Em
reunião com o Governo do Rio Grande do Norte para fazer uma análise da evolução
da pandemia, prefeitos do Alto Oeste reconheceram o impacto positivo do decreto
30.596/2021, o primeiro com foco regional, pediram ajuda para fiscalizar o
cumprimento das medidas restritivas e lançaram um apelo por mais vacinas para
acelerar o ritmo de imunização dos moradores.
A
mais recente edição do indicador composto, elaborada pelo Comitê de
Especialistas da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e concluído na
terça-feira (1º), mostra que a taxa de casos ativos nos 37 municípios sob
jurisdição da VI Regional de Saúde (Pau dos Ferros) ainda é alta, assim como a
incidência da doença na população economicamente ativa e a demanda por leitos
Covid, situação que ainda não permite flexibilizações.
Conduzida
pelo secretário Fernando Mineiro, coordenador do Pacto pela Vida, a reunião foi
realizada de forma virtual com a participação de 48 pessoas, entre prefeitos,
secretários e servidores da saúde. A subsecretária de planejamento e gestão da
Sesap, Lyane Ramalho, sugeriu a prorrogação do atual decreto, cujo prazo de
vigência termina no próximo domingo, por mais oito dias.
Diante
do quadro relatado por prefeitos e secretários de saúde, o vice-governador
Antenor Roberto sugeriu a construção de plano estratégico, por prefeituras e
forças de segurança, com foco no combate às aglomerações e na conscientização
da população e dos comerciantes sobre a importância de cumprir os protocolos sanitários.
“Precisamos de um controle maior e estamos aqui para somar e apoiá-los na
questão do isolamento e distanciamento social.”
Durante
a reunião com os prefeitos do Alto Oeste, o diretor do Hospital Regional
Cleodon Carlos de Almeida fez um relato do drama dos pacientes, pedindo que
isso servisse de reflexão aos gestores na hora de decidir o que deve ser feito
daqui em diante. "Entendo a necessidade da economia, mas não suportamos
mais ver o filho levar o corpo da mãe, a mãe levando o corpo do filho. Não
aguentamos mais ver as famílias chorando a morte de seus entes queridos. Nossa
capacidade de atendimento está sufocada. Nesta semana tivemos de abrir, em meia
hora, três leitos porque havia quatro ambulâncias na porta do hospital e um dos
pacientes estava com saturação 40. Reflitam sobre isso!"
VALE
DO AÇU E CENTRAL
Na
segunda reunião do dia, desta vez com prefeitos das regiões Central e Vale do
Açu, a Sesap apresentou a situação epidemiológica dos municípios, apontando a
necessidade de estender as medidas por um período maior que o previsto no
Decreto 30.606.
Segundo
Miguel Pinheiro Neto, prefeito de Angicos, quatro óbitos foram confirmados na
última semana no município. “Ainda enfrentamos momentos difíceis, o que indica
a necessidade de manter o decreto por um período maior para que as medidas
restritivas possam melhorar os índices da Covid-19.”
O
presidente da Associação dos Municípios da Região Central e Vale do Açu
Potiguar (AMCEVALE), Reno Marinho, prefeito de São Rafael, destacou a união
entre os prefeitos das regiões, ao mesmo tempo que defendeu que medidas
restritivas sejam ampliadas para todo o Estado. “É importante que todo o Rio
Grande do Norte esteja sob o mesmo decreto para ajudar principalmente os
municípios do interior que recebem grande fluxo de moradores da capital.”
Em
reunião com prefeitos da Região Metropolitana, na segunda-feira (31),
procuradores dos ministérios públicos Federal, Estadual e do Trabalho citaram
os decretos regionalizados, editados pelo Governo do Estado em comum acordo com
os prefeitos das regiões Alto Oeste, Vale do Açu/Central e Seridó como
"balizadores" das novas medidas que precisam ser adotadas em Natal e
mais 105 municípios que estão sob normas mais flexíveis.
A
maioria dos prefeitos, presentes nas duas reuniões, expressou a necessidade da
prorrogação dos decretos. Como nem todos os prefeitos estavam presentes, os
presidentes da AMOP - Associação dos Municípios do Oeste Potiguar, Rivelino
Câmara; e da Associação dos Municípios da Região Central e Vale do Açu Potiguar,
Reno Marinho, ficaram de consultar os demais prefeitos antes de encaminhar
documentos ao Governo do Estado propondo a prorrogação das medidas.
“Na
reunião, reafirmamos a posição da governadora Fátima Bezerra, que é fazer as
parcerias com os municípios para enfrentar avanço da pandemia. Vivemos um
momento muito delicado, com especialistas alertando para uma possível terceira
onda, e é preciso que tenhamos uma atitude, não só dos governadores, mas também
da população, de cumprir os protocolos. Estamos na seguinte situação: a gente
consegue conter a expansão da contaminação e existe uma pressão de vários
setores para que haja medidas menos restritivas. Aí volta tudo à estaca zero”,
pontuou o secretário para Gestão de Projetos e Metas de Governo e Relações Institucionais,
Fernando Mineiro.
Segundo
ele, a média diária por leitos Covid acima de 100 aponta para uma postura mais
firme para barrar a pandemia, “senão quem perderá com isso é a população mais
desfavorecida, porque os mais endinheirados têm condições de buscar outras
alternativas para enfrentar a pandemia.”
ASSECOM-RN