sangramento das mucosas (olhos, narinas, gengivas) são os sintomas mais comuns nessa etapa avançada.  

Para combater ação do vírus, o organismo reage com uma infecção generalizada, que costuma atingir os órgãos vitais como fígado, rim, pulmão e coração, levando, em quase 50% dos casos, à falência múltipla dos órgãos e morte. Em geral, são apenas dez dias entre a manifestação dos sintomas e a morte.

Tratamento — Até hoje, o tratamento do ebola é o mesmo que o da década de 1970: isolamento, hidratação rigorosa e manutenção dos níveis de sais como potássio e sódio do organismo. Há tratamentos experimentais, como o soro ZMapp, desenvolvido por pesquisadores americanos e canadenses, que consiste em injetar anticorpos nos pacientes. A prevenção também ainda está em fase de testes — a OMS tem a previsão de que duas vacinas estarão no mercado até o início do ano que vem.

De acordo com Barbosa, mesmo causando uma doença tão grave, o ebola é incapaz de sofrer as mutações que impedem sua prevenção e tratamento, como é o caso do vírus da aids e da hepatite C. Por isso, a criação de vacinas ou tratamentos não serão grandes desafios científicos nos próximos meses.

“O ebola não consegue criar subtipos virais que confundem os anticorpos e medicamentos. Ele permanece constante e, por isso, é muito factível que, em pouco tempo, tenhamos uma vacina e também um soro eficaz para combate-lo”, afirma o infectologista.

Causas sociais e culturais — De acordo com os especialistas em infectologia, a proporção que a epidemia tomou desde o início do ano tem a ver com a gravidade da doença, mas foram os aspectos culturais e sociais das regiões onde surgiu que potencializaram a explosão do número de casos.

O atual surto teve início em março, na Guiné e, em maio, se espalhou para Serra Leoa após um curandeiro infectado transitar entre os dois países. Profissionais de saúde que ajudam a tratar pacientes infectados estão entre as vítimas, como o médico que liderava o combate à doença na Libéria, morto no fim de julho. Dessa vez, o vírus conseguiu ultrapassar as áreas rurais e chegou às capitais, onda a densidade demográfica é mais alta. Isso tornou mais difícil isolar os pacientes e controlar a doença.

“Acredito que o que está acontecendo é uma perfeita tempestade: quando as condições individuais são um pouco piores que as normais e se combinam para criar um desastre. Com essa epidemia há muitos fatores desvantajosos desde o início. Muitos dos países envolvidos estavam saindo de guerras civis, sem médicos e com o sistema de saúde em colapso. Na Libéria, por exemplo, havia apenas 51 médicos em 2010 e muitos deles morreram de ebola desde então”, disse o cientista Peter Piot, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

Além das condições precárias dos países, crenças populares e falta de informação atrapalham o combate à moléstia. “Os aspectos sociais e culturais são dramáticos. Em algumas comunidades, existe o medo de levar o doente ao hospital — alguns acreditam que, como a maior parte chega ao hospital e morre, é a internação que causa a doença — e há também pessoas que se negam a tratar os doentes, com medo do contágio”, diz Marcelo Burattini, infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “O ebola é uma doença grave que preocuparia grandes sistemas de saúde. Mas, quando ela ocorre em países tão pobres, com modelos de saúde precários, a contenção da doença torna-se muito difícil. E, atualmente, há o grande fluxo de viagens aéreas, que podem espalhar a doença para qualquer lugar do mundo.”

Segundo Burattini, em um ambiente hospitalar que siga as medidas adequadas contra a doença (proteção dos profissionais de saúde, isolamento dos pacientes e esterilização dos materiais), o risco de contaminação é mínimo. Com a capacitação dos profissionais de saúde para reconhecer e diagnosticar a moléstia, e o tratamento adequado, o ebola deixa de ser um vírus ameaçador. "O período crucial para o vírus é entre a manifestação dos sintomas e o diagnóstico. Se for bem diagnosticado, ele não se espalhará", diz o infectologista.

Fonte: Veja Online

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