A Petrobras informou
nesta segunda-feira (5) que vai subir o preço dos combustíveis nas
refinarias, para que fiquem mais alinhados com os preços no exterior. A
gasolina ficará 8,1% mais cara, em média, e o óleo diesel, 9,5%.
A
mudança é no preço das refinarias, o que significa que o preço final
para o consumidor pode não subir, necessariamente, na mesma proporção. A
mudança entra em vigor nesta terça-feira.
Se
esse reajuste for repassado ao consumidor integralmente, a gasolina
pode subir 3,4%, ou R$ 0,12 por litro e o diesel pode ficar 5,5%
ou cerca de R$ 0,17 por litro mais barato, calcula a estatal.
A estatal havia anunciado duas vezes queda nos preços para as refinarias --em 14 de outubro e em 8 de novembro. Porém, em muitos Estados os preços nas bombas subiram em vez de cair.
Preços serão revistos ao menos uma vez por mês
A medida faz parte de uma nova política de preços adotada pela direção da empresa no mês passado.
Essa
política é norteada por dois fatores: o preço do petróleo no mercado
internacional (incluindo gastos com transporte e taxas portuárias) e uma
margem para lucro, impostos e proteção de riscos, como variações na
cotação do dólar.
A empresa diz que não vai cobrar preços abaixo dos praticados no exterior, ou abaixo dos custos.
Os
preços serão revistos pelo menos uma vez por mês pelo Grupo Executivo
de Mercado e Preços da Petrobras, formado pelo presidente da estatal,
Pedro Parente, o diretor de Refino e Gás Natural, Jorge Ramos, e o
diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Ivan Monteiro.
Petrobras não repassou preços no passado
A
política de preços da Petrobras foi alvo de críticas no passado,
principalmente no governo da presidente Dilma Rousseff. Os preços dos
combustíveis no Brasil são controlados pelo governo, que é sócio
majoritário da petroleira.
A
estatal mantém o monopólio na produção e importação do combustível no
país. Em geral, a empresa compra combustíveis no exterior e revende-os
no país.
No início do ano, a cotação do petróleo no mercado internacional caiu a níveis históricos,
mas a Petrobras decidiu não repassar essa queda para o preço dos
combustíveis. Ao importar combustível mais barato e vendê-lo pelo mesmo
preço de antes, os ganhos da Petrobras com a revenda aumentaram.
Na
época, críticos afirmaram que, ao manter os preços artificialmente, o
governo estava usando a política de preços para recuperar parte do que
perdeu quando o petróleo estava caro lá fora --e o preço não subiu
aqui-- e para tentar aliviar as contas da Petrobras, em meio a um
endividamento muito grande da companhia.
A então presidente Dilma Rousseff disse,
na ocasião, que "o governo não tem nada a ver com subir ou baixar o
preço da gasolina" e que cabe à Petrobras avaliar se é o caso de reduzir
os preços dos combustíveis no país.
Uol