Instada a fazer uma avaliação sobre os erros que o governo cometeu
nos últimos anos, a presidente Dilma Rousseff afirmou durante um café
com jornalistas, nesta quinta-feira, 7, que o maior deles foi não ter
percebido o tamanho da crise que atingiria o Brasil em 2015.
"O
maior erro foi não ter visto que a crise era tão grande em 2014, não ter
visto o tamanho da desaceleração em decorrência de problemas internos e
externos", disse.
Ela citou como exemplos que prejudicaram o
desempenho da economia a instabilidade de economias como a China e o
fato de o Brasil estar enfrentando uma das maiores secas das últimas
décadas.
Segundo a presidente, "qualquer atividade é passível de
erro" e agora cabe ao governo apresentar medidas para contorná-los. Um
dos caminhos sugeridos por ela foi colocar efetivamente em prática a
reforma administrativa, para reduzir a burocracia. Uma da
"Vamos
continuar a reforma administrativa, crucial para corrigir erros do
governo. A burocracia talvez seja o maior erro do governo", disse.
Segundo
Dilma, uma das ideias que o governo está estudando é criar uma espécie
de "Casa do Governo" em cada Estado, que reunirão os diversos órgãos da
administração federal em um único local, o que diminuiria a despesa com
aluguéis de imóveis, por exemplo.
Dilma diz que nunca discutiu ´guinada à esquerda´
A
presidente que nunca discutiu uma “guinada à esquerda” na política
econômica com a cúpula do PT e disse estar preocupada em assegurar o
equilíbrio fiscal, o crescimento e em combater a inflação. Em café da da
manhã com jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto, Dilma afirmou
que não responde “só ao PT nem só ao PMDB”, mas a toda a sociedade.
“Eu
não acho que estamos num País integrado só por pessoas que pensam
igualzinho”, afirmou a presidente. “Acho muito bom que o PT tenha suas
posições. Agora, o governo não responde só ao PT, só ao PMDB e só a
qualquer um dos partidos da base aliada. Responde a todos, mas também
responde às necessidades da sociedade”.
A presidente disse que
ninguém do PT pediu a ela uma “guinada” nos rumos da economia. “Olha,
para mim não falaram isso”, desconversou. Ao ser lembrada que o
presidente do partido, Rui Falcão, divulgou uma nota em dezembro, logo
após a nomeação de Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda, cobrando
ousadia na política econômica para devolver à população a “confiança
perdida após a frustração dos primeiros atos de governo”, Dilma abriu um
sorriso. “Nota a gente pode fazer, todo mundo pode soltar nota, eu
também solto”.
Ela ressalvou, porém, que nenhuma sigla da base
aliada terá privilégio em detrimento de outra, quando o governo for
analisar as propostas. “Nenhum partido dentre os que integram a base
pode superar (a opinião) de outro”, insistiu. Nas fileiras do PT, o
plano de governo de promover uma reforma da Previdência neste ano
eleitoral é chamado de “suicídio político”.
Inflação e superávit
Dilma
ainda disse que fará "o possível" para garantir superávit primário de
0,5% neste ano e assegurar que a inflação comece a convergir para o
centro da meta, de 4,5%. Para a presidente, a "banda de cima", com teto
de 6,5%, tem de ser alcançada o mais rapidamente possível.
Depois
de avisar que "todo o governo está empenhado em garantir" que 2016 seja
melhor do que 2015, a presidente avisou que "se aprovar a CPMF e a DRU
(desvinculação das receitas da União), se estas propostas forem
encaminhadas e se estabilizar a economia, a inflação irá convergir para a
meta".
E depois de dizer que vai lutar "com unhas e dentes" para
manter a expectativa positiva da economia, emendou: "precisamos criar
um outro ambiente no Brasil, com outras expectativas".
Dilma
repetiu ainda que parte dos recursos da CPMF irão para os Estados e
municípios e que estes recursos ajudarão a resolver os problemas graves
da Saúde, principalmente no Rio de Janeiro. "Eu te asseguro que uma
parte expressiva (da CPMF) resolve (o problema da saúde)", disse ela, ao
salientar que é preciso que exista esta fonte de recursos.
Fonte:istoédinheiro.com