A Ambev anunciou hoje o fechamento de uma fábrica em Natal, no Rio
Grande do Norte. De acordo com a empresa, a operação fabril se tornou
inviável diante do aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
prestação de Serviços (ICMS) sobre bebidas frias.
Em nota, a
Ambev informou que a desativação da fábrica será feita de forma
gradativa e que as operações devem ser totalmente encerradas até o final
deste ano. A companhia afirma que, com o fechamento, 300 funcionários
diretos serão demitidos. Segundo a empresa, haverá impacto ainda em 15
mil empregos gerados pela cadeia produtiva de cerveja.
"A decisão
foi tomada após análise dos reflexos que o aumento do ICMS sobre
bebidas frias trará para a empresa no Estado", diz a Ambev. "As novas
alíquotas, de 29% para cerveja e 18% para refrigerantes, aliadas ao fim
do incentivo fiscal anteriormente existente no Estado, não justificam a
manutenção da operação fabril da Ambev no Rio Grande do Norte",
acrescenta.
A companhia considera que a alta do tributo teria que
ser repassado aos preços, o que terminaria por afetar a demanda dos
consumidores. "Como a demanda por bebidas é extremamente sensível a
aumentos de preços acima da inflação, isso levaria a uma queda do volume
de vendas no Estado", diz a companhia. "Diante desse cenário, a empresa
optou por transferir a operação para Estados vizinhos", afirma.
Segundo
a fabricante, os pontos de venda e consumidores do Rio Grande do Norte
continuarão a ser atendidos, mas com bebidas produzidas em outros
Estados.
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte aprovou
no dia 27 de outubro projetos de reajustam alíquotas de três impostos no
estado. O Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS),
Imposto de Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Imposto sobre
Transmissão de Causa Mortis e Doação (ITCMD).
O fechamento de
unidades fabris por questões tributárias já havia sido uma hipótese
levantada pelo diretor Financeiro e de Relações com Investidores da
companhia, Nelson Jamel, em teleconferência com analistas e investidores
na semana passada. "Dependendo do impacto nos volumes, o primeiro passo
é reduzir turnos, desligar linhas de produção e poderia chegar, sim, ao
limite de fechar fábrica", declarou ao ser questionado sobre a proposta
de aumento de ICMS para cerveja no Estado de São Paulo.
Agência Estado