Em
discurso durante ato na Avenida Paullista, na tarde desta terça-feira, o
presidente Jair Bolsonaro disse que “só Deus” o tira de Brasília. O presidente
afirmou que não vai admitir que “pessoas como Alexandre de Moraes continuem a
açoitar a Constituição”, embora não tenha explicado a que atitudes do ministro
estava se referindo. Moraes é responsável por inquéritos que apuram o
financiamento de atos antidemocráticos.
Em
cima de um carro de som, o presidente voltou a criticar a urna eletrônica e as
medidas de restrição de circulação adotada por governadores para frear a
pandemia do coronavírus, principalmente no ano passado. Em uma fala direcionada
a seus apoiadores, que lotavam a avenida, Bolsonaro disse que não presta conta
a partidos políticos, só a seus seguidores.
—
Só Deus me tira de Brasilia — afirmou Bolsonaro, em relação ao seu futuro
político.
Ao
dizer que estava dando um recado a quem classificou como “canalhas” que querem
tirá-lo da presidência, voltou a dizer que só tem três finais possíveis para
ele em 2022:
—
(Só saio) Preso, morto ou com vitória. Direi aos canalhas que eu nunca serei
preso.
Em
direção a Alexandre de Moraes, voltou a dizer que não “admitirá” medidas do
ministro que atingem seus aliados:
—
Não vamos admitir pessoas como Alexandre de Moraes continue a açoitar nossa
democracia e açoitar nossa Constituição. Ele teve oportunidade de agir com
respeito a todos nós, como continua não agindo.
Para
uma plateia formada por pessoas que não usavam máscaras, ele lembrou as
críticas aos governadores e prefeitos que determinaram o fechamento de comércio
e serviços enquanto ainda não havia, no Brasil, vacina para a Covid-19:
—
Vocês passaram momentos difíceis com a pandemia. Pior que o vírus foram ações
de alguns governadores e prefeitos que ignoraram a Constituição, onde tolheram
a liberdade de expressão, o direito de ir e vir, proibiram vocês de trabalhar e
frequentar tempos e igrejas para oração.
Foi
o segundo discurso do presidente Bolsonaro nesta terça-feira. Antes ele havia
falado em Brasília.
Também
estiveram em São Paulo os ministros Tarcísio Freitas (Infraestrutura), Bento
Albuquerque (Minas e Energia), Augusto Heleno (GSI) e Luiz Eduardo Ramos
(Secretaria-Geral da Presidência), Fábio Faria (Comunicações), Onyx Lorenzoni
(Trabalho).
Enquanto
aguardava a chegada de Bolsonaro, os apoiadores aglomerados em frente ao prédio
da Fiesp rezava o pai nosso e pedia a “prisão constitucional” de autoridades do
Legislativo, do Judiciário e de governadores. Esse tipo de medida,
antidemocrática, não está prevista na Constituição.
Antes
de discursar, Bolsonaro sobrevoou a avenida Paulista com um helicóptero do
Exército. Ele já havia discursado em Brasília.
Fonte: Extra