O
líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que Jair
Bolsonaro (PL) vai dar aval ao novo texto do projeto de lei que anistia presos
do 8 de janeiro mesmo do hospital.
O
ex-presidente está internado desde a semana passada, após realizar cirurgia no
abdômen. De acordo com o boletim divulgado pelo hospital DF Star nesta
quarta-feira (16), ele tem boa evolução clínica, mas continua sem previsão de
alta da UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).
Sóstenes
disse que o quadro de saúde do ex-presidente não afeta em nada as articulações
pelo projeto na Câmara e que Bolsonaro já está até mesmo disparando mensagens
de WhatsApp da UTI.
“Ele
já deixou tudo pavimentado. A palavra final é dele do texto, mas quando estiver
pronto, bato com ele. Se não puder visitar no hospital, posso mandar por
WhatsApp ou pela Michelle [Bolsonaro]”, disse o líder.
A
equipe médica mantém a interdição de visitas a Bolsonaro, até o momento. Ele
publicou uma foto nas suas redes sociais nesta quarta em que aparece lendo um
documento, mas não é possível identificar qual.
Bolsonaro
deverá ficar internado pelo menos mais duas semanas e enfrentar restrições no
pós-operatório por um período de dois a três meses.
No
domingo (13), ele passou por uma cirurgia de 12 horas para desobstrução
intestinal, procedimento que correu bem, segundo seus médicos, e foi o mais
longo dos já realizados desde que o ex-presidente levou a facada, na campanha
eleitoral de 2018.
Como
mostrou a Folha, Bolsonaro mandou o PL estudar alternativas para tornar o texto
do projeto de lei da anistia a presos no 8 de janeiro mais enxuto. Técnicos
estão ainda trabalhando na nova proposta, que deve ser finalizada na próxima
semana.
Essa
seria uma forma de diminuir resistências ao projeto na Casa, segundo
interlocutores. Uma avaliação geral dos deputados é de que as penas impostas
pelo STF (Supremo Tribunal Federal) teriam sido duras, mas que é preciso punir
quem tenha depredado as sedes dos três Poderes.
O
pedido ocorreu após conversa de Bolsonaro com o presidente da Câmara, Hugo
Motta (Republicanos-PB), no último dia 9. O encontro ocorreu fora da agenda,
apenas entre os dois, e foi cercado de sigilo.
Folha
de SP